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segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Viajantes Extracorporais

 Diversos parapsicólogos passam longo tempo estudando o fenômeno de experiências extracorporais, ou projeção astral.

Em caso registrado por um médico, um homem chamado Wilson adormeceu e sonhou que visitara uma amiga que morava a mais de 60 quilômetros de distância. Uma criada abriu a porta e disse-lhe que a amiga não estava em casa, porém ele pediu para entrar e tomar um copo de água. Wilson não pensou mais no sonho, até que outra amiga sua recebeu uma carta da mulher em cuja casa estivera no sonho; a carta falava da visita de Wilson e até mencionava que ele entrara e bebera um copo de água. Isso fez com que Wilson levasse alguns amigos àquela casa, para investigar. Quando chegou lá, duas empregadas o identificaram como sendo o homem que estivera ali e entrara.
E um viajante extracorporal famoso, Blue Haray, que afirma ter o poder de deixar o corpo segundo sua própria vontade, e que já se submeteu a testes na Fundação de Pesquisas Psíquicas, em Durham, Carolina do Norte. Nessas experiências, os movimentos oculares, a respiração e outras funções do corpo de Haray foram monitorados por uma série de instrumentos, e todos demonstraram mudanças significativas quando ele relatou a experiência extracorporal.
Certa ocasião, Haray visitou um médico que não esperava por ele. O médico declarou ter visto o brilho de "luz esférica vermelha" em seu quarto às 3h15, exatamente o horário em que o viajante extracorporal disse ter estado lá. Animais de estimação mantidos em aposentos separados e trancados foram usados como alvos em outra série de experiências. Em determinado teste, um gato parou de miar e ficou sentado imóvel quando Haray declarou ter entrado naquele aposento. Em outro teste, uma cobra agressiva, que vinha agindo normalmente, de repente tentou abocanhar alguma coisa que não podia ser vista pelas câmaras, novamente no mesmo horário em que Haray disse ter "visitado" aquele aposento.
Outra viagem extracorporal foi relatada por um jovem tenente a serviço no Panamá, em 1943. Ele estava preocupado com a mãe, que fora submetida a delicada cirurgia em Nova York. Viajar para fazer-lhe urna visita não era possível. No entanto, durante um intervalo no treinamento, às 13h15, o tenente adormeceu por alguns momentos e sonhou que estava diante do Memorial Hospital, perto do East River Drive. Ele entrou e perguntou à recepcionista se tinha permissão para visitar a mãe. A recepcionista consultou uma lista e anotou-lhe o nome como visitante. Uma enfermeira disse reconhecê-lo como o rapaz da foto no quarto de sua mãe. A foto mostrava-o usando um uniforme de inverno, o mesmo que usava no hospital. O tenente entrou no elevador e outra enfermeira o viu apertar um botão. Enquanto o elevador subia, ele sentiu tudo ficar escuro e irreal.
Acordou, ainda no Panamá, exatamente às 13h15. Alguns dias mais tarde, ele recebeu carta da mãe falando sobre estranho fato sem explicação. Fora informada de que o filho tinha ido visitá-la, porém ele não chegou a seu quarto. Embora a recepcionista e outra enfermeira o tivessem visto entrar no elevador, ninguém o viu sair. O horário: 12h15 em Nova York e 13h15 no Panamá. O nome do oficial que queria visitar a mãe estava escrito no registro de visitantes. Era seu próprio nome, Charles Berlitz.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Um Massacre em Vôo

 Alguma coisa terrível aconteceu em pleno ar um dia no fim do verão de 1939 - e até os dias de hoje o incidente permanece envolto no maior segredo.

Tudo o que se sabe é que um avião de transporte militar deixou a Marine Naval Air Station em San Diego, Califórnia, às 15h30. O aparelho e sua tripulação de treze homens estavam realizando um vôo de rotina para Honolulu. Três horas mais tarde, quando a aeronave estava sobre o oceano Pacífico, soou desesperado sinal de socorro. Então, o sinal de rádio ficou mudo.
Pouco tempo depois, o aparelho voltou à base e fez um pouso de emergência. O pessoal de terra correu em direção ao avião e, quando os oficiais entraram na aeronave, ficaram horrorizados ao ver doze tripulantes mortos. O único sobrevivente era o co-piloto, que, embora seriamente ferido, tivera tempo suficiente para trazer o avião de volta à base. Poucos minutos depois, ele também morreu.
Todos os cadáveres tinham grandes ferimentos abertos. O mais estranho é que o piloto e o co-piloto haviam esvaziado as pistolas automáticas Colt 45 contra alguma coisa. As cápsulas vazias foram encontradas no chão da cabine. Um odor azedo, sulfúrico, podia ser sentido no interior de todo o aparelho.
O exterior da aeronave estava bastante danificado, parecendo que ela havia sido atacada por mísseis. As pessoas que entraram no avião saíram com inexplicável infecção cutânea.
Medidas de segurança extremas foram rapidamente acionadas, e a tripulação de terra de emergência recebeu ordens de abandonar a aeronave. Os trabalhos de remoção dos corpos e de investigação do caso foram deixados para três médicos.
O incidente foi abafado e só veio a público quinze anos mais tarde, quando o investigador Robert Coe Gardner tomou conhecimento do ocorrido por alguém que estivera presente no vôo. O mistério do que os tripulantes daquele avião encontraram em pleno ar naquela tarde em 1939 jamais foi deslindado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Raio Perseguidor

 Em 1899, um raio matou um homem em seu quintal em Taranto, Itália. Trinta anos depois, seu filho foi morto da mesma maneira, no mesmo lugar. No dia 8 de outubro de 1949, Rolla Primarda, neto da primeira vítima e filho da segunda, tornou-se o terceiro membro da família a morrer atingido por um raio.

Igualmente estranho foi o destino de um oficial inglês, major Summerford, que, lutando nos campos de Holanda em fevereiro de 1918, foi derrubado do cavalo por um raio e ficou paralisado da cintura para baixo.
Summerford deu baixa e transferiu-se para Vancouver. Certo dia, em 1924, quando pescava à beira de um rio, um raio atingiu a árvore sob a qual estava sentado e paralisou-lhe o lado direito.
Dois anos mais tarde, suficientemente recuperado, Summerford já podia caminhar. Em 1930 passeava pelo parque durante um dia de verão, quando um raio caiu sobre ele, paralisando-o totalmente. Faleceu dois anos depois.
Contudo, os raios ainda atingiram Summerford mais uma vez. Quatro anos depois da morte, durante uma tempestade, um raio caiu em um cemitério e destruiu uma sepultura. Justamente a do major Summerford.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Romance Inacabado

 Durante anos, Thomas Clayton Wolfe, famoso escritor norte-americano, teve um idéia para um romance. Com o título de K-19, ele versaria sobre um vagão-dormitório com essa mesma designação. As vidas de todos os personagens deveriam, de alguma forma, ser afetadas por esse vagão. Ele trocou idéias sobre K-19 com o editor, Maxwell Perkins, mas o romance jamais chegou a assumir forma satisfatória. Perkins sugeriu que Wolfe se concentrasse em outras histórias, até ter certeza de estar diante de uma trama que funcionasse. Ele concordou, porém o destino não quis que voltasse à idéia do K-19. Morreu de ataque cardíaco em 1938, sem conseguir terminar o romance.

Perkins assumiu a responsabilidade de enviar o corpo do escritor de volta a Asheville, Carolina do Norte, onde ele seria enterrado. Enquanto o trem saía da estação, Perkins observou o vagão que levava o caixão de Wolfe. Depois que o trem desapareceu, ele subitamente percebeu qual era o número: K-19.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Dirigível Fantasma

 No dia 10 de outubro de 1931, o dirigível norte-americano U.S.S. Akron fora programado para circundar o Estádio Fairfield, em homenagem ao jogo Washington e Jefferson-Marshall, em Huntington, Virgínia Ocidental.

A primeira pessoa a avistar o dirigível em rota foi Harold MacKenzie, que o viu sobrevoando a cidade de Gallipolis, Ohio. Ele chamou alguns amigos na fábrica de laticínios Foster Dairy para assistirem ao espetáculo.
Dois deles, o sr. e a sra. Robert Henke, foram à Primeira Avenida com uma amiga, a sra. Claude Parker, e seguiram o dirigível com binóculos. Logo se aproximaram outros observadores, que viram o Akron sobrevoando o rio.
Do lado oposto, em Point Pleasant, Virgínia Ocidental, outros acompanharam a rota do dirigível, que, com seus 45 metros de comprimento, voava a uma altitude de cerca de 100 metros, quando às 14h50 aconteceu uma coisa inesperada e terrível. A sra. Henke declarou à Gallipolis Daily Tribune, no dia 12 de outubro:
- Quando vimos o dirigível, ele pareceu dobrar-se e cair. Algumas das testemunhas do acidente disseram que quatro pessoas pularam de pára-quedas. Parecia haver fumaça circundando o objeto, porém pode ser também que fossem apenas nuvens.
Horrorizados, alguns observadores viram o dirigível irromper em chamas e ir de encontro às colinas ao sul de Gallipolis Ferry, Virgínia Ocidental.
Meia dúzia de testemunhas relataram o episódio ao dr. Holzer, proprietário do Gallipolis Airport. Ao amanhecer do dia seguinte, alguns investigadores se dirigiram ao local da tragédia. Durante o dia inteiro eles procuraram em todos os lugares, tanto em terra como no ar com a ajuda de aviões - e não encontraram vestígio algum do dirigível nem dos infelizes tripulantes. Havia um motivo simples: eles simplesmente não existiam.
Ao anoitecer do dia do suposto desastre, um porta-voz do Akron Airport negou que tal tragédia tivesse ocorrido. O dirigível Akron estava seguro no hangar, assim como os três dirigíveis da Goodyear Zeppelin Company. O Akron sobrevoara a região norte de Ohio naquele dia, mas não seguira para o sul em direção ao Estádio Huntington, porque a Marinha se recusara a acatar o pedido do senador H. D. Hatfield.
Todos os aeroportos das regiões do Leste e do Meio-Oeste declararam que nenhuma de suas aeronaves estava desaparecida. Além disso, não havia dirigível algum estrangeiro operando naquela área dos EUA.
As testemunhas, por outro lado, rejeitaram teimosamente teorias de que teriam visto um bando de pássaros ou simplesmente haviam sonhado acordadas. Até os dias de hoje, esse acontecimento incomum permanece inexplicado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Poder Divino do Dalai-Lama

 O local: a cidade hindu de Dharamsala, lar de muitos refugiados tibetanos. A data: 10 de março de 1973, dia em que os refugiados pranteavam a fuga do dalai-lama do Tibete. Mas como as tempestades caíam no Himalaia havia semanas, as comemorações pareciam destinadas ao fracasso. Como o tempo não parecia querer melhorar, os habitantes do lugar procuraram a ajuda de Gunsang Rinzing, velho lama temido e respeitado por seus poderes de controlar as condições climáticas. O trabalho do lama foi posteriormente descrito por David Read Barker, antropólogo que realizava pesquisas na Índia naquela ocasião.

Eram 20 horas - explicou o dr. Barker -, e Rinzing começou armando uma fogueira na chuva. Ele estava em estado de concentração, recitava mantras e a sadhana, sempre soprando uma cometa com a forma de fêmur humano e batendo o tambor de duas cabeças de um xamã. Depois de várias horas observando aquele homem a distância respeitosa, fomos dormir, certos de que o tempo seria tão horrível no dia seguinte quanto havia sido nos dias anteriores.
Na manhã seguinte - informou Barker -, a chuva diminuíra e estava apenas garoando e, por volta das 10 horas, transformara-se em frio nevoeiro em um círculo com raio de cerca de 150 metros. Em todos os outros lugares a chuva continuava a cair, porém os vários milhares de refugiados não se molharam nas seis horas em que permaneceram reunidos. Em determinado momento durante o discurso do dalai-lama, caiu violenta chuva de granizo, causando forte barulho nas casas de tetos de zinco, ao redor do local onde se realizava o festival, mas apenas algumas dezenas de pedras caíram sobre a multidão.
Catorze anos antes, quando da invasão do Tibete pelos chineses comunistas, e por ocasião da fuga do dalai-lama para a Índia, condições atmosféricas inesperadas asseguraram-lhe a chegada em segurança, atravessando o Himalaia. Enquanto aviões chineses tentavam encontrá-lo juntamente com seu séquito, denso nevoeiro providencialmente cobriu a área que ele estava atravessando, fazendo com que os viajantes ficassem completamente invisíveis no ar.
Para os tibetanos, naturalmente, a súbita visibilidade zero foi simplesmente uma prova do poder divino do dalai-lama sobre o tempo.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Salvos do Incêndio

 Às 22 horas de uma noite no início de 1978, Henry Sims, fazendeiro aposentado de 72 anos, voltou de um hospital da Flórida, onde a filha de 18 anos estava internada. Sua mulher Idellar ficara no hospital, e a outra filha, cinco netos e um amigo da família estavam dormindo na casa, quando ele chegou. Foi direto para a cama e logo adormeceu.

- Outra coisa que consigo me lembrar - revelou ele, posteriormente - é do sonho. Podia ver os dois filhos de meu cunhado - Paul e a irmã de 8 meses - vindo em minha direção. Ambos haviam morrido queimados em 1932, quando a casa deles, em Live Oak, Flórida, pegou fogo. No sonho, Paul, de quem me lembro claramente, estava caminhando em minha direção e dizendo: "Tio Henry, tio Henry". Eu jamais tivera um sonho como esse antes, e acordei de repente com um cheiro de fumaça nas narinas. O primeiro pensamento foi para meus netos - precisava tirar aquelas crianças da casa. Então, comecei a gritar.
Seus gritos acordaram as outras pessoas, que conseguiram sair da casa em chamas a tempo de se salvarem.
Frederick Lowe, tenente do Corpo de Bombeiros de Hialeah Heights, Flórida, afirmou:
- Milagrosamente, esse homem conseguiu acordar no momento certo. Mais dois minutos, e todos estariam mortos. 
- Deus não estava pronto para minha morte - concluiu Henry. - Foi Ele quem enviou Paul para me avisar do perigo, para que todos nós pudéssemos sair da casa em chamas.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

191: O Número Mortal

 Em maio de 1979, um DC-10 da American Airlines espatifou-se nas proximidades do O'Hare Airport em Chicago, pouco depois de ter decolado para um vôo em direção à Califórnia. Entre as vítimas estava a escritora Judy Wax, cujo livro, Starting in the Middle, acabara de ser publicado.

O número do fatídico vôo era 191. E na página 191 do livro, Judy Wax falava sobre seu medo de voar.
Também em maio de 1979, a revista Chicago fez a resenha do livro e publicou uma foto da autora. Os leitores que levaram a página da revista para mais perto da luz puderam ver que na página anterior havia um anúncio de página inteira de vôo de um DC-10, da American Airlines, para a Califórnia.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Mistério do S.S. Iron Mountain

 Nada parecia anormal em junho de 1872, quando o navio Iron Mountain zarpou de Vicksburg. A tripulação estava completa, a carga de fardos de algodão e barris de melaço empilhadas no convés, e as barcaças rebocadas.

Alguns minutos mais tarde, o Iron Mountain fez uma curva, dirigindo-se para o norte, para seu destino - a cidade de Pittsburgh. O navio nunca mais voltou a ser visto.
O Iroquois Chief, um outro navio, navegava pelo rio naquela manhã, quando os tripulantes viram algumas barcaças descendo o rio. O barco conseguiu manobrar e evitar o choque com as barcaças, e então, imaginando que elas teriam se separado do navio rebocador, o comandante ordenou que fossem amarradas, e ficou esperando a chegada do rebocador, que nunca chegou.
O cabo das barcaças havia sido cortado, indicando que a tripulação do Iron Mountain tivera um problema: talvez as caldeiras se vissem prestes a explodir, talvez o navio estivesse para afundar. Por outro lado, não foram encontrados vestígios de destroços do barco ao longo do rio, assim como não havia nenhum sinal de sua carga, que teria manchado o rio em uma extensão de alguns quilômetros, se o navio tivesse afundado.
O mistério do Iron Mountain jamais chegou a ser solucionado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Poltergeist de Annemarie

 Quando os eventos aconteceram no escritório de um advogado em Rosenheim, Alemanha, em 1967, foi uma verdadeira versão paranormal do touro em uma loja de porcelanas. Embora Rosenheim seja, normalmente, uma cidade tranqüila e monótona, algo começou a sair da rotina no escritório do advogado. Algum fenômeno passou a fazer com que os telefones ficassem malucos, fusíveis queimassem, além de outros problemas de eletricidade. Em pouco tempo, luzes começaram a acender e apagar; lâmpadas explodiram sem qualquer motivo aparente; e os telefones tocaram sem uma causa lógica.

Os funcionários do escritório não sabiam o que fazer. Assim, começaram pelo que lhes pareceu mais óbvio: solicitaram a presença de especialistas da companhia local de eletricidade. Os técnicos inspecionaram todos os fusíveis, a fiação e a fonte de força, mas não conseguiram encontrar nenhuma causa natural para o problema. Chegaram mesmo a cortar o fornecimento de energia elétrica do prédio e ligaram a unidade de emergência para fornecer eletricidade ao escritório. Esses procedimentos não espantaram o fantasma, e os distúrbios prosseguiram.
Finalmente, o renomado parapsicólogo alemão Hans Bender foi chamado a intervir. Bender, o principal caça-fantasma do país, rapidamente diagnosticou o problema como um poltergeist - tipo de fantasma que costuma atirar coisas dentro de casa, movimentar móveis, jogar pedras e provocar incêndios. Diferentemente dos fantasmas convencionais, que infestam um lugar em especial, os poltergeists normalmente resolvem atormentar uma pessoa. E não demorou muito para que Bender descobrisse o alvo humano dos ataques: Annemarie Schnabel, adolescente que trabalhava no escritório. Às vezes, os distúrbios ocorriam tão logo ela chegava para trabalhar.
- Quando essa garota caminhava pelos corredores, as lâmpadas atrás dela começavam a balançar - informou Bender. - Se as lâmpadas explodiam, os fragmentos voavam na direção dela. Pouco depois, os quadros começavam a balançar e a virar, gavetas passavam a se abrir sozinhas, documentos ficavam fora do lugar. No entanto, quando Annemarie foi forçada a passar alguns dias fora do escritório, nada aconteceu. E quando ela saiu para trabalhar em outro lugar, os distúrbios não voltaram a ocorrer, embora eventos similares, menos óbvios, começassem a acontecer durante algum tempo no novo escritório.
A partir do momento em que Annemarie foi embora, o escritório de advocacia começou a ser perturbado por fantasmas mais convencionais. Quando os jornalistas chegaram ao escritório, por exemplo, várias testemunhas viram uma materialização vaporosa, parecida com um braço humano, aparecer na saída de ar junto ao chão. A materialização voou até a janela, onde foi de encontro a um quadro, que ficou inclinado. Felizmente, os gritos das pessoas que estavam vendo tudo alertaram a equipe de filmagem, e eles puderam captar os movimentos do quadro.
Qual teria sido a causa do poltergeist de Rosenheim? De acordo com Bender, foi a própria Annemarie. Ela era uma garota infeliz, com muitas frustrações por causa do trabalho e da vida romântica, conforme suas próprias declarações.
- Sem dúvida - concluiu o parapsicólogo -, a hostilidade reprimida de Annemarie permaneceu agitada em sua mente inconsciente, até ser expelida com violência em forma de poltergeist.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

sábado, 18 de novembro de 2023

Um Hino para o Titanic

Em uma manhã de domingo, o reverendo Charles Morgan, ministro da Igreja Metodista Rosedale, em Winnipeg, Manitoba, Canadá, chegou cedo para as preparações dos serviços religiosos daquela noite. Antes de entrar em seu gabinete, ele separou os hinos que seriam entoados e dedicou-se a outros preparativos.
Feito isso, retirou-se para o gabinete e decidiu tirar uma soneca até a hora dos serviços religiosos. Assim que caiu no sono, começou a ter um sonho vívido, que misturava escuridão com o som de enormes ondas. Acima daquele ruído contínuo, um coro entoava um velho hino que o reverendo Morgan não ouvia fazia anos.
O sonho foi tão perturbador que o ministro acordou com o hino ecoando em seu ouvido. Consultou o relógio e viu que ainda dispunha de tempo para dormir mais um pouco, o que ele fez - imaginando, incorretamente, que o breve tempo desperto havia limpado sua mente da visão perturbadora.
Assim que tornou a dormir, o sonho voltou: as águas violentas, a escuridão profunda, o velho hino. Morgan acordou de repente, estranhamente indisposto. Por fim, levantou, caminhou pela igreja vazia e colocou um novo número de hino no quadro.
Quando os serviços religiosos tiveram início, a congregação cantou o hino que perturbara os sonhos de Morgan - um hino estranho para se cantar em uma igreja localizada a milhares de quilômetros do oceano, cujas palavras pediam a Deus que ouvisse as orações por aqueles que estavam em perigo no mar. Ao ouvir as palavras, Morgan sentiu os olhos ficarem cheio de lágrimas.
Pouco tempo depois, o ministro soube que no momento em que os congregados cantavam o hino, uma grande tragédia ocorria no oceano. Era o dia 14 de abril de 1912, e longe dali, no Atlântico Norte, o Titanic afundava.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

A Quarta Morte de Musyoka Mututa

Musyoka Mututa, de Kitui, Quênia, foi sepultado em setembro de 1985. Seu irmão Timothy disse que o corpo ficara insepulto durante dois dias.
- Demoramos dois dias para enterrá-lo, aguardando alguma eventualidade, embora não esperássemos mais nenhum milagre - declarou ele. - Meu irmão disse que a quarta vez seria definitiva.
Embora fosse apenas um humilde pastor, Mututa, conhecido como "o homem que enganou a morte", era uma verdadeira lenda no Quênia.
A primeira "morte" ocorreu quando ele tinha apenas 3 anos de idade. Ao ser enterrado, gritou e foi rapidamente trazido para a superfície.
Quando completou 19 anos, Mututa desapareceu. Seis dias depois, uma equipe de busca encontrou-lhe o corpo aparentemente sem vida em um campo. No cemitério, quando o caixão estava sendo baixado, amigos e familiares ficaram apavorados ao verem a tampa começar a se abrir. Ele havia "voltado à vida".
Ele "morreu" outra vez em maio de 1985, após uma breve doença. Um cirurgião atestou a morte. Seu corpo foi velado por um dia, mas, antes do enterro, Mututa levantou-se e pediu água.
Declarou ele que, durante cada uma das três "mortes", sua alma deixava o corpo e subia aos céus, onde os anjos lhe explicavam que tinha havido "um caso de troca de identidade" e devolviam-no à Terra.
Ao que parece, na quarta tentativa eles pegaram o homem certo.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Ausência Extra-Sensorial

Distúrbios neurológicos podem fazer com que as pessoas relatem experiências esquisitas. Pequenas lesões nos lóbulos temporais do cérebro, por exemplo, podem fazer com que uma pessoa sinta estranhos odores, ouça sons bizarros, tenha arrebatadores sentimentos místicos, e até veja fantasmas.
Fascinante aparição resultante de epilepsia - doença nervosa crônica provocada por paratividade elétrica anormal - foi relatada pelo psiquiatra escocês James McHarg, em 1976. Ele informou que certa paciente epiléptica visitava uma amiga em 1969, quando sofreu ausência, episódio muito breve de alheamento completo do meio ambiente. Primeiro, ela sentiu um odor de leite azedo, então tudo a seu redor se tornou "irreal" e, finalmente, viu um fantasma. A figura parecia ser uma mulher com cabelos macios e castanhos, ao lado do fogareiro, em um dos cantos da cozinha. A figura permaneceu ali apenas temporariamente e desapareceu de vista assim que terminou a ausência.
A paciente relatou o que vira à dona da casa, que ficou fascinada com a história. Embora a cozinha da amiga não tivesse nenhum fogareiro, antigamente havia um colocado lá, exatamente onde a paciente indicara tê-lo visto. Além disso, fazendo o levantamento da casa, a anfitriã descobriu que a figura provavelmente representava uma das irmãs que havia anteriormente morado ali. Quando a paciente viu uma foto dela com as irmãs, imediatamente reconheceu a mulher que vira na cozinha.
Será que essa paciente viu um fantasma de verdade? Não é provável, de acordo com o dr. McHarg, pois a mulher da visão ainda estava viva.
- Não obstante - finalizou ele -, a manifestação da ausência provavelmente abriu a mente de minha paciente para influências extra-sensoriais, que entraram em ação e influenciaram o que ela viu.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

'Venha me Encontrar'

Mary L. Cousett, 27 anos, de Peoria, Illinois, desapareceu em um dia de abril de 1983. A polícia concluiu que ela fora assassinada, e o namorado, Stanley Holliday Jr., acabou sendo preso. Mas como o corpo não foi encontrado, as autoridades não puderam levá-lo a julgamento.
Finalmente, depois que todos os outros meios haviam falhado, a polícia de Madison County levou o caso a Greta Alexander de Delavan, também do Estado de Illinois. Greta Alexander, uma médium, forneceu uma descrição detalhada de onde estava o corpo de Mary. Disse ela que o cadáver seria encontrado perto de um aterro, uma ponte e um rio. Uma igreja e sal teriam algo que ver com a descoberta. O corpo teria folhas a seu redor. Parte de uma perna estaria faltando. A cabeça seria localizada a alguma distância dali.
Um homem "com mão ruim" descobriria o cadáver. A inicial "S" estaria envolvida no caso e o corpo seria encontrado perto de determinada estrada importante.
No dia 12 de novembro, o policial Steve Trew, que tinha um ferimento na mão, descobriu os restos mortais de Mary perto de um aterro, nas proximidades de uma ponte sobre o rio Mackinaw, a 800 metros de distância de uma igreja e na margem oposta de uma estrada que levava a um depósito de sal. O corpo estava em cova rasa coberto por folhas. Faltava o pé direito, e o crânio, aparentemente removido por animais, estava a 3 metros do resto do corpo.
O investigador William Fitzgerald, de Alton, declarou aos repórteres que 22 previsões de Greta Alexander estavam totalmente corretas.
- Essa mulher queria ser realmente encontrada - disse a médium. - O espírito nunca morre; ele sobrevive. Ela estava dizendo: "Estou aqui. Venha me encontrar".

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Galho de Pessegueiro que Descobria Água

Os altos funcionários da Gates Rubber Company, em Jefferson, Carolina do Norte, ficaram apavorados quando souberam que vazamentos na rede de encanamentos da cidade ameaçavam prejudicar o fornecimento de água à fábrica. Desesperados, e em busca de novas fontes, eles contrataram uma empresa especializada em sondas e abertura de poços, que levou ao local equipamentos no valor de 350 mil dólares. Mesmo com todo esse aparato, não conseguiram encontrar água.
Então, em setembro de 1983, Don Witherspoon, pedreiro aposentado de 80 anos, entrou em cena, com um galho de pessegueiro que mais parecia um estilingue. Ele disse que já vinha encontrando água havia 38 anos, e que tinha certeza de poder fazê-lo de novo.
Don caminhou de um lado para outro no terreno da companhia até que o galho, de repente, se curvou e apontou para o chão. A pouca distância dali, repetiu aquele estranho movimento.
A companhia encontrou água nos dois lugares - na realidade, foi tanta a água que, em breve, a vazão chegava a setenta galões por minuto, quase eliminando a necessidade de fornecimento pela empresa pública municipal.
- Pode parecer "bruxaria", mas aparentemente a coisa deu certo - declarou Richard Thurston, gerente da fábrica. - Tudo o que sei e que encontramos água e estamos satisfeitos. Witherspoon disse que não sabia como explicar tal habilidade.
- Para falar a verdade - revelou -, acho que é um dom. Eu também não acreditava no galho de pessegueiro... até que o experimentei a primeira vez.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Socorro na Neve

Warren Felty e William Miller, de Harrisburg, Pennsylvania, encontraram-se no Dia dos Veteranos, em 1986, para comemorar uma série improvável de eventos acontecidos havia mais de quatro décadas.
Uma noite, em fevereiro de 1940, Felty dirigia-se de carro para sua casa em Middletown, Pennsylvania, quando viu as lanternas do automóvel a sua frente começarem a ir de um lado para outro. O carro derrapou e caiu em um aterro perto de Camp Hill.
Felty parou no acostamento e correu em direção ao local do acidente. Quando chegou perto, viu que o motorista fora atirado através do pára-brisa e caíra em um monte de neve de mais de 1 metro de altura. O homem estava inconsciente e coberto de sangue. Ele levantou-o, levou-o até seu carro e transportou-o para o Harrisburg Hospital.
Quatro dias depois, William Miller, a vítima do acidente, recobrou a consciência. Ficou sabendo o nome do homem que lhe salvara a vida, cruzou com ele várias vezes, mas nunca chegaram a ser realmente amigos.
Na verdade, eles não podiam saber que, quando os EUA entrassem para a Segunda Guerra Mundial, ambos se alistariam na Força Aérea e se tornariam pilotos de B-17. Também não sabiam que seriam derrubados pelos alemães e levados, juntamente com 4 mil outros prisioneiros, para Nuremberg, logo atrás da Linha de frente do Exército russo.
Debilitados pela fome e com roupas impróprias para enfrentar o rigoroso inverno de 1944, o mais forte que se abatera sobre a Alemanha em oitenta anos, muitos prisioneiros não conseguiram sobreviver, caindo no chão e morrendo de frio.
Felty, um dos sobreviventes, estava marchando, quando viu um corpo em um monte de neve ao longo da estrada. Na esperança de reanimar o pobre infeliz, deu um pontapé no homem caído e, segundo as próprias palavras, anos mais tarde:
- Ali estava ele, Bill Miller. Inacreditável!
Miller, quase inconsciente, teve de ser arrastado até chegar ao destino. Felty, Miller e os outros prisioneiros finalmente chegaram a um campo de concentração em Moosburg, de onde o Terceiro Exército de Patton os libertou, no dia 29 de abril de 1945.
Os dois homens ainda se lembram de como em duas ocasiões, com cinco anos de diferença e a 6 400 quilômetros de distância, um carregou o outro em segurança, tirando-o de um monte de neve.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Homenzinho Azul

Às 13h45 de um dia chuvoso, 28 de janeiro de 1967, em Studham Common, Chiltern Hills, Inglaterra, sete meninos dirigiam-se para a escola, passando por um vale chamado Dell, quando um deles, Alex Butler, de 10 anos, viu o que depois descreveu com as seguintes palavras:
- Um homenzinho azul com cartola e barba.
Imediatamente, Alex apontou naquela direção para um amigo que estava a seu lado, e os dois decidiram dar uma olhada melhor naquela figura de aparência tão estranha.
- Quando estávamos a uns 20 metros, ele desapareceu em uma nuvem de fumaça.
Os meninos alertaram seus companheiros, que começaram a procurar o homenzinho, esperando que reaparecesse. Realmente a criatura voltou, dessa vez do lado oposto do arbusto de onde havia sido avistado pela primeira vez. Quando os garotos se aproximaram, ele sumiu novamente, reaparecendo no fundo do vale. Dessa vez, todos ouviram "vozes" falando coisas estranhas, que, de acordo com eles, pareciam palavras estrangeiras, e, pela primeira vez, ficaram com medo.
Quando os. meninos chegaram à escola naquela tarde chuvosa de 28 de janeiro de 1967, a professora, srta. Newcomb, percebeu que eles estavam nervosos e inquietos por causa de alguma coisa. A princípio, não lhe contaram o motivo. Tudo que diziam era:
- A senhora não vai acreditar em nós.
Finalmente, ela separou os sete e pediu que cada um deles fizesse seu relato do estranho evento. Os testemunhos foram incrivelmente semelhantes. Aquilo foi suficiente para que a srta. Newcomb se convencesse de que alguma coisa fora do normal acontecera naquela tarde.
Os relatos dos garotos acabaram sendo publicados em um livrete intitulado The Little Bine Man on Studham Common.
Decorrido certo tempo, o livro chamou a atenção dos investigadores ingleses Bryan Winder e Charles Bowen, que ficaram sabendo que nos últimos meses várias pessoas moradoras daquela região tinham visto OVNIs. Dois pousos haviam sido reportados no local onde o homenzinho azul fora visto. No entanto, a ligação com os OVNIs ficou apenas em nível de conjetura, pois os meninos não disseram ter visto disco algum. Os investigadores interrogaram os garotos na presença da professora. Winder depois escreveu:
Eles calculam que o homenzinho devia ter certa de 90 centímetros de altura, com mais uns 60 centímetros pela cartola ou pelo capacete, descrito como uma espécie de chapéu-coco alto e sem aba. Os meninos puderam perceber uma linha que tanto podia ser os cabelos quanto a parte inferior do chapéu, dois olhos redondos, um pequeno triângulo aparentemente liso onde deveria haver um nariz, e uma vestimenta composta de peça única, com um cinto preto largo, onde havia uma caixa preta quadrada na frente, com cerca de 15 centímetros de lado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

A Moeda Teledeslocada

Raymond Bayless defrontou-se com paranormais muitas vezes durante sua carreira como investigador de casos mediúnicos. Todavia, seu encontro mais estranho envolve um fenômeno conhecido como teledeslocamento, em que a matéria viaja misteriosamente de um local para outro.
O episódio ocorreu em 1957, quando Bayless passeava pelo Hollywood Boulevard com o médium Attila von Szalay. Os dois homens entraram em uma loja de artigos de couro, e Bayless, entusiasta colecionador de moedas, viu uma curiosa moeda inglesa na mesa do dono da loja. Um lado mostrava a efígie da princesa real da Inglaterra, e o outro estava estragado por um profundo arranhão. Intrigado, Bayless disse ao dono que queria comprar a moeda, porém o dono recusou a oferta feita.
Quando os dois homens estavam saindo da loja, Bayless deu uma última olhada na moeda e seguiu em frente.
- Havíamos caminhado talvez uns 30 metros naquela quadra - contou ele -, quando de repente senti algo bater em meu cotovelo e depois na perna. Olhei para baixo e, com surpresa, vi na calçada, a meus pés, uma moeda idêntica àquela outra. Para ter certeza de que se tratava realmente da mesma, olhei o outro lado, e ali estava o arranhão que eu notara em sua superfície, na loja. - Von Szalay estava a meu lado e ficou surpreso quando peguei a moeda e mostrei-a para ele, explicando que, quando a vira pela última vez, ela estava na mesa do dono da loja. Sem entrar em maiores detalhes e longas e cansativas explicações, eu me contento em afirmar que de nenhuma maneira aquela moeda poderia ter chegado até meus pés normalmente, e seu estranho teledeslocamento representa um inacreditável mistério.
O mistério não pareceu tão grande para o dono da loja, que, sem dúvida, deve ter imaginado que o cliente roubara a moeda.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Os Estranhos Aeróstatos do Sr. Wilson

O mais profundo mistério da aviação norte-americana refere-se a um episódio quase totalmente esquecido, mas ainda inexplicado, que começou em novembro de 1896 e terminou em maio do ano seguinte.
Da Califórnia ao Maine, milhares de norte-americanos afirmaram ter visto grandes "aeróstatos" pilotados, muito tempo antes de Santos Dumont e de os irmãos Wright terem inventado aparelhos de navegação mais pesados que o ar, e mudado para sempre o curso da História. Os aeróstatos, aparelhos mais leves que o ar, maravilharam as pessoas que os viram, e geraram muita especulação a respeito de quem seria seu inventor ou inventores, porém até nossos dias ninguém sabe. Tudo o que temos à mão são algumas pistas desconcertantes, nenhuma delas mais intrigante do que a que se refere a um homem estranho, cognominado de sr. Wilson.
No dia 19 de abril de 1897, o sr. Wilson fez com que sua presença fosse conhecida. Um jovem de Lake Charles, Louisiana, estava levando alguns cavalos, quando viu um enorme aeróstato passar voando sobre os animais, assustando-os de tal forma que eles dispararam e o rapaz ficou caído no chão. Nesse ponto, o aeróstato estacou e pairou no ar - pairar no ar era apenas uma das improváveis capacidades desses misteriosos engenhos -, enquanto uma escada de cordas foi jogada para baixo.
Dois dos ocupantes do aeróstato desceram e ajudaram o jovem a se levantar.
- Foi gratificante descobrir que eles eram norte-americanos normais como eu - afirmou o jovem.
Os aeronautas desculparam-se pelo problema que haviam causado, e, como uma espécie de compensação, convidaram o rapaz de Lake Charles a subir a bordo da nave, apresentando-se como Scott Warren e "sr. Wilson". Wilson explicou o sistema de propulsão do veículo, porém o relato foi tão técnico que o jovem não entendeu nada do que eles falavam.
Um dia depois, perto de Uvalde, Texas, um aeróstato pousou e foi descoberto pelo xerife H. W. Bayler, que conversou com membros da tripulação. Um deles identificou-se como Wilson, e disse que nascera em Goshen, Nova York. Em seguida, o sr. Wilson perguntou pelo capitão C. C. Akers, morador local. Posteriormente, quando um repórter quis saber de Akers quem era aquele tal Wilson, o capitão repondeu:
- Só posso dizer que, enquanto morei em Fort Worth, em 1876 e 1877, conheci um homem chamado sr. Wilson, originário do Estado de Nova York, e nós nos demos muito bem. Ele era aficionado da mecânica e, naquela ocasião, trabalhava em navegação aérea e em um projeto que surpreenderia o mundo. Lembro-me de que era muito educado, aparentando 24 anos de idade, e com dinheiro suficiente para prosseguir com suas arrojadas invenções, dedicando todo o seu tempo a elas. Como resultado das conversas que tivemos em Fort Worth, acho que o sr. Wilson, se conseguisse construir um aeróstato prático, provavelmente me procuraria para mostrar que não era tão louco quanto eu imaginava.
Em seguida, o aeróstato apareceu, um dia ou dois mais tarde, quando pousou para reparos em Kountze, Texas. Testemunhas conversaram com os pilotos, que disseram chamar-se "Wilson e Jackson".
No dia 25, entre meia-noite e uma hora, o San Antônio Daily Express reportou sobre o dia seguinte:
O céu estava muito nublado e não se podia ver nem mesmo uma estrela. Isso fortaleceu ainda mais a luz branca e brilhante dos faróis do aeróstato e a forte iluminação que provinha dele. Por outro lado, as condições climáticas e a luz forte impediram que pudéssemos ver a estrutura do veículo. Mas, quando o estranho objeto fez uma manobra e aproximou-se mais, uma dúzia ou mais de luzes mais fracas, entre elas um agrupamento de luzes verdes no lado da nave voltado para a cidade, e outro imenso agrupamento de luzes vermelhas a estibordo indicaram claramente sua natureza artificial.
O jornal continua seus comentários sobre o episódio, sem explicar como o jornalista soube dos seguintes dados:
Os inventores do aeróstato eram Hiram Wilson, natural de Nova York e filho de Willard B. Wilson, assistente do mecânico-chefe da New York Central Railroad, e o engenheiro eletricista C. J. Walsh, de San Francisco. Os homens trabalharam no projeto vários anos, e, quando os planos amadureceram, as partes de seu veículo aéreo foram construídas sob encomenda em diferentes regiões do país, sendo posteriormente enviadas para San Francisco, onde a nave foi finalmente montada.
O Daily Express prossegue o relato informando: Depois de ter sido testada na Califórnia, a aeronave voou para Utah e foi escondida em alguma região distante do Oeste, enquanto seus defeitos iam sendo corrigidos. Nessa altura, ela retomou seu vôo em direção ao leste, atravessando os EUA. E então não se ouviu mais nada sobre o sr. Wilson e sua incrível máquina de voar.
Quem era ele? Todas as pesquisas realizadas recentemente foram inúteis. Estudo de relatórios de aeróstatos de 1897 nos dá motivos para suspeitar que o sr. Wilson era ainda mais misterioso do que podemos pensar à primeira vista. Vejamos, por exemplo, o que diz Daniel Cohen, autor do livro The Great Airship Mystery:
- Muitas coisas nessa história de Wilson são confusas e contraditórias. Qualquer tentativa de traçar o rumo do "aeróstato de Wilson" pelo sul do Texas durante as últimas semanas de abril de 1897 é inútil. Parece que as pessoas viam aeróstatos em todos os lugares. Teria sido necessário haver pelo menos dois, ou talvez três aeróstatos diferentes, todos seguindo rumos erráticos, para podermos acreditar em todas as aparições e todos os encontros. Além do nome Wilson, que aparece em pelo menos cinco relatos separados, os nomes dos outros tripulantes diversificam. Assim como a quantidade de tripulantes, que varia de dois a oito. Não obstante muitas pessoas afirmarem que o inventor teria dito que em breve tornaria seu aeróstato público, ele nunca o fez.
Outro pesquisador, Jerome Clark, notou algo ainda mais estranho. Declarou ele:
- Temos um fato simplesmente "impossível", que já é suficiente para levantar profundas dúvidas a respeito do papel de Wilson. O fato é o seguinte: o capitão Akers diz que vinte anos antes do aparecimento de Wilson em Uvalde, ele tinha 24 anos de idade. Em Lake Charles, em 1897, descreve-se-o como "aparentemente, um jovem". Mesmo hoje, com nossas expectativas de vida mais longa, um homem de 45 anos de idade jamais é chamado de jovem, exceto em sentido muito relativo. Assim, há oitenta anos, ele teria a aparência de um homem de meia-idade.
Alguns pesquisadores chegaram a especular que o episódio não era o que parecia ser. Os aeróstatos e seus ocupantes de aparência humana não eram inventores norte-americanos, que, inexplicavelmente, jamais revelaram os inventos ao grande público, mas sim produtos de uma enigmática inteligência alienígena, que procuravam se disfarçar, usando um tipo de roupa que a cultura dos EUA daquele período pudesse aceitar. Trata-se de uma explicação fantástica, e nós, quase um século depois, ainda não temos condições de saber se ela é verdadeira ou não. Só podemos ter certeza de que o misterioso sr. Wilson e os estranhos aeróstatos associados com sua aparição continuarão sendo algo indecifrável.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Enigma de uma Viagem

Esta estranha história teve início no dia 3 de junho de 1968, quando o dr. Gerard Vidal e sua mulher, ambos de Maipú, Argentina, viajaram para Chascomus, a fim de participar de uma reunião de família. Outro casal de Maipú, seu vizinho, os acompanhou.
Os casais viajaram em carros separados e, na volta, à noite, dirigiram-se para as respectivas casas. No entanto, como os Vidal não tivessem chegado, os vizinhos entraram novamente no carro e retomaram o mesmo caminho, temendo que tivesse acontecido algum acidente. Percorreram 130 quilômetros até Chascomus, porém não encontraram sinal dos Vidal ou do carro. De volta a Maipú, telefonaram para hospitais, mas não obtiveram nenhuma informação sobre o vizinhos.
Quarenta e oito horas mais tarde, o senhor Rapallini, em cuja casa acontecera a reunião, recebeu um telefonema interurbano da Cidade do México. Quem estava no aparelho era o dr. Vidal, dizendo que ele e a mulher estavam bem e que tomariam um avião de volta para Buenos Aires. Pediu a um parente que fosse buscá-lo no aeroporto.
Amigos e parentes estavam esperando-os, quando os dois desceram do avião, usando as mesmas roupas que trajavam quando saíram da reunião familiar em Chascomus. A sra. Vidal, bastante abalada, foi imediatamente levada a um hospital particular, sofrendo, conforme palavras de um jornal local, de "violenta crise nervosa".
O dr. Vidal contou uma história incrível sobre o que aconteceu a ele e à mulher nos dois dias anteriores. Disse que ao voltarem para casa entraram em um espesso nevoeiro, e que a neblina era tão intensa que tudo ficou escuro. Então, de repente, a noite transformou-se em dia.
Como estavam em uma estrada desconhecida, resolveram parar. Quando o médico desceu do carro, percebeu que toda a superfície do automóvel estava queimada.
Acenou a um motorista para perguntar onde estavam, e o homem respondeu que a Cidade do México era perto dali. Mais tarde, quando o casal procurou o consulado da Argentina, ficaram sabendo que dois dias haviam-se passado desde que eles entraram no nevoeiro.
O fato causou sensação na Argentina. La Razón noticiou:
A despeito do clima de fantasia que a história dos Vidal parece ter, existem certos detalhes que não cessam de preocupar até mesmo os mais incrédulos: a entrada da sra. Vidal em uma clínica de Buenos Aires; a comprovada chegada do casal em um avião que fez viagem sem escalas desde o México; o desaparecimento do carro; a intervenção do consulado; a atitude séria da polícia de Maipú com relação ao evento; e o telefonema do México para a família Rapallini. Tudo isso resulta em um relato que nos esforçamos por entender.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos