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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Chuva de Rãs

Em maio de 1981, residentes da cidade grega de Naphlion acordaram com uma chuva de rãs verdes. Milhares das pequenas criaturas anfíbias, pesando apenas poucos gramas, caíam do céu e estatelavam-se nas ruas. Cientistas do Instituto Meteorológico de Atenas apressaram-se a dar as explicações usuais. Descobriu-se que um redemoinho no norte da África sugara as rãs de um pântano e transportara-as por uns 960 quilômetros através do Mediterrâneo, despejando-as nas ruas de Naphlion.
Por incrível que possa parecer, poucas das rãs morreram como resultado da violenta viagem. Na verdade, elas se adaptaram muito bem ao novo ambiente. Alguns dos cidadãos locais, no entanto, disseram que não conseguiram dormir à noite, pois ao coaxar os imigrantes anfíbios faziam muito barulho.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Sonhe e Ganhe Dinheiro

Os céticos gostam de zombar dos médiuns, dizendo: se a percepção extra-sensorial realmente funciona, por que eles não ganham fortunas nas corridas de cavalos? Na verdade, existem muitas provas de que alguns deles já ganharam bastante dinheiro.
A British Broadcasting Company transmitiu uma série de programas sobre pesquisas mediúnicas em 1934. Entre os participantes estava Edith Lyttleton, ex-delegada junto à Liga das Nações e talentosa médium. Ela devotou toda apresentação ao tema precogitação; terminada a transmissão, solicitou aos ouvintes que relatassem suas próprias experiências. Em seguida, Edith passou a seguir atentamente e de forma sistemática os casos mais promissores, especialmente aqueles para os quais podia ser encontrada documentação. Surpreendentemente, um número extraordinário de casos foi relatado por pessoas cujas experiências de precogitação tinham relação com corrida de cavalos. Muitas das testemunhas haviam até mesmo usado as informações para fazer apostas. Um dos correspondentes de Edith Lyttleton era uma tal de sra. Phyliss Richards, cuja experiência ocorrera no ano anterior.
- Viajei de Belfast a Liverpool na noite de quinta-feira, 23 de março de 1933, para ver o Grand National, a ser disputado no dia seguinte - declarou a sra. Richards. - Durante a travessia, percebi que esquecera minha capa impermeável e fiquei meio preocupada. Fui dormir e sonhei que estava na corrida, chovia muito e que um cavalo, cujo nome começava com a letra "K" e terminava com "jack", vencera o páreo, embora não tivesse sido o primeiro cavalo a cruzar o disco de chegada.
A sra. Phyliss Richards acabou fazendo uma pequena aposta no cavalo Kellesboro Jack, que cruzou o disco logo atrás de um cavalo cujo jóquei caíra no meio do caminho. E ela ganhou.
Depois de ouvir essa narração, Edith Lyttleton e uma colega conseguiram descobrir um dos personagens aos quais a sra. Phyliss Richards contara o sonho antes da realização do páreo. O homem confirmou inteiramente o fato e também ganhara dinheiro com o "palpite". Edith Lyttleton publicou diversos casos similares em 1937, concluindo que certas pessoas podem tirar grandes proveitos (em todos os sentidos da palavra) levando a sério seus sonhos.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

As Enguias de Atlântida

A memória instintiva dos animais faz com que eles se reúnam em bandos e atravessem milhares e milhares de quilômetros de terra e mar. A migração de enguias até determinado ponto no oceano Atlântico é um exemplo interessante e muito curioso desse fenômeno.
Uma vez a cada dois anos, as enguias dos lagos e rios da Europa nadam em direção ao oeste para o Atlântico, onde, em grandes cardumes, cruzam o oceano rumo ao mar de Sargaços. Nesse local, elas se encontram com a grande massa de enguias do continente americano, que, por sua vez, seguem para o leste até aquele mesmo ponto.
Aristóteles, grande filósofo grego do século 4 a.C, notou a migração das enguias da Europa, porém não sabia nada a respeito da migração no sentido oeste-leste dos animais que vinham do ainda desconhecido continente americano. Acredita-se que a concentração de algas marinhas no mar de Sargaços seja o motivo pelo qual as duas populações de enguias fazem peregrinações até ali, pois a imensa quantidade de algas submersas tenderia a proteger seus ovos. Depois da desova, as enguias adultas morrem e os filhotes de enguias americanas, quando suficientemente desenvolvidos, retornam em direção ao oeste para as Américas, enquanto os filhotes europeus nadam rumo ao leste, para a Europa. Ambas as espécies são auxiliadas pelas correntes do Atlântico, que fluem no sentido horário.
Por que há tanta alga marinha no mar de Sargaços? Seria possível que em certa época existisse ali um continente no meio do Atlântico? Como a Atlântida, por exemplo?
Se for verdade que a Atlântida submergiu rapidamente, parte da vegetação que possuía pode ter se adaptado e se transformado em algas marinhas que ainda crescem naquele que agora é um continente submarino, ponto original de desova das enguias, que permanece vivo em sua memória ancestral e instintiva.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Plantas Alucinógenas

Viajantes da Amazônia relataram que os nativos da região entram, algumas vezes, em transes mediúnicos quando ingerem o sumo destilado de certas plantas.
O dr. William McGovern era assistente do administrador de etnografia sul-americana, no Field Museum of Natural History, quando fez suas pesquisas nos anos 20. Ele estava estudando os povoados nativos do rio Amazonas, onde observou os índios preparando uma bebida psicodélica, feita com base em agente químico alucinógeno chamado "harmaline", encontrado na planta trepadeira Banisteriopsis caapi.
- Alguns daqueles índios - conta ele - caíram em um estado de transe particularmente profundo, durante o qual demonstravam adquirir poderes telepáticos. Dois ou três dos homens descreveram o que estava acontecendo em malocas localizadas a centenas de quilômetros de distância, muitas das quais eles jamais haviam visitado, e cujos moradores eles não conheciam, mas cujas descrições pareciam combinar exatamente com o que eu sabia sobre os lugares e as pessoas envolvidas. Mais extraordinário ainda é que, naquela noite em particular, o feiticeiro da tribo local informou-me que o cacique de certa tribo, assentada em região distante chamada de Pirapanema, morrera. Anotei essa declaração em meu diário e, semanas mais tarde, quando chegamos à tribo em questão, descobri que as afirmações do feiticeiro estavam corretas nos mínimos detalhes.
A "harmaline" foi posteriormente importada pela Europa, onde pesquisadores do Instituto Pasteur, da França, realizaram experiências alucinógenas com ela. Eles relataram que os pacientes entraram em transe mediúnico tão profundo, depois de ingeri-la, que resolveram mudar o nome da droga para "telepathine".

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Alvo: Tunguska

Pouco depois do nascer do sol no dia 30 de junho de 1908, alguma coisa vinda do espaço caiu sobre a região central da Sibéria, na União Soviética. A erupção que provocou, detectada em sismógrafos localizados em pontos tão distantes quanto os EUA e a Europa central, foi uma das maiores explosões que o mundo já conheceu. Durante algumas semanas após o acontecido, poeira e fragmentos atirados para o alto pela gigantesca conflagração coloriram céus e crepúsculos do globo terrestre. As bússolas foram afetadas no mundo inteiro no momento do impacto e cavalos chegaram a cair em cidades a milhares de quilômetros de distância do epicentro.
A área imediata, a região pedregosa da bacia do rio Tunguska, foi quase que totalmente devastada. Muitos hectares de terras permanentemente transformaram-se instantaneamente em um rio caudaloso. Árvores foram arrancadas em uma área de 40 quilômetros e seus troncos ficaram sem galhos e até mesmo sem a casca. A floresta pegou fogo. Bandos de animais e alguns povoados isolados foram bruscamente incinerados, sem qualquer possibilidade de fuga. Os caçadores Tungus, povo primitivo da região, ao voltarem para suas casas "encontraram apenas cadáveres calcinados". Naquela noite, na Europa, a noite não caiu. Em Londres, um jornal podia ser lido à meia-noite; na Holanda as pessoas podiam fotografar os navios que navegavam pelo Zuider Zee.
Devido à distância e à dificuldade de acesso a Tunguska, o primeiro cientista a chegar ao local da tragédia foi o dr. Leonid A. Kulik, de Petrogrado, especialista em meteoritos que liderou uma expedição ao local em 1927. Sessenta anos depois, a origem da gigantesca explosão de Tunguska é ainda motivo de polêmica.
Terá sido um cometa caprichoso? Uma diminuta massa de anti-matéria que atingiu e possivelmente passou através da Terra? Ou o gerador nuclear de uma espaçonave avariada, desviando para não atingir os centros altamente povoados da Terra? Cada teoria tem seus proponentes e seus problemas. Algumas testemunhas, entrevistadas por Kulik e por outros investigadores, relataram ter visto uma bola de fogo com uma longa cauda, imagem que pode tanto indicar um meteorito quanto um cometa. Mas se o objeto de Tunguska era realmente um meteorito, o que aconteceu com a cratera e, mais importante ainda, onde foi parar o meteorito? Os cientistas não encontraram nada. E, se foi um cometa, por que ele não foi visto mais cedo, quando de sua aproximação? Além disso, se considerarmos que os cometas são, em sua maioria, "bolas de neve" gasosas, de onde veio a imensa energia, estimada em trinta megatons?
Físicos especializados em partículas profetizaram há muito tempo a presença do que eles chamam de anti-matéria, imagens refletidas ou anti-partículas do próton, do nêutron, do elétron etc., mas com carga negativa. No entanto, a anti-matéria que conhecemos tem uma vida extremamente curta. Um pequeno corpo de anti-matéria, se entrasse em contato com a matéria normal, resultaria em uma súbita e tremenda liberação de energia. Infelizmente para a hipótese, ninguém espera encontrar pedaços de anti-matéria flutuando nesta parte do universo.
O evento de Tunguska poderia ter sido causado por uma nave espacial extraterrestre, porém as provas são inteiramente inconclusivas. Alguns pesquisadores soviéticos encontraram leituras anômalas de radioatividade no local devastado, outros não detectaram nada. Além disso, a espaçonave também precisaria se vaporizar completamente na explosão, porque não foram encontrados fragmentos metálicos fora do comum.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos


O Gato que Voltou para Casa

A ciência está longe de entender o motivo pelo qual os animais voltam para casa. Orientação pela posição do Sol ou pelo campo magnético da Terra representa uma possibilidade. Contudo, que podemos dizer de animais perdidos que encontram o caminho de casa através de territórios desconhecidos? O caso de Sugar, o gato que voltou para casa, representa um mistério ainda não desvendado.
Sugar, um gato persa de cor amarela, era o orgulho e a alegria do casal Stacy Woods, de Anderson, Califórnia. Os dois decidiram mudar de casa em 1951, porém, como Sugar tinha medo de carros, eles, relutantemente, decidiram deixá-lo para trás com vizinhos. Dirigir o carro até a nova residência em uma fazenda de Oklahoma já seria suficientemente difícil, sem a necessidade de ter um gato medroso para cuidar. Os Woods rumaram para a cidade de Gage e, provavelmente, não voltaram a pensar no gato enquanto arrumavam a nova casa.
Um dia, catorze meses depois, a sra. Woods estava junto ao celeiro quando um gato pulou pela janela, caindo bem em seu ombro. Ela naturalmente ficou assustada e afastou o bichano. Mas, olhando mais atentamente, a sra. Woods viu que ele, sem dúvida, parecia-se com Sugar. Ela e o marido logo adotaram o felino e sempre comentavam a semelhança.
A despeito da coincidência, nem o marido nem a mulher acreditavam realmente que aquele gato fosse Sugar, até alguns dias mais tarde. O sr. Woods estava acariciando o pequeno animal, quando lhe notou o osso ilíaco deformado. Era exatamente este o defeito de Sugar. Quando, finalmente, entraram em contato com os antigos vizinhos na Califórnia, os Woods ficaram sabendo que o bichano desaparecera algumas semanas após a partida. Os vizinhos não quiseram contar nada ao casal sobre o sumiço do felino, temendo que eles pudessem ficar tristes com a notícia.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Caso Thompson-Gifford

O cenário era New Bedford, cidade costeira em Massachusetts, onde dois homens diferentes gostavam de fazer longos passeios exploratórios. O primeiro desses homens, artesão comum e pintor domingueiro, chamava-se Frederic Thompson; o outro era o internacionalmente aclamado pintor Robert Swain Gifford. Thompson gostava de caçar ao longo da costa e, em raras ocasiões, encontrava-se com Gifford, que adorava pintar as cenas sugeridas pela paisagem local.
A estranha odisséia paranormal de Thompson começou no verão de 1905, quando ele, de repente, sentiu grande necessidade de pintar e de fazer alguns esboços. A mente do artesão passou a ser continuamente invadida por cenas de paisagens, e ele chegou mesmo a pensar que parte de sua personalidade pudesse estar, de alguma forma, ligada a Gifford. Thompson não sabia que o famoso pintor morrera, e foi somente algum tempo mais tarde, quando estava trabalhando em Nova York, que descobriu esse fato. Caminhando por uma rua, durante o horário do almoço, Thompson descobriu a galeria de arte onde os quadros do falecido R. Swain Gifford estavam em exposição. O choque foi tão grande que ele desmaiou. A última coisa de que se lembrava, antes dessa rápida perda de sentido, foi uma voz, que dizia:
- Você está vendo minha obra. Prossiga com o trabalho.
Ao final do ano, a personalidade de Thompson começou a se desintegrar, e o artesão não conseguia mais trabalhar direito. Ainda se sentia compelido a pintar e a desenhar esboços, e os resultados, de modo geral, eram cópia fiel do estilo de Gifford. Finalmente, ele procurou o professor James H. Hyslop, que, na ocasião, estava à frente da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas, em Nova York.
Hyslop, bem treinado na psicologia de seu tempo, não ficou impressionado com a história de Thompson. Ele achou que aquele homem estava, provavelmente, se candidatando a ter um colapso nervoso. Mesmo assim, o professor sentiu que valeria a pena fazer uma pequena experiência. Como estava para visitar um médium logo depois da entrevista, Hyslop decidiu levar Thompson. Talvez, imaginou, o médium pudesse ajudar a diagnosticar os problemas do artesão. A sessão acabou sendo produtiva, pois o médium sentiu, imediatamente, que havia um pintor no recinto, e chegou até a descrever a paisagem que estivera perturbando a mente de Thompson.
O mistério aprofundou-se ainda mais em julho de 1907, quando Thompson deu a Hyslop uma série de esboços que mostravam duas cenas diferentes: um grupo de cinco árvores isoladas e dois carvalhos retorcidos pelo tempo, em um contorno costeiro selvagem.
Desejando investigar o caso por conta própria, Thompson foi visitar a viúva de Gifford em Nonquitt, pequena cidade no Estado de Massachusetts. Ali descobriu que o esboço das cinco árvores combinava perfeitamente com o quadro inacabado de propriedade da sra. Gifford. Seu marido estivera trabalhando naquele quadro pouco antes de morrer. No mês de outubro daquele mesmo ano, Thompson descobriu a cena que inspirara o esboço dos dois carvalhos retorcidos e da paisagem costeira no litoral de New Bedford.
Hyslop publicou o estudo do caso nos Processos da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas, em 1909. O próprio Thompson tornou-se, posteriormente, pintor de sucesso, expondo trabalhos durante quase duas décadas nas mais famosas galerias de arte de Nova York.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

A Casa que Sangra

Os investigadores da divisão de homicídios da polícia de Atlanta estão acostumados com sangue. É uma coisa que eles investigam, juntamente com corpos de pessoas que são mortas com armas de fogo, armas brancas e que são até mesmo espancadas. Mas eles não estavam preparados para a visão de sangue sem corpo, especialmente sangue saindo das paredes e empoçando no chão da casa de um casal de velhos da Geórgia, William Winston, 75 anos, e sua mulher Minnie, 77 anos.
Minnie Winston notou pela primeira vez sangue brotando do chão do banheiro "como um irrigador de aspersão" em setembro de 1987, quando foi tomar banho em sua casa de três dormitórios, construída havia 22 anos. O casal telefonou para a polícia pouco depois da meia-noite do dia 9, quando os dois encontraram mais sangue jorrando de paredes e assoalhos em cinco cômodos separados.
- Não estou sangrando - declarou Willian Winston. - Minha mulher não está sangrando. E não há mais ninguém aqui.
Winston fora deitar-se por volta das 21h30, depois de trancar as portas e ligar o sistema do alarme de segurança. Nem ele nem sua mulher ouviram ruídos estranhos, e o alarme não foi disparado.
Steve Cartwright, investigador da divisão de homicídios da polícia de Atlanta, admitiu que os policiais encontraram "uma grande quantidade de sangue" espalhada por toda a casa, mas não encontraram nenhum cadáver, quer de animal quer de ser humano, de onde aquele sangue poderia ter saído. O Laboratório de Criminalística do Estado da Georgia confirmou no dia seguinte tratar-se de sangue humano. Cal Jackson, porta voz da polícia de Atlanta, declarou que o departamento estava tratando o incidente "como uma circunstância incomum, não temos um corpo nem um motivo para o sangue".

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Idiomas Reencarnados

O que aconteceria se você hipnotizasse alguém e essa pessoa começasse a falar um idioma antigo? Foi o que aconteceu com o dr. Joel Whitton, conhecido psiquiatra canadense e cético explorador da questão da reencarnação.
Desde o famoso caso de Bridey Murphy nos anos 50, os psicólogos contemporâneos têm tentado fazer com que seus pacientes regridam a suas vidas anteriores. Poucos deles conseguiram descobrir alguma coisa de interesse, mas isso não impediu que Whitton também tentasse. O principal cliente do psiquiatra era um psicólogo profissional, que, durante o trabalho hipnótico em conjunto, começava a lembrar e a ouvir idiomas estrangeiros que ele, aparentemente, falara durante duas vidas anteriores. O que gradativamente emergiu foram lembranças de uma existência viking, aproximadamente do ano 1000, e uma encarnação ainda mais antiga na Mesopotâmia.
Ao relatar o caso perante a Toronto Society for Psychical Research, uma sociedade canadense de pesquisas de fenômenos psíquicos e mediúnicos, Whitton afirmou que o paciente recordara perfeitamente 22 palavras de norsk, idioma precursor do moderno islandês e língua usada pelos antigos vikings. Muitas dessas palavras, inclusive algumas relativas a temas do mar, foram identificadas e traduzidas por dois especialistas versados em norsk.
O homem pesquisado por Whitton, cuja identidade não foi revelada, nunca falou nada no idioma mesopotâmico do século 7, porém chegou a escrever algumas palavras isoladas que se parecem com sassanid pahlavi, uma língua morta falada na Pérsia, entre os séculos 3 e 7.
Whitton não afirma com certeza absoluta que esse caso possa provar a existência da reencarnação. Concorda ser possível, mas não provável, que seu paciente tenha aprendido as palavras de alguma fonte normal.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Os Rostos de Bélmez

Uma das casas mal-assombradas mais malucas de que se tem notícia foi localizada na Espanha, em 1971, quando estranhos rostos começaram a aparecer em um casebre no pequeno povoado de Bélmez.
O caso veio a furo pela primeira vez em agosto, quando Maria Pereira, dona de casa do lugarejo, descobriu que "se formara" um rosto feminino na pedra do fogão a lenha de sua cozinha. Ela tentou raspá-lo, mas ele parecia emergir diretamente da pedra. Maria chegou até a cobrir o rosto com uma camada de argamassa, porém, mesmo assim, a imagem persistiu ali. Então começaram a surgir rostos no chão da cozinha, que, algumas vezes, desapareciam com o correr do dia ou mudavam de expressão.
Não demorou para que a casa se transformasse em um ponto turístico local, e Maria Pereira começou a cobrar ingresso das pessoas que queriam ver os rostos. Centenas de turistas começaram a afluir à casa, até que autoridades políticas e religiosas do local ordenaram o término daquela visitação pública.
Felizmente, nessa altura, o dr. Hans Bender, da Universidade de Freiburg, na Alemanha, tomou conhecimento do caso. Bender, um dos mais famosos parapsicólogos germânicos, decidiu investigar o estranho fenômeno, em colaboração com o dr. Germán de Argumosa, da Espanha. Para testar os rostos, os dois pesquisadores prenderam uma chapa de plástico no chão da cozinha. Ela foi deixada ali durante várias semanas, sendo retirada apenas quando a água ficou condensada embaixo dela. Os rostos continuaram a se formar, mesmo nessas condições de controle. Apareceram de forma consistente durante todo o ano de 1974, e, embora a sra. Maria Pereira construísse nova cozinha na casa, não demorou para que rostos começassem a aparecer também ali.
O professor Argumosa testemunhou pessoalmente a materialização de um rosto, no dia 9 de abril de 1974. Conseguiu fotografá-lo, apesar de a imagem desaparecer logo em seguida. O emprego de documentação fotográfica elimina qualquer possibilidade de insinuar que os rostos tenham sido alucinações, ou mesmo configurações ocasionais formadas na pedra.
Com o objetivo de realizar novos testes para evitar fraudes, Argumosa e colegas verificaram se os rostos podiam ser feitos com tintas artificiais. Os resultados de seus estudos químicos foram mostrados na edição de novembro de 1976 da Schweizerisches Buletin für Parapsychologie, publicação suíça especializada em casos de parapsicologia, e não foi descoberto nada de suspeito.
O motivo do curioso fenômeno jamais veio a ser definitivamente esclarecido. Alguns dos moradores do povoado cavaram o chão da cozinha da sra. Maria Pereira e encontraram alguns velhos ossos enterrados ali. Correu o boato de que a casa teria sido construída sobre um antigo cemitério, a última morada de mártires cristãos assassinados por mouros no século 11.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Visão Mediúnica

Quando uma dona de casa em Watts, bairro de moradores predominantemente negros de Los Angeles, teve a visão de que havia um corpo enterrado em seu quintal, o investigador de casos de mortes suspeitas interessou-se por obter maiores detalhes.
A história começou em 17 de julho de 1986, quando a mulher relatou para a polícia a visão do cadáver. Tinha ela visões mediúnicas havia algum tempo, e finalmente decidira tomar providências. A dona de casa e uma amiga começaram a cavar, e logo descobriram parte de um crânio humano e fragmentos de ossos. Essas descobertas foram de tal forma estimulantes que o Departamento de Polícia de Los Angeles e o Esquadrão de Busca continuaram as escavações e encontraram mais coisas.
De onde vieram os ossos? As autoridades policiais ainda não sabem ao certo. Tomando por base restos mortais fragmentados e espalhados, não é possível determinar o sexo ou a causa da morte da pessoa enterrada, nem há quanto tempo os ossos jaziam ali. A dra. Judy Suchy, antropóloga forense que trabalha com o investigador, está encarregada de realizar experiências com os fragmentos, na esperança de encontrar resposta para essa pergunta.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Emissões Elétricas do Cérebro

Hans Berger é lembrado nos dias de hoje como o pai da encefalografia, estudo científico das ondas cerebrais. No entanto, pouca gente sabe que o interesse de Berger pelas emissões elétricas do cérebro surgiu do desejo de explicar a percepção extra-sensorial.
A curiosidade do cientista pelos fenômenos paranormais originou-se de uma experiência por que ele passou quando contava 19 anos. Berger, na ocasião servindo o Exército e participando de alguns exercícios militares em Würzberg, Alemanha, andava a cavalo quando o animal caiu. Ele quase foi esmagado pelas rodas de uma carroça, mas os cavalos pararam a tempo.
Naquela mesma noite, Berger recebeu um telegrama do pai perguntando se estava tudo bem com ele. Foi a única ocasião em que o jovem recebeu uma mensagem demonstrando preocupação. Posteriormente, ficou sabendo o motivo da comunicação. No momento exato da queda, a irmã mais velha tivera súbito pressentimento de que algo estava errado com o irmão e insistira para que os pais enviassem o telegrama.
- O incidente foi exemplo claro da transmissão espontânea do pensamento - declarou Berger. - No momento do perigo, atuei como um tipo de transmissor, e minha irmã transformou-se em um receptor.
Berger aprofundou-se no estudo do cérebro, com a esperança de encontrar explicação física para a telepatia. Não conseguiu, porém sua pesquisa ajudou os cientistas a entenderem melhor os ritmos elétricos do cérebro.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

O Pássaro Gigante

Às 20h10 do dia 25 de julho de 1977, Marlon Lowe, menino de 10 anos de Lawndale, Illinois, teve uma experiência que a ciência considera impossível: ele foi levantado do chão e transportado pelo ar por um pássaro imenso.
O primeiro habitante de Lawndale a perceber alguma coisa estranha no ar foi um homem chamado Cox, que viu dois grandes pássaros semelhantes a condores vindos do sudoeste. Naquele momento, Marlon estava correndo com alguns amigos, sem perceber que logo atrás dele dois pássaros gigantes, diferentes de qualquer espécie existente no Estado de Illinois, voavam a cerca de 2,50 metros de altura do solo. O menino ainda estava correndo, quando um deles o agarrou e transportou-o pelo ar.
Sua mãe, Ruth Lowe, viu tudo e gritou aterrorizada, correndo atrás dos pássaros. Depois de carregá-lo por uns 100 metros, a criatura soltou Marlon, que caiu, mas não se machucou. Os dois pássaros voaram em direção ao nordeste. No total, seis pessoas testemunharam o incrível evento.
A sra. Lowe declarou que os pássaros pareciam enormes condores, com bico de 15 centímetros e pescoço de 45 centímetros, e um anel branco no meio do pescoço. Com exceção do anel, os pássaros eram pretos. Cada asa tinha, pela estimativa mais conservadora, 1,20 metro de comprimento.
Mesmo com seis testemunhas, a história era tão incrível que, embora atraísse divulgação em âmbito nacional, ninguém acreditou nela, e a família Lowe viu-se sujeita a uma perseguição odiosa. O guarda-florestal local chamou a sra. Lowe de mentirosa. Pessoas desconhecidas começaram a deixar pássaros mortos junto à porta da casa deles. Os adolescentes locais passaram a perturbar Marlon, chamando-o de "Bird Boy" (Menino Pássaro).
A tensão do ataque original e de suas conseqüências foi tal que os cabelos de Marlon, antes ruivos, tornaram-se grisalhos. Durante mais de um ano, depois do incidente, ele se recusou a sair de casa à noite.
Dois anos mais tarde, recordando aquele episódio, a sra. Lowe contou aos investigadores Loren e Jerry Coleman:
- Nunca esquecerei como aquela coisa enorme curvou o pescoço com o anel branco e pareceu bicar meu filho, enquanto o levava para longe de mim. Eu estava junto à porta, e tudo o que vi foram os pés de Marlon balançando no ar. Não existem pássaros por aqui que pudessem tê-lo levantado daquele jeito.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

O Fluxo Mediúnico

Alguns especialistas acreditam que recebemos impressões mediúnicas continuamente durante o dia, mesmo que essas mensagens jamais entrem em nosso consciente. Essa idéia era simplesmente uma teoria, até os anos 60, quando E. Douglas Dean, um engenheiro eletricista de Nova Jersey, decidiu demonstrá-la.
Partindo de algumas pesquisas realizadas anteriormente na Tchecoslováquia, Dean usou duas pessoas para seus experimentos. O primeiro sujeito, o "receptor", foi colocado sozinho em uma sala, os dedos presos a um aparelho para medir o fluxo sangüíneo no corpo. Enquanto isso, em uma outra sala, o "emissor" começou a trabalhar. Ele - ou ela - estudava uma série da cartões em branco ou então com um nome escolhido a esmo. Em geral, um nome significativo para o emissor ou para o receptor. Dean esperava que, quando o emissor ficasse estimulado ao deparar com um nome emocionalmente significativo, o receptor também reagiria. Tal reação seria demonstrada no gráfico do aparelho, que indicaria um aumento nas pulsações.
A experiência foi bem-sucedida, mas não da forma esperada. O que aconteceu foi que o fluxo sangüíneo do receptor reagiu quando o emissor olhou para nomes significativos para seu companheiro de experimento. Parecia que o subconsciente do sujeito estava constantemente vigilante durante o teste, à procura de quaisquer mensagens que pudessem ser importantes. Embora os sujeitos não estivessem cientes de quando os sinais de PES eram recebidos, seus corpos sutilmente reagiam a eles.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

sábado, 7 de dezembro de 2024

A Previsão da Morte de John Lennon

O médium Alex Tanous estava sendo entrevistado por Lee Speigel, para o programa radiofônico Unexplained Phenomena (Fenômenos Inexplicáveis), da NBC. Os dois estavam sentados no escritório da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas, localizado na rua 73 Oeste, na cidade de Nova York, bem em frente ao edifício de apartamentos Dakota.
Speigel pediu uma previsão especial, que pudesse interessar os ouvintes de todo o país - a audiência era de fãs de rock na faixa de 18 a 44 anos.
- A previsão que vou fazer - disse Tanous - é que um astro muito famoso do mundo do rock terá morte prematura, e que isso poderá acontecer a qualquer momento, a partir de agora. Refiro-me à morte prematura, porque existe algo estranho com seu passamento, mas o caso irá afetar a consciência de muita gente, por causa de sua fama.
Sem mencionar o nome, Tanous acrescentou que o astro podia ter nascido em um outro país, porém estava morando nos EUA.
O programa foi transmitido em 8 de setembro de 1980. Três meses depois, John Lennon, o astro do rock nascido na Inglaterra, que morava na cidade de Nova York, foi alvejado e assassinado à entrada do Edifício Dakota, visível pelas janelas do escritório em que Tanous estivera sentado quando previu que haveria um evento trágico.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Os Homenzinhos do Espaço

Histórias dos chamados "homenzinhos do espaço", que estariam habitando nosso planeta, são tão difundidas que, de duas, uma: ou sociedades anteriores tinham uma tendência peculiar em se divertir com contos de fadas similares, a despeito das vastas diferenças geográficas e culturais, ou algum estímulo, ainda não estudado a fundo, deu origem às fantásticas histórias.
Na América Central, por exemplo, diminutos humanóides, semelhantes a anões, são conhecidos como ikals e wendis. Na língua indígena tzeltal, os ikals são seres cabeludos, com 90 centímetros de altura, que vivem em cavernas como morcegos. A respeito deles, Brian Stoss, antropólogo da Universidade de Berkeley, com base em relatos contemporâneos, declara:
- Há uns vinte anos, talvez menos, muitas pessoas viram essas criaturas, e muita gente, ao que tudo indica, tentou atacá-las com facões. Um homem chegou a ver uma pequena esfera que o seguia, a cerca de 1,50 metro. Depois de várias tentativas, ele, finalmente, a golpeou com o facão, e a esfera se desintegrou, deixando apenas uma substância semelhante a cinza.
Stoss também foi informado de que o íkal paralisou e seqüestrou mulheres índias, levadas para suas cavernas e forçadas a manter relações sexuais uma vez por semana, dando à luz crianças que aprendiam a voar,
Essas histórias nos levam a fazer comparações curiosas com experiências dos dias de hoje, relatadas por pessoas que foram levadas para o interior de discos voadores, e que dizem ter visto pequenas entidades humanóides que paralisam e engravidam as vítimas. Seriam os homenzinhos de antigamente precursores dos ocupantes dos OVNIs de hoje? Em caso positivo, talvez devêssemos procurar espaços interiores, e não exteriores, para buscarmos suas raízes originais.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Percepção Extra-Sensorial e Ataque Aéreo

Ruth-Inge Heinze, antropóloga alemã, renomada estudiosa de religião e xamanismo, leciona atualmente no Califórnia Institute of Integral Studies, em San Francisco. Mas, se não fosse por seu sexto sentido, ela teria perdido a vida na Segunda Guerra Mundial.
O caso ocorreu por ocasião dos ataques dos Aliados na Alemanha, quando a dra. Heinze buscava refúgio nos abrigos antiaéreos. Durante um desses ataques, entretanto, o pânico foi tão intenso que a antropóloga não conseguiu chegar ao abrigo. Em vez de continuar correndo, a dra. Heinze procurou segurança na entrada de um edifício público.
- Estilhaços de metralha dos canhões antiaéreos caíam como chuva por todos os lados - narrou, posteriormente. - Centenas de canhões, grandes e pequenos, disparavam sem parar contra dezenas de aviões. O nicho onde me abriguei mal me dava proteção. De repente, no entanto, senti uma vontade incontrolável de sair correndo pela rua, em direção à casa mais próxima, localizada a uns 100 metros de distância. Não fui atingida pelos estilhaços por milagre, pois eles caíam a meu redor. No momento em que cheguei à casa, o prédio onde eu estivera abrigada foi atingido por uma bomba e ficou completamente destruído. De certa forma, percebi que a bomba estava para cair exatamente ali.
Hoje, Heinze simplesmente limita-se a sorrir, quando os céticos tentam dizer-lhe que a PES não existe.

domingo, 1 de dezembro de 2024

Baterias Humanas

De maneira ainda desconhecida, a eletricidade em uma tomada na parede parece intimamente ligada ao sistema nervoso dos seres humanos, embora a ciência pareça relutante em reconhecer o equivalente biológico. No entanto, existiram algumas pessoas cujas "baterias" eram de natureza incomum e supercarregadas, como as de Angelique Cottin, garota francesa de 14 anos, cujas inexplicáveis propriedades eletromagnéticas foram objeto de estudos por parte da Academia de Ciências.
A partir do dia 15 de janeiro de 1846, e durante as dez semanas seguintes, Angelique deixou ponteiros de bússolas completamente malucos. Objetos, e até mesmo móveis pesados, afastavam-se a seu toque e vibravam em sua presença. Quaisquer que fossem suas estranhas forças, a Academia resolveu chamá-las de "eletromagnetismo". A força parecia ter origem no lado esquerdo da jovem, conforme opinião de especialistas, particularmente no cotovelo e no pulso. Além disso, os poderes da garota pareciam aumentar de intensidade à noite. Durante um ataque, Angelique costumava ter convulsões, e a pulsação do coração chegava a 120 batidas por minuto.
Outro ser humano supercarregado foi a adolescente americana Jennie Morgan, de Sedalia, Missouri, que, supostamente, emitia faíscas de descarga elétrica entre ela e qualquer pessoa que se aproximasse, chegando, algumas vezes, a deixar inconscientes as pessoas. Os animais ficavam agressivos e fugiam a sua presença.
Certa jovem de Ontário chamada Caroline Clare passou a demonstrar sintomas similares, logo após um mal não diagnosticado, durante o qual ela passou a descrever lugares que, na realidade, jamais visitara. A doença durou um ano e meio. Quando os sintomas desapareceram, a pequena ficou de tal forma magnetizada que os talheres colavam em seu corpo com tanta força que precisavam ser puxados por outra pessoa. Caroline também foi motivo de estudos, dessa vez realizados pela Associação Médica de Ontário.
A mais poderosa bateria humana deve ter sido Frank McKinstry, de Joplin, Missouri. Era tão carregado de energia que chegava a grudar no solo. Se McKinstry parasse de caminhar, por exemplo, era incapaz de dar mais um passo, a menos que outras pessoas o levantassem do chão, interrompendo o circuito elétrico.

Charles Berlitz

O livro dos Fenómenos Estranhos