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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

O Método Fotográfico Kirlian

O acaso sempre desempenhou papel importante nas descobertas científicas. Tomemos, por exemplo, o caso do engenheiro russo Semyon Kirlian, que, em 1939, consertava um aparelho de eletroterapia. Quando sua mão se aproximou demais de um eletrodo carregado, o flash e o choque resultantes aguçaram-lhe a curiosidade: o que aconteceria se ele usasse a própria descarga elétrica como um tipo de apoio para as fotos feitas com flash?
Para surpresa de Kirlian, a primeira foto - de sua própria mão - revelou uma descarga semelhante a uma aura, que envolvia os dedos e a palma da mão. Foi o nascimento da fotografia de Kirlian, e seu descobridor dedicaria os próximos quarenta anos de sua vida aprofundando-se no desenvolvimento do método.
Em pouco tempo, Kirlian descobriu que, entre outras aplicações, seu método podia, aparentemente, determinar a saúde de um espécime em particular. Essa constatação aconteceu quando um colega tentou enganá-lo, dando a ele duas folhas supostamente idênticas para análise. Quando suas fotos mostraram "auras" dramaticamente diferentes, Kirlian chegou a pensar que o equipamento pudesse estar com defeito. O colega finalmente admitiu que a amostra com a aura mais fraca fora tirada de uma árvore doente, enquanto a outra folha viera de uma planta perfeitamente saudável.
Muitas teorias foram propostas para explicar o efeito Kirlian: campos eletromagnéticos que circundam o corpo, cargas elétricas eliminadas por camada de suor, e até mesmo a "força vital" etérea.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Um Pároco Cátaro

Ele deveria ter sido um modesto padre de uma paróquia insignificante. Em vez disso, François-Berenger Saunière procurou a companhia de uma linda estrela da ópera francesa, e acabou com quatro contas bancárias, com as quais financiou a restauração de uma obscura capela francesa em Rennes-le-Château. A igreja foi decorada com uma estátua representando a figura do Diabo, o que levou todo mundo a se perguntar se a recente fortuna de Saunière viera de Deus ou de Satã.
A resposta pode ser encontrada entre as lendas de certa doutrina herética do século 13, conhecida como seita dos cátaros, que controlava a província francesa de Languedoc, no Mediterrâneo. Os cátaros acreditavam no Demiurgo, nome dado pelos platônicos ao Deus que teria criado o mundo, utilizando para tanto a matéria já preexistente. O Demiurgo, deus inferior ou mesmo maligno, que devia ser derrotado para que se conseguisse a salvação, concedia favores a seus servos, assim como o Deus cristão.
No dia 2 de março de 1244, o último baluarte cátaro em Montségur foi derrubado por forças ortodoxas. No entanto, correram boatos segundo os quais o tesouro dos cátaros fora escondido antes da queda final. Seria aquele o mesmo tesouro que Saunière descobrira, logo após assumir a direção da pequena cidade de Sainte-Madelaine, em Rennes-le-Château, em 1885?
Pouco depois de sua chegada à cidade, Saunière visitou Paris, e a vida nunca foi mais a mesma para o pobre pároco do interior. Seus paroquianos ficaram atônitos, quando o humilde Saunière recebeu a visita de Emma Calve, a mundialmente famosa soprano, em Rennes-le-Château. Na verdade, ela continuou a se encontrar com o padre, até seu casamento com o tenor Gasbarri, em 1914.
Além de gastos desconhecidos, Saunière investiu mais de 1 milhão de francos na restauração da obscura igreja de Sainte-Madelaine, inclusive dos diabos de pedra. Sobre o pórtico frontal ele mandou gravar as seguintes palavras: "Este é um lugar terrível".

Charles Berlitz

O livro dos Fenómenos Estranhos

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

A Maldição de James Dean

Às vezes, é a própria coisa - uma jóia fabulosa ou um navio malfadado - que parece abrigar e perpetuar uma maldição. Outras vezes, uma figura pública pode vir a ser, inexplicavelmente, ligada a um objeto em particular, provocando a mão do destino.
Esse poderia ser o caso do Porsche em que James Dean, a lenda dos adolescentes rebeldes dos anos 50, colidiu e morreu em 1955, terminando de forma trágica o que muitos consideravam como uma das carreiras mais brilhantes e promissoras de Hollywood de todos os tempos.
Independentemente de qual tenha sido seu pedigree anterior, o fato é que, a partir do momento em que James Dean morreu ao volante, aquele Porsche passou a sofrer sua própria fase de má sorte. Depois da morte do ídolo, George Barris, entusiasta por carros esportes, comprou-o, mas, quando estava sendo tirado do guincho, o automóvel escorregou e quebrou a perna do mecânico. Barris vendeu o motor a um médico e piloto amador, que o instalou em seu carro. Algum tempo depois, o médico perdeu o controle da máquina durante uma competição e morreu. Outro piloto, na mesma corrida, ficou ferido numa colisão. Acontece que esse segundo carro estava equipado com o eixo cardã do Porsche de James Dean.
A carroceria e o chassi do Porsche ficaram tão irremediavelmente danificados no acidente do ídolo que acabaram expostos como parte da campanha de segurança nas estradas. Em Sacramento, o que restava do automóvel caiu da plataforma, quebrando a bacia de um adolescente que visitava a exposição. Em seguida, ao ser transportado para outra cidade em caminhão, a máquina provocou outro acidente. O motorista do carro que bateu na traseira do caminhão foi atirado para fora, atropelado e morto pelo Porsche maldito.
Certo piloto de corridas quase morreu, depois de usar dois pneus do carro fatídico de James Dean. Os pneus estouraram ao mesmo tempo. Enquanto isso, a exposição itinerante continuou a fazer das suas. No Oregon, o freio de emergência do caminhão que transportava o Porsche falhou, e o veículo foi de encontro à vitrine de uma loja comercial. Quando estava montado sobre suportes em Nova Orleans, o carro praticamente desintegrou, quebrando em onze partes.
O carro esporte de James Dean, bem como a maldição que o acompanhava, desapareceu quando o Porsche foi enviado de volta a Los Angeles, de trem.

Charles Berlitz

O livro dos Fenómenos Estranhos

sábado, 23 de novembro de 2024

Baterias Humanas

De maneira ainda desconhecida, a eletricidade em uma tomada na parede parece intimamente ligada ao sistema nervoso dos seres humanos, embora a ciência pareça relutante em reconhecer o equivalente biológico. No entanto, existiram algumas pessoas cujas "baterias" eram de natureza incomum e supercarregadas, como as de Angelique Cottin, garota francesa de 14 anos, cujas inexplicáveis propriedades eletromagnéticas foram objeto de estudos por parte da Academia de Ciências.
A partir do dia 15 de janeiro de 1846, e durante as dez semanas seguintes, Angelique deixou ponteiros de bússolas completamente malucos. Objetos, e até mesmo móveis pesados, afastavam-se a seu toque e vibravam em sua presença. Quaisquer que fossem suas estranhas forças, a Academia resolveu chamá-las de "eletromagnetismo". A força parecia ter origem no lado esquerdo da jovem, conforme opinião de especialistas, particularmente no cotovelo e no pulso. Além disso, os poderes da garota pareciam aumentar de intensidade à noite. Durante um ataque, Angelique costumava ter convulsões, e a pulsação do coração chegava a 120 batidas por minuto.
Outro ser humano supercarregado foi a adolescente americana Jennie Morgan, de Sedalia, Missouri, que, supostamente, emitia faíscas de descarga elétrica entre ela e qualquer pessoa que se aproximasse, chegando, algumas vezes, a deixar inconscientes as pessoas. Os animais ficavam agressivos e fugiam a sua presença.
Certa jovem de Ontário chamada Caroline Clare passou a demonstrar sintomas similares, logo após um mal não diagnosticado, durante o qual ela passou a descrever lugares que, na realidade, jamais visitara. A doença durou um ano e meio. Quando os sintomas desapareceram, a pequena ficou de tal forma magnetizada que os talheres colavam em seu corpo com tanta força que precisavam ser puxados por outra pessoa. Caroline também foi motivo de estudos, dessa vez realizados pela Associação Médica de Ontário.
A mais poderosa bateria humana deve ter sido Frank McKinstry, de Joplin, Missouri. Era tão carregado de energia que chegava a grudar no solo. Se McKinstry parasse de caminhar, por exemplo, era incapaz de dar mais um passo, a menos que outras pessoas o levantassem do chão, interrompendo o circuito elétrico.

Charles Berlitz

O livro dos Fenómenos Estranhos

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

O Método Fotográfico Kirlian

O acaso sempre desempenhou papel importante nas descobertas científicas. Tomemos, por exemplo, o caso do engenheiro russo Semyon Kirlian, que, em 1939, consertava um aparelho de eletroterapia. Quando sua mão se aproximou demais de um eletrodo carregado, o flash e o choque resultantes aguçaram-lhe a curiosidade: o que aconteceria se ele usasse a própria descarga elétrica como um tipo de apoio para as fotos feitas com flash?
Para surpresa de Kirlian, a primeira foto - de sua própria mão - revelou uma descarga semelhante a uma aura, que envolvia os dedos e a palma da mão. Foi o nascimento da fotografia de Kirlian, e seu descobridor dedicaria os próximos quarenta anos de sua vida aprofundando-se no desenvolvimento do método.
Em pouco tempo, Kirlian descobriu que, entre outras aplicações, seu método podia, aparentemente, determinar a saúde de um espécime em particular. Essa constatação aconteceu quando um colega tentou enganá-lo, dando a ele duas folhas supostamente idênticas para análise. Quando suas fotos mostraram "auras" dramaticamente diferentes, Kirlian chegou a pensar que o equipamento pudesse estar com defeito. O colega finalmente admitiu que a amostra com a aura mais fraca fora tirada de uma árvore doente, enquanto a outra folha viera de uma planta perfeitamente saudável.
Muitas teorias foram propostas para explicar o efeito Kirlian: campos eletromagnéticos que circundam o corpo, cargas elétricas eliminadas por camada de suor, e até mesmo a "força vital" etérea.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Um Pároco Cátaro

Ele deveria ter sido um modesto padre de uma paróquia insignificante. Em vez disso, François-Berenger Saunière procurou a companhia de uma linda estrela da ópera francesa, e acabou com quatro contas bancárias, com as quais financiou a restauração de uma obscura capela francesa em Rennes-le-Château. A igreja foi decorada com uma estátua representando a figura do Diabo, o que levou todo mundo a se perguntar se a recente fortuna de Saunière viera de Deus ou de Satã.
A resposta pode ser encontrada entre as lendas de certa doutrina herética do século 13, conhecida como seita dos cátaros, que controlava a província francesa de Languedoc, no Mediterrâneo. Os cátaros acreditavam no Demiurgo, nome dado pelos platônicos ao Deus que teria criado o mundo, utilizando para tanto a matéria já preexistente. O Demiurgo, deus inferior ou mesmo maligno, que devia ser derrotado para que se conseguisse a salvação, concedia favores a seus servos, assim como o Deus cristão.
No dia 2 de março de 1244, o último baluarte cátaro em Montségur foi derrubado por forças ortodoxas. No entanto, correram boatos segundo os quais o tesouro dos cátaros fora escondido antes da queda final. Seria aquele o mesmo tesouro que Saunière descobrira, logo após assumir a direção da pequena cidade de Sainte-Madelaine, em Rennes-le-Château, em 1885?
Pouco depois de sua chegada à cidade, Saunière visitou Paris, e a vida nunca foi mais a mesma para o pobre pároco do interior. Seus paroquianos ficaram atônitos, quando o humilde Saunière recebeu a visita de Emma Calve, a mundialmente famosa soprano, em Rennes-le-Château. Na verdade, ela continuou a se encontrar com o padre, até seu casamento com o tenor Gasbarri, em 1914.
Além de gastos desconhecidos, Saunière investiu mais de 1 milhão de francos na restauração da obscura igreja de Sainte-Madelaine, inclusive dos diabos de pedra. Sobre o pórtico frontal ele mandou gravar as seguintes palavras: "Este é um lugar terrível".

Charles Berlitz

O livro dos Fenómenos Estranhos

domingo, 17 de novembro de 2024

Regeneração Espontânea

Pierre de Rudder era um camponês belga que vivia em Jabbeke, perto da cidade de Bruges. Sua estranha história tem início em 1869, quando caiu de uma árvore e quebrou a perna. Os danos foram tão graves que a perna ficou irremediavelmente perdida, e, quando os fragmentos ósseos foram removidos, mais de 3 centímetros separavam a perna da coxa. Apenas os músculos e a pele mantinham a perna de De Rudder. Sugeriu-lhe o médico amputar o membro, mas, a despeito da dor, ele recusou terminantemente a sugestão. Sofreu dores horríveis durante oito anos, antes de decidir visitar a cidade de Oostacker, local de um santuário de Nossa Senhora de Lourdes.
A viagem causou sofrimento inenarrável a De Rudder. Ele precisou ser carregado para o trem por três pessoas, e a supuração no local do ferimento era tão repelente que ele quase foi atirado para fora do vagão.
Não é preciso dizer que De Rudder estava com terrível mau humor, quando, finalmente, chegou ao santuário e pôs-se a rezar. Foi nesse momento que súbito êxtase o dominou, e, de acordo com as testemunhas, ele ficou em pé e caminhou, sem o auxílio das muletas.
De Rudder morreu em 1898, e o dr. Van Hoestenbergh exumou-lhe o corpo dois anos depois, para poder examinar mais de perto as pernas e os ossos originais de seu ex-paciente.
- Fotos dos ossos mostraram claramente - revelou o médico - que um osso novo foi usado para regenerar a perna irreparavelmente quebrada.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Relógio-da-morte

Todos nós conhecemos histórias que falam de relógios que param, indicando o exato momento da morte de alguma pessoa. Mas o que pouca gente sabe é que tais histórias são baseadas em fenômenos verdadeiros. Os relógios frequentemente param quando seus donos falecem.
Vários desses casos foram coletados pelo Laboratório de Parapsicologia da Universidade de Duke, onde a dra. Louisa Rhine trabalhou durante muitos anos, classificando relatórios de fenômenos mediúnicos enviados pelo público em geral. Diversos deles referem-se a relógios que pararam misteriosamente. Por exemplo, um cavalheiro do Canadá testemunhou à dra. Louisa como ajudara a cunhada durante a última crise de seu irmão. Quando o paciente morreu, às 6h24, ele telefonou para a família e para o médico, antes de preparar alguma coisa para que todos pudessem comer. A agência funerária chegaria às 9h30, portanto era preciso ficar de olho no relógio. Quando alguém perguntou as horas durante o café, a depoente consultou um relógio de bolso. Fora presente do irmão e parará no exato momento de sua morte.
- Chamei a atenção daqueles que estavam reunidos ao redor da mesa para o fenômeno - declarou a testemunha -, e, para mostrar que aquele não era um acontecimento comum, pedi a meu outro irmão para dar corda no relógio, a fim de ter certeza de que ele não parará por falta de corda. O relógio ainda tinha três quartos de corda.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Bruxo de Warwickshire

Até mesmo os policiais se espantaram com a brutalidade do crime. Charles Watson, velho inofensivo, estava espetado no chão com um forcado de dois dentes enfiado na garganta. De seu peito saía uma foice, outra ferramenta muito usada pelos fazendeiros de Warwickshire.
Os habitantes locais logo começaram a falar sobre a possibilidade de um ritual demoníaco como o das bruxas, porém evidentemente não existiam mais bruxas em fevereiro de 1945, nem mesmo na Inglaterra aniquilada pela guerra. Como os policiais ingleses dispunham de poucas pistas, pediram o auxílio do famoso inspetor Fabian, da Scotland Yard. Embora Fabian investigasse o caso durante meses, não conseguiu levar um único suspeito perante a justiça.
Quem matou o velho Watson continua sendo um mistério. Mas a Scotland Yard afinal optou pela hipótese de ele ter sido confundido com um bruxo. Certamente o comportamento excêntrico de Watson levantou a suspeita dos vizinhos. Homem taciturno, ele dividia um casebre de telhado de sapé com a sobrinha, e, desdenhando a companhia das pessoas da cidade que freqüentavam o bar local, comprava vinho de maçã em garrafões e bebia sozinho.
Os boatos, contudo, referiam-se a outros hábitos estranhos de Watson. Ele era dado a caminhadas solitárias pelas florestas de Warwickshire, onde era freqüentemente visto a conversar com os pássaros. Dizia o velho que tinha meios próprios de comunicação com eles, Watson também criava sapos em um pequeno jardim. Corria o boato de que os atrelava a arados em miniatura e caminhava com eles pelos campos à noite.
Boatos e suposições à parte, qual era a verdade? Poderia Watson ter sido de fato um bruxo, praticar suas feitiçarias abertamente e provocar a ira de vizinhos atemorizados? Independentemente da crença de cada um, o fato é que em um frio dia de inverno Watson foi brutalmente assassinado sob um salgueiro. O único motivo que a Scotland Yard conseguiu desvendar foi o de bruxaria em primeiro grau.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Uma Cura Milagrosa

Leo Perras pode andar hoje em dia, muito embora tenha sido aleijado, sem esperanças de cura, durante anos. A história desse verdadeiro milagre começa com um moderno milagreiro chamado padre Ralph Di Orio, que ainda continua em plena atividade.
Padre Di Orio nasceu em Providence, Rhode Island, em 1930, e foi ordenado pela Igreja Católica Apostólica Romana em 1957. Estudioso de idiomas e educador, Di Orio mostrava-se bastante convencional na prática de seus pontos de vista teológicos, até 1972. Foi neste ano que sua congregação, de língua predominantemente espanhola, decidiu tornar-se carismática, forma de adoração que enfatiza expressões religiosas pessoais e experiências espontâneas. Padre Di Orio resistiu às mudanças e somente com a aprovação do bispo de sua diocese é que modificou os serviços. Finalmente, envolvendo-se com a nova ordem de coisas, o padre de meia-idade começou a prática da imposição das mãos durante os serviços sacerdotais, e, em breve, descobriu que possuía o poder de curar. Realizava trabalhos de cura na Igreja de St. John em Worcester, Massachusetts, quando conheceu Leo Perras.
O aleijado, originário da comunidade de Easthampton, sofrera acidente de trabalho algum tempo antes, quando contava apenas 18 anos, que o deixara paraplégico. As cirurgias não deram certo, e ele ficou paralisado da cintura para baixo, precisando deslocar-se em uma cadeira de rodas. Naturalmente, houve o definhamento das pernas, causando-lhe fortes dores. Já estava tomando diariamente medicamentos contra essas dores insuportáveis, quando foi procurar o padre da Nova Inglaterra.
Ao conhecer padre Di Orio, Perras já estava confinado na cadeira de rodas fazia mais de vinte anos. O padre fez orações para o visitante durante os serviços religiosos, e os resultados foram praticamente imediatos. O paralítico levantou-se e caminhou para fora da igreja. Os músculos das pernas aparentemente ficaram fortes, e as dores que ele sentia havia muito desapareceram.
A história parece boa demais para ser verdadeira, porém está particularmente bem documentada. O próprio médico de Perras, Mitchell Tenerowicz, diretor do Cooley Dickinson Hospital, em Northampton, examinou o paciente logo após a cura milagrosa e notou que suas pernas ainda estavam atrofiadas, o que significava ser fisicamente impossível àquele homem andar. Mas ele andou. As pernas de Perras foram ficando mais fortes durante as semanas que se seguiram e, no dia 29 de setembro de 1980, o programa Isso É Incrível, da rede NBC de televisão, entrevistou-o e transmitiu sua história de norte a sul dos Estados Unidos.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

A Camisola Azul Rendada

Hoje em dia, o dr. Julian Burton trabalha em Los Angeles, como psicoterapeuta, auxiliando pessoas a solucionar seu problemas. Sua tese de doutorado, no entanto, abordava mais o sobrenatural do que o patológico, pois versava sobre os contatos espontâneos com os mortos. Burton estudou centenas de pessoas durante suas pesquisas, descobrindo que a comunicação com amigos e parentes já falecidos não é uma coisa fora do comum. A descoberta não chegou a ser uma surpresa para o psicólogo, pois a idéia do projeto emergiu de sua própria experiência pessoal.
A mãe de Burton morreu em princípios de 1973 com a idade de 67 anos, após um fulminante derrame cerebral. Ele sofreu muito com a morte, porém, em setembro, já estava recuperado, embora o vínculo entre os dois estivesse destinado a persistir após o falecimento.
- Uma noite, naquele mês de setembro - recorda Burton -, minha mulher e eu estávamos recepcionando alguns parentes. Eu me encontrava na cozinha cortando um abacaxi, quando ouvi o que imaginei serem os passos de minha mulher atrás de mim, à direita. Virei-me para perguntar sobre o paradeiro de uma tigela, mas percebi que ela passara para o lado esquerdo, fora de meu campo de visão. Voltei-me para aquela direção para repetir minha pergunta, e deparei com minha mãe em pé a meu lado. Ela estava perfeitamente visível, com aparência vários anos mais jovem do que estava no momento da morte. Usava uma camisola azul rendada, que eu nunca vira antes.
Quando Burton firmou a vista, a figura simplesmente desapareceu e, na manhã seguinte, ele telefonou para a irmã e relatou o sucedido.
- A mana ficou assustada - continuou o psicólogo - e começou a soluçar, perguntando por que nossa mãe não se materializara para ela.
Tive certo sentimento de culpa por causa disso, e perguntei-lhe se acreditava no que eu acabara de narrar.
Duas semanas antes do derrame, as duas mulheres haviam saído para fazer compras, e sua mãe vira aquela mesma camisola azul rendada. Ficou com vontade de comprá-la, mas não teve coragem de dar 200 dólares por ela.
A experiência influenciou profundamente Burton, que, aos 42 anos, decidiu voltar aos estudos e terminar sua tese de doutorado.
- Imaginei - afirmou ele -, que muita gente provavelmente teria passado por experiências similares para contar.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Fantasma imaginário

Manifestação do pensamento é um objeto físico materializado pelo poder da mente humana. Mas será que as manifestações do pensamento realmente existem? No verão de 1972, vários membros da Sociedade de Toronto de Pesquisas Psíquicas decidiram realizar pesquisa sobre tais manifestações, conjurando um fantasma. Depois de várias tentativas frustradas, o grupo finalmente desenvolveu um procedimento que parecia promissor, recriando a atmosfera de uma típica sessão vitoriana.
Para facilitar os experimentos, o grupo decidiu estabelecer contato com uma entidade totalmente fictícia. Assim, um dos membros criou uma biografia para o fantasma. Seu nome passou a ser Philip, e ele ficou sendo ficticiamente conhecido como nobre católico da Inglaterra do século 17, que cometera suicídio quando a mulher acusou sua amante de bruxaria.
O grupo passou a encontrar-se semanalmente, e, enquanto se colocavam ao redor da mesa, exortavam Philip a se revelar. Quando colocavam as mãos sobre a mesa, a entidade freqüentemente respondia inclinando-a. A mesa por fim começou a se mover, emitindo misteriosas pancadas secas, que pareciam emanar de sua superfície.
- Será possível que Philip esteja fazendo isso? - perguntou um dos participantes da sessão mediúnica.
Quando uma pancada seca perfeitamente audível respondeu, o grupo ficou emocionado e começou a conversar em código com o fantasma. Como era de esperar, as batidas - para as quais não foi encontrada explicação plausível - respondiam perfeitamente, de acordo com a biografia fictícia de Philip. Se o grupo fazia à entidade pergunta para a qual não criara resposta adequada, a mesa emitia estranhos sons de estar sendo serrada.
Os ruídos e os movimentos ficavam mais fortes quando os participantes prolongavam a sessão. Os membros declararam que a mesa chegava a ficar apoiada em apenas uma perna, e até levitava. Disseram também que demonstrava até estranho senso de humor. Quando alguém tentava sentar nela para estabilizá-la, uma súbita força atirava aquele homem ou aquela mulher no chão. As pancadas secas por vezes abandonavam os arredores da mesa e passavam a ser ouvidas em outros lugares da sala.
Devido à natureza espetacular desses experimentos, o grupo de Toronto passou a duvidar da existência de espíritos de boa-fé. Em vez disso, declararam seus membros, comportamento semelhante ao de um espírito podia ser vinculado a manifestações do pensamento criadas unicamente pelos poderes da mente.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

A Maldição de James Dean

Às vezes, é a própria coisa - uma jóia fabulosa ou um navio malfadado - que parece abrigar e perpetuar uma maldição. Outras vezes, uma figura pública pode vir a ser, inexplicavelmente, ligada a um objeto em particular, provocando a mão do destino.
Esse poderia ser o caso do Porsche em que James Dean, a lenda dos adolescentes rebeldes dos anos 50, colidiu e morreu em 1955, terminando de forma trágica o que muitos consideravam como uma das carreiras mais brilhantes e promissoras de Hollywood de todos os tempos.
Independentemente de qual tenha sido seu pedigree anterior, o fato é que, a partir do momento em que James Dean morreu ao volante, aquele Porsche passou a sofrer sua própria fase de má sorte. Depois da morte do ídolo, George Barris, entusiasta por carros esportes, comprou-o, mas, quando estava sendo tirado do guincho, o automóvel escorregou e quebrou a perna do mecânico. Barris vendeu o motor a um médico e piloto amador, que o instalou em seu carro. Algum tempo depois, o médico perdeu o controle da máquina durante uma competição e morreu. Outro piloto, na mesma corrida, ficou ferido numa colisão. Acontece que esse segundo carro estava equipado com o eixo cardã do Porsche de James Dean.
A carroceria e o chassi do Porsche ficaram tão irremediavelmente danificados no acidente do ídolo que acabaram expostos como parte da campanha de segurança nas estradas. Em Sacramento, o que restava do automóvel caiu da plataforma, quebrando a bacia de um adolescente que visitava a exposição. Em seguida, ao ser transportado para outra cidade em caminhão, a máquina provocou outro acidente. O motorista do carro que bateu na traseira do caminhão foi atirado para fora, atropelado e morto pelo Porsche maldito.
Certo piloto de corridas quase morreu, depois de usar dois pneus do carro fatídico de James Dean. Os pneus estouraram ao mesmo tempo. Enquanto isso, a exposição itinerante continuou a fazer das suas. No Oregon, o freio de emergência do caminhão que transportava o Porsche falhou, e o veículo foi de encontro à vitrine de uma loja comercial. Quando estava montado sobre suportes em Nova Orleans, o carro praticamente desintegrou, quebrando em onze partes.
O carro esporte de James Dean, bem como a maldição que o acompanhava, desapareceu quando o Porsche foi enviado de volta a Los Angeles, de trem.

Charles Berlitz

O livro dos Fenómenos Estranhos

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

O Fluxo Mediúnico

Alguns especialistas acreditam que recebemos impressões mediúnicas continuamente durante o dia, mesmo que essas mensagens jamais entrem em nosso consciente. Essa idéia era simplesmente uma teoria, até os anos 60, quando E. Douglas Dean, um engenheiro eletricista de Nova Jersey, decidiu demonstrá-la.
Partindo de algumas pesquisas realizadas anteriormente na Tchecoslováquia, Dean usou duas pessoas para seus experimentos. O primeiro sujeito, o "receptor", foi colocado sozinho em uma sala, os dedos presos a um aparelho para medir o fluxo sangüíneo no corpo. Enquanto isso, em uma outra sala, o "emissor" começou a trabalhar. Ele - ou ela - estudava uma série da cartões em branco ou então com um nome escolhido a esmo. Em geral, um nome significativo para o emissor ou para o receptor. Dean esperava que, quando o emissor ficasse estimulado ao deparar com um nome emocionalmente significativo, o receptor também reagiria. Tal reação seria demonstrada no gráfico do aparelho, que indicaria um aumento nas pulsações.
A experiência foi bem-sucedida, mas não da forma esperada. O que aconteceu foi que o fluxo sangüíneo do receptor reagiu quando o emissor olhou para nomes significativos para seu companheiro de experimento. Parecia que o subconsciente do sujeito estava constantemente vigilante durante o teste, à procura de quaisquer mensagens que pudessem ser importantes. Embora os sujeitos não estivessem cientes de quando os sinais de PES eram recebidos, seus corpos sutilmente reagiam a eles.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Canguru Assassino

- Foi tão rápido quanto o relâmpago e parecia ser um gigantesco canguru correndo e saltando pelo campo - disse o reverendo W. J. Hancock.

Frank Cobb, que também assistiu à cena, declarou que o monstro não se parecia com nada que já tivesse visto, embora, de certa forma, se parecesse com um canguru.
Os cangurus, nativos da Austrália, são animais herbívoros, tímidos e inofensivos. Ao contrário do canguru, o bicho era um verdadeiro assassino. Em janeiro de 1934, a criatura vivia aterrorizando a pequena comunidade de Hamburg, Tennessee, e já matara e devorara vários cães pastores alemães.
Quando o monstro visitou a fazenda de Henry Ashmore, no dia 12 de janeiro, deixou cinco pegadas do tamanho da mão de um homem de grande estatura. Will Patten viu a coisa e conseguiu afugentá-la. No dia seguinte, encontrou um cachorro devorado em seu quintal.
A criatura também matava gansos e galinhas. Quando patrulhas armadas partiram em seu encalço, estabeleceu-se o pânico. A. B. Russell, chefe de polícia da cidade de South Pittsburg, naquele mesmo Estado, tentou pôr fim à histeria, chamando-a de "superstição desencadeada por um cachorro louco". Mas aqueles que haviam visto o monstro não lhe deram ouvidos. Disseram que o bicho era imenso, pesava pelo menos uns 300 quilos e era incrivelmente ágil, capaz de pular cercas e outros obstáculos com a maior facilidade. Ele aparecia entre South Pittsburg e Signal Mountain, o que significava que, para ir de uma cidade a outra, o canguru precisava atravessar duas cadeias de montanhas e nadar dois rios.
Finalmente, um lince foi morto por caçadores em Signal Mountain no dia 29 de janeiro, treze dias após a última aparição da criatura. As autoridades e os jornais declararam que o mistério fora solucionado, porém testemunhas rejeitaram tal explicação. Elas insistiram que o que tinham visto era um grande animal, semelhante a um canguru. O monstro nunca mais tornou a aparecer, e jamais chegou a ser satisfatoriamente identificado ou explicado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos