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sábado, 28 de dezembro de 2024

Uma Premonição Especial

Os desastres são, muitas vezes, precedidos por visões, sonhos, ou pesadelos que vaticinam o evento. Muitas dessas premonições acontecem durante o sono, porém a incrível visão da sra. Lesley Brennan ocorreu na Inglaterra, quando ela estava desperta, e veio pela televisão.

Na manhã do sábado, 12 de junho de 1974, o filme a que ela assistia pela televisão foi interrompido por um boletim especial, anunciando que uma explosão destruíra a Flixborough Nypro, indústria química próxima de sua casa e que produzia materiais usados na fabricação de náilon. Informava ainda o boletim que várias pessoas haviam morrido. Por volta do meio-dia daquele mesmo sábado, duas amigas foram visitá-la, e ela perguntou se haviam ouvido falar sobre o acidente. Elas não sabiam de nada.
Ambas nem sequer haviam tomado conhecimento. Na verdade, a explosão ocorreu realmente às 16h53. O número de mortos chegou a 28, com muitos feridos. Quando ouviram a notícia pela televisão, as três mulheres a princípio pensaram que os comentaristas estivessem dando os detalhes de forma incorreta. Mas o jornal do dia seguinte indicou o verdadeiro momento da explosão.
Lesley Brennan não tinha explicação para o que sucedera. Talvez tenha caído no sono e sonhado com a transmissão jornalística. Independentemente do que possa ter havido, o fato é que ela contara a história do evento a duas amigas quase cinco horas antes de ele realmente ocorrer.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Do Sonho à Realidade

Um dos piores desastres na história da aviação comercial ocorreu no Aeroporto O'Hare de Chicago, no dia 25 de maio de 1979. Foi o terrível dia em que um DC-10 da American Airlines sofreu um acidente na decolagem, matando todos os seus tripulantes e passageiros. O acidente chocou o país, mas não chegou a surpreender um homem de meia-idade de Cincinnati, Ohio. A partir do dia 16 de maio, Dave Booth, que trabalhava em uma agência de aluguel de carros, passara a ter sonhos com um terrível acidente aéreo todas as noites.
- O sonho começava - revelou ele posteriormente -, e eu me via olhando para um campo a partir do canto de um prédio térreo. A construção, feita de tijolos amarelos, tinha o teto cheio de cascalhos. As janelas que davam para o campo pareciam estar protegidas com papel colado. A impressão que recebia do edifício era de que deveria ser uma escola. No entanto, o prédio fazia lembrar também algum tipo de fábrica. Atrás do edifício havia um estacionamento cheio de cascalhos, com uma pista que dava a volta pela construção e então seguia em direção à estrada principal, que ficava às minhas costas. Olhando para o campo, via uma fileira de árvores de noroeste a sudeste. Todas as árvores e a grama eram verdes. Sei que era tarde, porque o sol estava se pondo a oeste. Olhando sobre a fileira de árvores, rumo nordeste, vi um grande avião no ar. A primeira impressão que tive é que, por estar tão perto de mim, aquele avião devia estar fazendo um ruído muito mais alto. Percebi que havia alguma coisa errada com o motor. O avião então desviou-se para a direita, seguindo em direção a leste. A asa esquerda se elevou no ar, muito lentamente, mas não em câmara lenta, o avião girou de cabeça para baixo e foi diretamente para o solo. Vi o avião bater. Era como se eu estivesse olhando o avião de frente, e não de lado nem por trás. Quando o aparelho se chocou contra o solo, houve uma enorme explosão. Não consigo pensar em nenhuma palavra para descrevê-la, exceto que ela foi pavorosa... Quando o ruído começou a morrer, acordei. A aeronave que eu vi em meus sonhos era um aparelho de três motores da American Airlines.
O desastre aconteceu nove dias depois que os sonhos de Booth começaram, quando um DC-10 da American Airlines sofreu um acidente logo após a decolagem às 15h03, em Chicago. A aeronave perdeu um motor logo após decolar, em seguida perdeu altitude e colidiu em um aeroporto abandonado adjacente ao O'Hare. Testemunhas falaram sobre o estranho silêncio do aparelho, como se seus outros motores tivessem falhado. O avião também girou perpendicularmente e bateu no solo primeiro com a asa esquerda. Depois, colidiu com um hangar e explodiu, com chamas que se elevaram a 120 metros.
Felizmente, as provas da previsão de Booth não residem apenas em seu testemunho pessoal. Quando os sonhos começaram a se repetir, ele ficou tão preocupado que entrou em contato com a American Airlines e com a Cincinnati Aviation Administration. Eles não sabiam o que fazer, tendo em vista a advertência telefônica. Foi então que Booth ligou para as Forças Armadas, onde representantes anotaram cuidadosamente seu telefonema e seus sonhos. Essas anotações detalhadas foram entregues ao Instituto de Parapsicologia em Durham, Carolina do Norte, onde pesquisadores investigaram o caso. Os perturbadores sonhos de Booth terminaram no dia do acidente.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Mamute de Beresovka

Parece que os mamutes desapareceram da face da Terra há mais de 10 mil anos, vítimas de mudanças climáticas resultantes do último grande período glacial e de grupos cada vez maiores de caçadores aborígines, que os matavam por sua carne, presas e pele. Desde o início do século 20, centenas de carcaças congeladas de mamutes foram encontradas nas frígidas planícies das regiões árticas do Alasca, do Canadá e da Sibéria.
Pelo menos uma dessas descobertas, às margens do rio Beresovka, na Sibéria, ameaça causar uma guinada na tese convencional da forma pela qual os mamutes foram extintos. Meio ajoelhado e meio em pé, o mamute de Beresovka estava em um estado quase completo de preservação. Sua carne, solidamente congelada, foi saboreada por alguns cientistas ousados. O mais incrível, no entanto, foi o fato de que os pesquisadores encontraram restos de botões-de-ouro, erva graminiforme da família das xiridáceas, na boca da criatura.
O grande mamute estivera se alimentando de plantas que germinam em regiões temperadas, no momento da morte. O que poderia tê-lo congelado até os ossos em meio à refeição, de maneira tão súbita quanto se o grande animal tivesse sido mergulhado em nitrogênio líquido? A noção predominante de mudança climática gradual à qual os mamutes não puderam se adaptar não confere com o caso citado.
Um congelamento lento teria formado cristais de gelo e, conseqüentemente, resultaria em putrefação da carne quando do descongelamento. Contudo, o mamute de Beresovka estava com a carne suficientemente fresca para ser comida sem qualquer efeito nocivo. A temperatura necessária para que fosse possível um congelamento assim tão instantâneo foi calculada em 65 graus centígrados negativos, fato jamais registrado na região ártica.
O que poderia provocar queda de temperatura tão catastrófica do ar circundante? Na ausência de inverno nuclear causado por bombas atômicas, devemos buscar uma explicação alternativa. Incêndios florestais e erupções vulcânicas também lançam enormes quantidades de calor e fragmentos que bloqueiam a luz na atmosfera, conforme demonstraram estudos realizados recentemente.
Uma teoria sugere que terrível terremoto, o maior jamais havido na Terra, abalou o mundo há 10 mil anos. Tendo ocorrido ao longo da junção de duas placas tectônicas, o tremor de terra resultou na liberação de grande quantidade de lava e de gases vulcânicos. Esses gases elevaram-se na atmosfera e evolaram-se rumo aos pólos. Supercongelados, caíram em direção à superfície terrestre, perdendo ainda mais calor ambiente na rápida descida. Finalmente, os gases penetraram no ar quente de altitudes mais baixas, congelando instantaneamente o mamute de Beresovka e outros da espécie, no momento em que eles se aumentavam com botões-de-ouro.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Visões da Morte

No mundo inteiro, as pessoas há muito tempo levam a sério as visões daqueles que se aproximam da morte. Durante a Segunda Guerra Mundial, registros suplementares foram mantidos em pelo menos um hospital de campanha na URSS, com relação aos soldados seriamente feridos que, literalmente, haviam sido trazidos de volta à vida, após estarem à beira da morte. De acordo com estudo de numerosos casos relativos àqueles que "voltaram", depois de praticamente já estarem "do outro lado'', muitas dessas pessoas tiveram rápida visão de natureza religiosa, conforme suas convicções individuais.
Entre os principais grupos, os católicos ortodoxos viram santos antigos e ouviram hinos; os muçulmanos chegaram às portas de um paraíso verdejante e promissor; enquanto os comunistas convictos, adeptos do materialismo dialético, não se lembraram de nada. Muitos disseram também ter visto membros da família que já haviam morrido.
O caso de Thomas Edison é especialmente interessante, pois, como cientista, era de esperar que relatasse as últimas impressões com certa imparcialidade. Em seu leito de morte, ele parecia estar em coma. De repente, levantou-se e disse com voz clara:
 - Estou surpreso. Lá é muito bonito!
 Não fez mais nenhum comentário sobre o que vira, morrendo logo em seguida. Voltaire, famoso filósofo francês e crítico da Igreja tradicional, estava em estado semiconsciente, morrendo. Durante sua vida produtiva e controvertida, os inimigos sempre o haviam ameaçado, dizendo que ele receberia justa punição após a morte, presumivelmente no inferno. Pouco antes de morrer, as chamas das toras na lareira de seu quarto aumentaram de intensidade. O pensador olhou para o fogo e, com a conhecida sagacidade, perguntou aos amigos: Quoi! Les flammes déjà? (O quê! Já são as chamas?)

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Telepatia Salvadora

Alguns críticos afirmam que, mesmo que a PES exista, ela não tem nenhum valor prático. John H. Sullivan discorda desse ponto de vista, pois a telepatia provavelmente salvou-lhe a vida.
O incidente ocorreu no dia 14 de junho de 1955, quando Sullivan soldava um cano de água no bairro de West Roxbury, em Boston. A valeta onde Sullivan se encontrava afundou de repente, ele foi soterrado e apenas a mão ficou visível acima da terra. Mais ou menos ao mesmo tempo, o amigo dele e também soldador Thomas Whittaker trabalhava em local diferente. Mas alguma coisa perturbava-lhe a mente. Ele parou o serviço mais cedo e comentou com outro empregado que algo estranho estava acontecendo em Roxbury. Whittaker pegou o carro e dirigiu-se para o local, tomando várias estradas que, normalmente, evitaria. Quando chegou à valeta, viu um dos veículos de sua companhia vazio, com o gerador funcionando.
- Aproximei-me cerca de 4 metros da valeta - testemunhou posteriormente. - A princípio, só pude ver terra. Então, percebi que houvera desmoronamento, e vi a mão de uma pessoa despontando do entulho.
Whittaker começou a cavar ao redor do homem soterrado, e alguns bombeiros chegaram para ajudar, a seu pedido. Sullivan estava seriamente ferido, e com certeza teria morrido, se demorasse mais alguns minutos para ser socorrido.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Pára-Raios Humano

Roy Cleveland Sullivan, guarda-florestal aposentado de Waynesboro, Virgínia, era conhecido como o "Pára-Raios Humano", porque já havia sido atingido por raios sete vezes durante sua carreira de 36 anos.
A primeira vez, em 1942, provocou a perda de um dedão do pé. Vinte e sete anos mais tarde, um segundo raio queimou suas sobrancelhas. No ano seguinte, em 1970, um terceiro raio queimou seu ombro esquerdo.
Depois que os cabelos de Sullivan pegaram fogo como decorrência de um quarto raio, em 1972, ele começou a levar um balde com água no carro. No dia 7 de agosto de 1973, estava dirigindo, quando um raio saiu de uma pequena nuvem, atingiu-lhe a cabeça enchapelada e queimou seus cabelos novamente, jogando-o a 3 metros de distância do carro, atravessou as duas pernas e arrancou-lhe os sapatos. Apavorado, Sullivan despejou o balde de água na cabeça, para esfriá-la.
Sullivan foi vítima pela sexta vez no dia 5 de junho de 1976, ferindo o tornozelo. O sétimo raio alcançou-o no dia 25 de junho de 1977, enquanto ele estava pescando. Nessa ocasião, precisou ser hospitalizado com queimaduras graves no estômago e no tórax.
Embora jamais tivesse possibilidade de explicar essa atração peculiar, Sullivan disse certa vez que na verdade podia ver os raios que o atacavam.
Às 3 horas da madrugada de 28 de setembro de 1983, Sullivan, já com 71 anos, deu cabo da vida com um tiro. Dois de seus chapéus de guarda-florestal, queimados nas copas, estão atualmente em exposição nos Guinness World Exhibit Halls, na cidade de Nova York e em Myrtle Beach, Carolina do Sul.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos


Vítimas do Destino

O dramaturgo grego Esquilo é conhecido como o criador da Tragédia. Ele entrou para a História por causa de suas peças teatrais, mas também mereceria o mesmo destaque honorífico em razão da maneira dramática de sua morte. De acordo com a lenda, Esquilo foi morto quando uma águia confundiu sua calva com uma rocha e derrubou sobre ele um casco de tartaruga, rachando-lhe a cabeça.
Vítimas modernas do destino também sofreram mortes ironicamente similares. Vejamos o caso de Praga, Tchecoslováquia. Uma mulher saltou de uma janela no terceiro andar de um prédio após ficar sabendo da infidelidade do marido. Este, entrando no edifício exatamente naquele momento, acabou recebendo o peso da mulher sobre a cabeça. Ela sobreviveu. Ele morreu no ato.
Há também o caso de uma mulher de 36 anos de San Diego, Califórnia, que, em 1977, planejou matar seu marido de 23 anos, instrutor físico dos Fuzileiros Navais, para receber os 20 mil dólares do seguro. Ela colocou o veneno de uma tarântula em uma torta de ameixas, porém ele comeu apenas alguns pedaços. Em seguida, tentou eletrocutá-lo no chuveiro, mas o plano também falhou. Assim como fracassaram as tentativas de matá-lo com detergente, de atropelá-lo com o carro, de injetar bolhas de ar nas veias e até de despejar anfetamina na cerveja quando ele precisava dirigir, na esperança de que ficasse alucinado e sofresse um acidente fatal.
Exasperada, ela contratou uma mulher de 26 anos para cúmplice no crime. Juntas, elas golpearam o marido na cabeça com pesos de metal, enquanto o instrutor físico dormia. Foi só dessa maneira que ele finalmente sucumbiu.
E, para encerrar, no dia comemorativo dos soldados e marinheiros dos EUA mortos em ação, em 1987, um advogado de 40 anos da Louisiana ficou em pé em seu barco, quando uma tempestade se aproximava.
- Aqui estou - gritou ele para os céus, levantando suas mãos sobre a cabeça.
Um raio fulminou-o instantaneamente. O primeiro nome do advogado era Graves (Covas).

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Arqueoloqia Mediúnica

Jeffrey Goodman iniciou carreira como executivo de pequena companhia petrolífera em Tucson, Arizona. Formado em administração de empresas, ele não se mostrava particularmente inclinado a vôos altos. É por isso que pode causar surpresa encontrá-lo, nos dias de hoje, intercedendo a favor do novo campo de arqueologia mediúnica, em que médiuns talentosos auxiliam a encontrar áreas de escavação promissoras.
A odisséia mediúnica de Goodman começou em 1971, quando ficou sabendo que os antropólogos convencionais acreditavam que a humanidade surgira no continente americano há 16 mil anos. Goodman achou que essa data era muito recente. Na realidade, ele tinha absoluta certeza de poder encontrar provas de civilização anterior em seu próprio Estado, desde que soubesse onde procurar. Assim, para levar adiante sua intuição, conversou com Aron Abrahamsen, conhecido médium do Oregon. Sem sair de casa, o médium forneceu diversas descrições de clarividência, que ajudaram Goodman a localizar um leito seco de rio em San Francisco Piaks, além de Flagstaff. Era um local improvável para se procurar uma civilização perdida, pois os cientistas jamais haviam encontrado algum sítio arqueológico ali. Mas Goodman não só ignorou pura e simplesmente esse fato inconveniente, como também pediu ao médium que previsse as formações geológicas que seriam encontradas durante as escavações.
Cavando no local indicado pelo médium, Goodman descobriu objetos de artesanato que teriam sido feitos há, pelo menos, 20 mil anos. O que chega a ser ainda mais surpreendente é que 75 por cento das previsões geológicas de Abrahamsen estavam completamente corretas, não obstante dois geólogos locais terem ridicularizado as palavras dele. O médium do Oregon previu, por exemplo, que os cientistas localizariam camadas de 100 mil anos de idade a uma profundidade de apenas 8 metros. E foi justamente o que eles encontraram.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

A História de Três Titãs

O maior desastre marítimo de todos os tempos aconteceu com o Titanic, da White Star Line, o mais importante transatlântico já construído e que teve terrível destino. A tragédia desse navio só pode ser comparada com a do Titan, luxuoso transatlântico fictício, que também afundou com elevado número de passageiros em abril de 1898, catorze anos antes da colisão do Titanic com um iceberg que o mandou para a sepultura marítima, também em uma noite de abril.
O Titan navegou apenas nas páginas do romance de Morgan Robertson, adequadamente denominado Futility (Futilidade). Mas os paralelos entre os dois gigantescos navios de turismo desafiam a imaginação. O profético Titan, do romance de Robertson, partiu de Southampton, Inglaterra, em sua viagem inaugural, exatamente como o "insubmergível" Titanic. Ambos os navios eram mais ou menos do mesmo tamanho - 243 metros e 252 metros de comprimento - e tinham capacidade de carga comparável - 70 mil e 66 mil toneladas, respectivamente. Cada um tinha três hélices e capacidade para 3 mil pessoas.
Lotados de milionários, os dois navios colidiram com um iceberg no mesmo local e afundaram. Em ambos, o número de mortos foi terrivelmente elevado, porque nenhum deles dispunha de quantidade suficiente de barcos salva-vidas. No caso do Titanic, 1 513 passageiros morreram, a maioria devido à exposição ao frio do sul da Terra Nova, no Atlântico.
Um dos que morreram a bordo do Titanic foi o famoso espiritualista e jornalista W. T. Stead, autor de um conto que previa acontecimento similar em 1892. Contudo, nem Futility nem o conto de Stead puderam salvar o Titanic da colisão fatal.
No entanto, outra premonição evitou uma tragédia. Em abril de 1935, o marujo William Reeves estava cumprindo turno de vigia na proa do Titanian, navio sem linha estabelecida, que aportava e pegava cargas em qualquer porto, seguindo para o Canadá, proveniente da Inglaterra. As similaridades e as lembranças da tragédia do Titanic vieram à mente do jovem Reeves, e ele sentiu um arrepio na espinha. A proa do navio estava cortando as mesmas águas tranqüilas já percorridas pelo Titanic. Com a aproximação da meia-noite, hora do desastre do grande transatlântico, Reeves lembrou que o dia em que o gigantesco navio afundara - 14 de abril de 1912 - correspondia à data de seu aniversário.
Impressionado com tantas coincidências, Reeves transmitiu uma ordem, e o Titanian teve o curso interrompido, parando pouco antes de chocar com um iceberg que apareceu indistintamente. Pouco depois, outras montanhas de cristal surgiram no meio da noite. O Titanian permaneceu imóvel, mas em segurança, durante nove dias, até que barcos quebra-gelos da Terra Nova finalmente abriram caminho.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Os Anjos de Mons

No dia 26 de agosto de 1914, a derrotada Força Expedicionária Britânica em Mons, França, excedida em número pelos soldados alemães na proporção de três por um, decidiu bater em retirada. O desastre total assomou no horizonte quando uma unidade da cavalaria do imperador Frederico Guilherme bloqueou a passagem dos ingleses.
Mas o golpe de misericórdia não chegou a acontecer. De repente, os cavalos dos alemães entraram em pânico, empinando nas patas traseiras, com as narinas dilatadas. A cavalaria germânica fugiu em disparada, e os ingleses conseguiram sair do bloqueio em segurança.
O que foi que deteve as espadas dos alemães e assustou-lhes os cavalos? Artigo publicado no Evening News de Londres, um mês após essa miraculosa sobrevivência, diz que os soldados ingleses haviam sido poupados pela visão de um esquadrão de anjos pairando sobre suas cabeças. O autor do artigo, um tal de Arthur Machen, escritor de histórias de horror e de ocultismo, era, juntamente com W. B. Yeats e Aleister Crowley, membro da Ordem Hermética do Crepúsculo Dourado, a mal-afamada sociedade de magia do século 20.
De acordo com o artigo de Machen, "Os Arqueiros: Os Anjos de Mons", quando os alemães desdobraram forças para a matança final, eles notaram nos céus a visão de um exército fantasmagórico em formação do lado dos ingleses. Ainda mais surpreendente foi o fato de que os anjos estavam materializados como arqueiros ingleses medievais, os longos arcos retesados e as flechas apontadas diretamente para o rosto do inimigo.
A história causou sensação tão grande na Inglaterra que Machen finalmente admitiu que os anjos eram fruto de sua própria imaginação. No entanto, o relato de salvadores celestiais ajudando os soldados britânicos nas trincheiras recusou-se a morrer. Quando os sobreviventes de Mons começaram a voltar para casa, muitos deles contaram histórias que corroboravam a versão dos arqueiros angelicais. Uma torrente de artigos e panfletos apoiou, posteriormente, tal versão.
O reverendo C. M. Chavasse, capelão do Exército, disse que ficara sabendo do episódio pelo relato de um general de brigada e dois de seus oficiais, que estiveram no campo de batalha.
A despeito dos desmentidos de Machen, os anjos de Mons passaram a ter vida própria. Inconsciente do que fizera, talvez Machen penetrara na consciência coletiva da Inglaterra destruída pela guerra. Sem dúvida, os anjos levantaram o moral nos dias mais sombrios, quando os jovens ingleses estavam sendo massacrados desordenadamente nos campos da França. E no fim o artifício, se é que houve um, funcionou. Os ingleses e seus aliados saíram-se vitoriosos. Os anjos, afinal de contas, colocaram-se do lado do Exército vencedor.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Congelado pelo Vento

O inverno de 1984/85 estabeleceu numerosos recordes de ondas de frio em todo o território dos EUA, desde Michigan até o Texas. Foi a estação em que também ocorreu um dos mais notáveis casos de sobrevivência nos anais da medicina moderna.
Na manhã do dia 19 de janeiro de 1985, a temperatura em Milwaukee, Wisconsin, caíra a incríveis 60 graus abaixo de zero, um frio capaz de enregelar até os ossos. Enquanto seus pais dormiam, o pequeno Michael Troche, de 2 anos de idade, vestido com pijama leve, resolveu andar pela neve.
Encontrado pelo pai várias horas mais tarde, Michael estava literalmente congelado. Parara de respirar; cristais de gelo haviam se formado sobre e por dentro de sua pele; braços e pernas estavam rígidos como pedras.
Levado às pressas ao Hospital Infantil de Milwaukee, Michael foi tratado por uma equipe de vinte enfermeiras e dezoito médicos, inclusive o dr. Kevin Kelly, especialista em hipotermia. Quando ele chegou ao hospital, Kelly declarou-o "morto, definitivamente morto". Os médicos chegaram a ouvir o pobre corpinho congelado rachando, quando o levantaram para levá-lo à mesa de operação. E a temperatura interna da criança registrara 16 graus centígrados, um nível do qual ninguém jamais voltara vivo.
A equipe começou a trabalhar imediatamente, levando Michael para uma máquina respiratória para aquecer-lhe o sangue, injetando drogas para evitar que o cérebro inchasse, descongelando-lhe o corpo e fazendo incisões em seus membros e tecidos cheios de água de células congeladas, que ameaçavam arrebentar.
Durante três dias, o menino permaneceu em estado de semiconsciência, entre a vida e a morte. Então, milagrosamente, recuperou-se quase tão rapidamente quanto havia se congelado. Ele sofreu apenas pequenos danos nos músculos de uma mão e submeteu-se a enxertos de pele, para cobrir as grandes incisões feitas nos braços e pernas. Fora isso, por incrível que pareça, Michael não foi afetado pelo trauma que sofreu.
Além disso, o incrível Michael Troche não acusou nenhum sinal do tão temido dano cerebral que o teria transformado em vegetal. De modo irônico, os médicos disseram que ele talvez tenha sobrevivido justamente por ser tão jovem e tão pequeno. Congelado rapidamente pela baixíssima temperatura do vento, o pequeno cérebro e o reduzido metabolismo exigiram pouco oxigênio para operar. Se fosse um pouco mais velho e maior, o garoto teria se transformado em uma vítima do inverno.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Chuva de Rãs

Em maio de 1981, residentes da cidade grega de Naphlion acordaram com uma chuva de rãs verdes. Milhares das pequenas criaturas anfíbias, pesando apenas poucos gramas, caíam do céu e estatelavam-se nas ruas. Cientistas do Instituto Meteorológico de Atenas apressaram-se a dar as explicações usuais. Descobriu-se que um redemoinho no norte da África sugara as rãs de um pântano e transportara-as por uns 960 quilômetros através do Mediterrâneo, despejando-as nas ruas de Naphlion.
Por incrível que possa parecer, poucas das rãs morreram como resultado da violenta viagem. Na verdade, elas se adaptaram muito bem ao novo ambiente. Alguns dos cidadãos locais, no entanto, disseram que não conseguiram dormir à noite, pois ao coaxar os imigrantes anfíbios faziam muito barulho.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Sonhe e Ganhe Dinheiro

Os céticos gostam de zombar dos médiuns, dizendo: se a percepção extra-sensorial realmente funciona, por que eles não ganham fortunas nas corridas de cavalos? Na verdade, existem muitas provas de que alguns deles já ganharam bastante dinheiro.
A British Broadcasting Company transmitiu uma série de programas sobre pesquisas mediúnicas em 1934. Entre os participantes estava Edith Lyttleton, ex-delegada junto à Liga das Nações e talentosa médium. Ela devotou toda apresentação ao tema precogitação; terminada a transmissão, solicitou aos ouvintes que relatassem suas próprias experiências. Em seguida, Edith passou a seguir atentamente e de forma sistemática os casos mais promissores, especialmente aqueles para os quais podia ser encontrada documentação. Surpreendentemente, um número extraordinário de casos foi relatado por pessoas cujas experiências de precogitação tinham relação com corrida de cavalos. Muitas das testemunhas haviam até mesmo usado as informações para fazer apostas. Um dos correspondentes de Edith Lyttleton era uma tal de sra. Phyliss Richards, cuja experiência ocorrera no ano anterior.
- Viajei de Belfast a Liverpool na noite de quinta-feira, 23 de março de 1933, para ver o Grand National, a ser disputado no dia seguinte - declarou a sra. Richards. - Durante a travessia, percebi que esquecera minha capa impermeável e fiquei meio preocupada. Fui dormir e sonhei que estava na corrida, chovia muito e que um cavalo, cujo nome começava com a letra "K" e terminava com "jack", vencera o páreo, embora não tivesse sido o primeiro cavalo a cruzar o disco de chegada.
A sra. Phyliss Richards acabou fazendo uma pequena aposta no cavalo Kellesboro Jack, que cruzou o disco logo atrás de um cavalo cujo jóquei caíra no meio do caminho. E ela ganhou.
Depois de ouvir essa narração, Edith Lyttleton e uma colega conseguiram descobrir um dos personagens aos quais a sra. Phyliss Richards contara o sonho antes da realização do páreo. O homem confirmou inteiramente o fato e também ganhara dinheiro com o "palpite". Edith Lyttleton publicou diversos casos similares em 1937, concluindo que certas pessoas podem tirar grandes proveitos (em todos os sentidos da palavra) levando a sério seus sonhos.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

As Enguias de Atlântida

A memória instintiva dos animais faz com que eles se reúnam em bandos e atravessem milhares e milhares de quilômetros de terra e mar. A migração de enguias até determinado ponto no oceano Atlântico é um exemplo interessante e muito curioso desse fenômeno.
Uma vez a cada dois anos, as enguias dos lagos e rios da Europa nadam em direção ao oeste para o Atlântico, onde, em grandes cardumes, cruzam o oceano rumo ao mar de Sargaços. Nesse local, elas se encontram com a grande massa de enguias do continente americano, que, por sua vez, seguem para o leste até aquele mesmo ponto.
Aristóteles, grande filósofo grego do século 4 a.C, notou a migração das enguias da Europa, porém não sabia nada a respeito da migração no sentido oeste-leste dos animais que vinham do ainda desconhecido continente americano. Acredita-se que a concentração de algas marinhas no mar de Sargaços seja o motivo pelo qual as duas populações de enguias fazem peregrinações até ali, pois a imensa quantidade de algas submersas tenderia a proteger seus ovos. Depois da desova, as enguias adultas morrem e os filhotes de enguias americanas, quando suficientemente desenvolvidos, retornam em direção ao oeste para as Américas, enquanto os filhotes europeus nadam rumo ao leste, para a Europa. Ambas as espécies são auxiliadas pelas correntes do Atlântico, que fluem no sentido horário.
Por que há tanta alga marinha no mar de Sargaços? Seria possível que em certa época existisse ali um continente no meio do Atlântico? Como a Atlântida, por exemplo?
Se for verdade que a Atlântida submergiu rapidamente, parte da vegetação que possuía pode ter se adaptado e se transformado em algas marinhas que ainda crescem naquele que agora é um continente submarino, ponto original de desova das enguias, que permanece vivo em sua memória ancestral e instintiva.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Plantas Alucinógenas

Viajantes da Amazônia relataram que os nativos da região entram, algumas vezes, em transes mediúnicos quando ingerem o sumo destilado de certas plantas.
O dr. William McGovern era assistente do administrador de etnografia sul-americana, no Field Museum of Natural History, quando fez suas pesquisas nos anos 20. Ele estava estudando os povoados nativos do rio Amazonas, onde observou os índios preparando uma bebida psicodélica, feita com base em agente químico alucinógeno chamado "harmaline", encontrado na planta trepadeira Banisteriopsis caapi.
- Alguns daqueles índios - conta ele - caíram em um estado de transe particularmente profundo, durante o qual demonstravam adquirir poderes telepáticos. Dois ou três dos homens descreveram o que estava acontecendo em malocas localizadas a centenas de quilômetros de distância, muitas das quais eles jamais haviam visitado, e cujos moradores eles não conheciam, mas cujas descrições pareciam combinar exatamente com o que eu sabia sobre os lugares e as pessoas envolvidas. Mais extraordinário ainda é que, naquela noite em particular, o feiticeiro da tribo local informou-me que o cacique de certa tribo, assentada em região distante chamada de Pirapanema, morrera. Anotei essa declaração em meu diário e, semanas mais tarde, quando chegamos à tribo em questão, descobri que as afirmações do feiticeiro estavam corretas nos mínimos detalhes.
A "harmaline" foi posteriormente importada pela Europa, onde pesquisadores do Instituto Pasteur, da França, realizaram experiências alucinógenas com ela. Eles relataram que os pacientes entraram em transe mediúnico tão profundo, depois de ingeri-la, que resolveram mudar o nome da droga para "telepathine".

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos