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sábado, 28 de dezembro de 2024

A Visita de um OVNI

Na tarde de 24 de abril de 1964, o policial Lonnie Zamora, da cidade de Socorro, Novo México, estava dirigindo sua viatura Pontiac branca.

Um Chevrolet preto passou por ele a toda a velocidade e Zamora saiu-lhe no encalço. Em vez de dar ao motorista uma simples multa por alta velocidade, o policial, com cinco anos de experiência, acabou saindo da rodovia principal por vontade própria.
Ele estava seguindo rumo ao sul pela Old Rodeo Street perseguindo o motorista imprevidente, quando, segundo suas próprias palavras:
- Ouvi um ronco e vi uma estranha chama surgir a sudeste do céu, a pouca distância dali.
Já fora dos limites da cidade, Zamora saiu da estrada asfaltada e entrou em uma estradinha vicinal de terra que levava às colinas, e em direção à chama ruidosa. Zamora seguiu dirigindo nervosamente a viatura morro acima.
- De repente, notei um objeto brilhante ao sul, a não mais de 150 a 200 metros.
No fundo de um riacho, Zamora viu o que pensou a princípio tratar-se de um carro tombado.
- O carro parecia estar mergulhado sobre o radiador ou sobre o porta-malas. Ao lado do veículo ele viu pessoas.
- Vi duas pessoas com aventais brancos. Uma delas pareceu virar-se e olhar para minha viatura.
Na esperança de poder ajudar, Zamora seguiu em frente, transmitindo um chamado para o posto policial e informando um provável acidente.
Mas, quando ouviu o ronco forte outra vez, ele procurou abrigo atrás da viatura, e acabou perdendo os óculos. Zamora disse que percebeu que aquele objeto de formato oval não era um automóvel, e sim um veículo branco feito de um metal semelhante ao alumínio, apoiado sobre quatro bases de aterrissagem. Sua superfície era lisa, sem portas ou janelas visíveis. Centralizada em um dos lados havia uma insígnia vermelha, um triângulo dividido em duas partes, com cerca de 75 centímetros de altura por 60 centímetros de largura. A coisa elevou-se do riacho, deixando para trás uma cauda de fogo, de acordo com Zamora, e o ruído ficou mais agudo.
Quando se aproximou do local para ver mais de perto, Zamora encontrou alguns arbustos chamuscados e, mais importante, quatro marcas de bases metálicas que indicavam, segundo ele, o local onde a coisa pousara.
O local indicado por Zamora foi posteriormente investigado por vários funcionários militares e governamentais, inclusive o dr. J. Allen Hynek, que na ocasião era consultor para assuntos de astronomia do Projeto Blue Book, da Força Aérea dos EUA (um compêndio sobre contatos com OVNIs). Hynek tentou calcinar os arbustos com fósforos e criar impressões semelhantes às deixadas pelas bases do veículo oval com uma pá, porém descobriu que não podia reproduzir satisfatoriamente a prova física. Ele entrevistou também a velha professora de Zamora e várias pessoas da cidade, e concluiu que Zamora era um "policial íntegro, sem condições de inventar uma história tão espantosa".
O pouso em Socorro, declarou Hynek com uma convicção mantida até o dia de sua morte, foi uma das mais impressionantes peças de provas já encaixadas no quebra-cabeça dos OVNIs. Só que colegas mais céticos no Projeto Blue Book seguiram caminho diverso; alguns oficiais da Força Aérea passaram anos tentando provar que a experiência de Zamora era o resultado de uma arma secreta do governo, que fora perigosamente descoberta por um civil.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Elizabeth a Vampira

A História faz alusões a outros vampiros suspeitos, ocultos entre a realeza européia. A bela Elizabeth Bathory, nascida em 1560 e casada com o conde cárpato Ferencz Nadasdy, com a idade de 15 anos, é um bom exemplo. Um feiticeiro velhaco, conhecido apenas como Thorke, conforme opinião geral, iniciou a jovem Elizabeth na prática da magia negra. Quando o conde foi para a guerra, sua mulher, ainda em plena lua-de-mel, fugiu com um estranho vestido de preto, que tinha dentes brancos e pontiagudos e semblante pálido. Elizabeth voltou sozinha, praticando atos de selvageria e passando a torturar os serviçais. De volta do campo de batalha, os protestos do conde não surtiram efeito.

Percebendo que sua beleza diminuía com o passar do tempo, Elizabeth ficou desvairada. Ordenou que uma jovem criada fosse assassinada e seu sangue drenado em uma tina. Banhar-se nesse sangue rejuvenesceu Elizabeth, mas apenas por pouco tempo. Agora, a necessidade de vítimas jovens e do restaurador banho de sangue levou-a a ultrapassar os limites em termos de desumanidade. Esgotado o estoque de criadas novinhas, ela começou a atrair jovens ao castelo, com a perspectiva de um emprego. Finalmente, passou a seqüestrar pessoas, porém uma das prováveis vítimas conseguiu escapar e alertou as autoridades.
Os cúmplices de Elizabeth confessaram todos os crimes e foram sumariamente executados. E ela foi considerada demente e trancafiada em seus aposentos pelo resto da vida, morrendo em 1614.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

A Vingança de Charlie

 Romer Troxell, habitante de 42 anos de Levittown, Pennsylvania, ficou arrasado com o assassinato de seu filho. O corpo de Charlie Troxell fora encontrado junto a uma estrada em Portage, Indiana. Levaram o carro e todos os documentos haviam sido retirados do bolso do rapaz; roubo teria sido, provavelmente, o motivo do crime. Mas o jovem assassinado queria vingança.

Enquanto seguia com o carro em direção a Portage para o reconhecimento do corpo, Troxell ficou ouvindo a voz de seu filho dentro do cérebro, e manteve os olhos bem abertos, na esperança de descobrir alguém dirigindo o carro roubado. A voz, de acordo com Romer, começou a dizer-lhe onde procurar, e ele, finalmente, encontrou o veículo.
- Fiz manobra e segui o carro, mantendo distância de cerca de uma quadra - afirmou Troxell. - Eu queria jogar meu carro de encontro ao outro, porém Charlie aconselhou-me a não fazê-lo.
Assim, em vez de se aproximar, Troxell limitou-se a seguir o outro carro, até o motorista parar e descer. Então, ele começou a conversar com o suspeito, enquanto outro parente, que estava no carro junto com Troxell, chamou a polícia. Os policiais prenderam o homem, que foi prontamente identificado como suspeito do crime, com base em suas próprias informações confidenciais. Depois que o suspeito foi julgado e condenado, a voz de Charlie deixou de ecoar na cabeça de seu pai.
- Charlie está em paz agora - declarou Troxell. - Sei que foi a polícia que prendeu o assassino, e eles me mostraram o que descobriram durante a investigação. Mas, quando ouvi meu filho me orientando, agi prontamente. Talvez o bom Deus quisesse que eu fizesse o que fiz.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Correspondências Cruzadas

 Três famosos fundadores da Sociedade Britânica de Pesquisas Psíquicas - Henry Sidgwick, Frederic Myers e Edmund Gurney - surgem com destaque em um dos casos mais constrangedores de correspondência com espíritos de que temos memória. Por mais incrível que possa parecer, os três distintos cavalheiros figuraram não como receptores, e sim como emissários.

A história das Correspondências Cruzadas, como acabou sendo conhecida, teve início em 1901, quando cinco mulheres diferentes, que não se conheciam, começaram a receber mensagens de espíritos de pessoas falecidas. As cinco empregaram a técnica conhecida como psicografia, estado de transe em que a entidade comunicadora assume o comando do médium e transmite mensagem por escrito.
A primeira mulher a ser contatada - por um espírito que se identificou como Myers - foi a sra. A. W. Verrall. Pouco mais tarde, Lenora Piper, dos EUA, também passou a receber mensagens de Myers. Sem saber o que estava acontecendo com aquelas duas mulheres, Alice Fleming, irmã do escritor inglês Rudyard Kipling, e sua filha, Helen, deram de receber comunicações similares do além, enquanto estavam na Índia. A essas quatro, logo se juntou outra inglesa, a sra. Willet. Contudo, o mais incrível aconteceu em 1903, quando Helen Holland (née Fleming) recebeu solicitação de Myers, pedindo a ela que entrasse em contato com uma de suas velhas amigas. A mão de Helen escreveu o nome dessa amiga: Sra. Verrall, 5 Selwyn Gardens, Cambridge.
A sra. Fleming encaminhou a mensagem psicografada à Sociedade Britânica de Pesquisas Psíquicas e, lentamente, os pedaços separados do quebra-cabeça começaram a ser juntados. Nos EUA, Lenora Piper foi testada por G. B. Dorr, que lhe perguntou o significado da palavra lethe  "Myers", o espírito que guiara sua mão, respondeu com uma série de alegorias, como seria de esperar de pessoa que, em vida, tivesse se dedicado aos estudos clássicos. Idêntica interpelação foi feita à sra. Willet na Inglaterra, pelo renomado médium Oliver Lodge. Seu espírito do outro lado do Atlântico deu, essencialmente, igual resposta, bem como o nome da pessoa que lhe fizera a mesma pergunta nos EUA - Dorr.
Finalmente, a sra. Willet conseguiu se comunicar com as três pessoas "alvos" - Myers, Sidgwick e Gurney, três estudantes de assuntos clássicos. Por meio dela, o irmão do primeiro-ministro, lord Balfour, questionou Henry Sidgwick quanto à relação do corpo com a mente. Gurney, ou o espírito que dizia ser ele, falou sobre as origens da alma. A Myers foi perguntado como era se comunicar do além.
- Tenho a impressão de estar em pé por trás de uma lâmina de vidro congelada - respondeu ele -, que turva a visão e abafa o som, ditando com voz fraca para a secretária relutante e obtusa. Sensação de terrível impotência me arrasa.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Visitantes Extraterrestres

Os ocupantes de OVNIs normalmente podem ser classificados em duas amplas e distintas categorias - seres extraterrestres virtualmente indistinguíveis dos humanos em aparência e tamanho, e entidades "humanóides" que têm a pele verde, são homenzinhos de pernas curtas e finas, com grandes cabeças fetais e grandes olhos negros. Mas pode também haver uma terceira categoria. Vamos falar sobre.

Os seres bizarros que foram vistos perto de uma fazenda em Kelly, Kentucky, na noite de 21 de agosto de 1955, por oito adultos e três crianças. Esse assustador episódio começou quando o dono da casa, Billy Ray Taylor, entrou correndo afirmando que vira um disco voador com uma fumaça com as cores do arco-íris pousar em uma fossa, ali nas proximidades, com 12 metros de profundidade. Os outros riram a princípio. Em seguida o cachorro começou a latir.
Taylor e Lucky Sutton foram até a porta dos fundos, de onde puderam observar, assustados, que uma hedionda e estranha figura brilhante, vinda dos campos, aproximava-se. Aquela entidade prateada, de pouco mais de 1 metro de altura, tinha uma cabeça bulbiforme com orelhas enormes, pontiagudas, e braços compridos terminados em garras aguçadas que quase chegavam ao chão. Sutton e Taylor sacaram as armas e dispararam contra a criatura. Só que em vez de cair no chão, ela afastou-se dali.
De volta à sala de estar alguns minutos mais tarde, os homens disseram ter visto uma criatura similar e dispararam novamente. Tudo indicava que eles agora estavam cercados, pois, quando Taylor saiu de casa e foi até a varanda da frente para verificar os danos, outra entidade pulou sobre ele vindo do teto.
Pouco antes de meia-noite, as duas famílias entraram em seus carros e dirigiram-se apressadamente para Hopkinsville, pequena cidade próxima. A polícia voltou à fazenda, porém não encontrou indícios que confirmassem a história. No entanto, um dos policiais pisou no rabo de um gato no escuro e quase desencadeou um pânico fatal. Finalmente, por volta das duas da madrugada, a polícia foi embora.
As criaturas voltaram mais uma vez, segundo declarações do grupo. Mas, quando o sol finalmente nasceu, elas desapareceram para sempre.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Fantasma que Atira Pedras

No princípio de setembro de 1983 teve início um pesadelo para o casal Berkbigler e seus cinco filhos. Eles acabavam de se mudar para a casa ainda não totalmente terminada, no deserto, quando grandes pedras começaram a ser atiradas contra ela, principalmente à noite. As pedras pareciam vir não se sabe de onde e nem a polícia conseguiu descobrir quem era o responsável. Em poucas palavras, os Berkbigler estavam sofrendo por causa de um poltergeist que atirava pedras, um tipo particularmente incômodo de fantasma que gosta de perturbar as pessoas jogando pedras em suas casas. Os membros da família invariavelmente corriam para fora, na tentativa de pegar o responsável, porém nunca havia ninguém à vista. Os ataques normalmente começavam entre 17h30 e 19 horas, quando a família chegava em casa retornando do trabalho ou da escola. As pedras eram atiradas aos montes, e então havia uma pausa, para voltarem a ser jogadas. Às vezes, a família também ouvia pancadinhas misteriosas nas portas e janelas.

Os Berkbigler, a princípio, pensaram que algum vagabundo fosse o responsável pelo incômodo, mas a sra. Berkbigler já não tinha tanta certeza.
- Talvez seja um espírito - ela finalmente declarou a alguns repórteres do Arizona Daily Star. - Vai ver que construímos a casa sobre algum terreno sagrado onde os índios enterravam seus mortos, ou coisa parecida.
Em pouco tempo a imprensa local estava chamando o problema dos Berkbigler de "o fantasma que atira pedras". Durante as semanas que se seguiram, o xerife local visitou a casa e solicitou a ajuda de um helicóptero para desvendar o mistério. O próprio aparelho acabou sendo apedrejado, em plena luz do dia, e os policiais acabaram relutando em visitar a propriedade.
O episódio mais assustador ocorreu num domingo de dezembro. As pedras haviam sido ativas, mas esporádicas durante aquele dia inteiro, e dois repórteres do Star visitaram a casa para entrevistar a família. Por volta das 18h00, as pedras passaram a ser atiradas com tamanha violência contra a porta lateral da casa que os repórteres não podiam sair. O cerco durou duas horas, até que a família finalmente telefonou para a polícia, que escoltou os repórteres para longe dali.
O mais estranho de tudo é que, para chegar à porta lateral, as pedras precisavam passar pela porta aberta da garagem. Como havia um furgão estacionado ali naquela tarde, as pedras tinham de ser lançadas com precisão absoluta através de uma fenda de 60 centímetros entre o teto da garagem e a parte superior do furgão. No entanto, o fantasma atirador de pedras conseguiu esse feito, acima da capacidade de qualquer ser humano, sem maiores dificuldades.
O caso atingiu seu ponto culminante nos dias 6 e 7 de dezembro, quando dezenas de pessoas começaram a chegar na casa para ajudar a família a pegar o culpado. A despeito de constantes patrulhas pela propriedade, as pedras continuaram sendo jogadas normalmente, acertando pessoas naquele deserto escuro como breu com incrível pontaria. A patrulha improvisada conseguiu encontrar um intruso na propriedade, porém aquelas pessoas acabaram descobrindo tratar-se de um dos assistentes do xerife.
Então, o suplício das pedras simplesmente parou. Os cercos diários terminaram na segunda noite das buscas, e o caso do misterioso fantasma atirador de pedras de Tucson ficou sem solução. Ele continua envolto em mistérios até os dias de hoje.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Percepção Extra Sensorial Hipnótica

No tempo de Franz Anton Mesmer (1734-1815) - criador do mesmerismo, teoria segundo a qual toda pessoa tem um magnetismo animal que pode transmitir aos outros para fins terapêuticos -, acreditava-se que os indivíduos hipnotizados tornavam-se automaticamente médiuns. Os mesmeristas diziam que podiam levar as pessoas a ter visões do futuro, a ver lugares distantes e até a diagnosticar doenças dos que estavam postados diante deles. Todavia, essas pretensões todas caíram por terra, a partir do momento em que a hipnose passou a ser mais bem entendida como novo procedimento científico.

Mas tal coisa não significa que essas afirmações tenham desaparecido.
Carl Sargent, estudante de psicologia da Universidade de Cambridge, decidiu verificar se havia alguma verdade por trás dessas assertivas fantásticas do século 18. Para realizar a experiência, o jovem pesquisador recrutou quarenta pessoas, a maioria constituída de estudantes universitários. Vinte deles foram hipnotizados e sua percepção extra-sensorial testada com os cartões normais de PES. Em contraposição, as outras vinte, testadas com os mesmos cartões, estavam totalmente despertas.
Os resultados da experiência indicaram que o velho dr. Franz Mesmer podia estar certo. Os hipnotizados alcançaram resultados muito acima do puro acaso, que normalmente seria cinco acertos a cada 25 cartões. A média de acerto dessas pessoas foi de 11,9. Os que permaneceram despertos alcançaram os cinco acertos normais.
De acordo com Sargent, sua experiência demonstra que existe um fator importante com relação à natureza da PES. Ela é, obviamente, realçada por um estado mental descansado, talvez até mesmo alterado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Engolido por uma Baleia

O caso de James Bartley, marujo que trabalhava a bordo da baleeira Estrela do Leste, é uma resposta convincente aos que ainda duvidam do texto bíblico relativo a Jonas.

De acordo com os registros do Almirantado britânico, em fevereiro de 1891, Bartley deixou o navio, juntamente com outros membros da tripulação, e tomou a chalupa durante uma caça à baleia. O mar estava encapelado. O arpoador fez um disparo, a baleia mergulhou e, de repente, voltou à superfície sob a chalupa, despedaçando-a e espalhando os tripulantes. Todos os marujos foram resgatados, menos Bartley. A baleia morreu e seu corpo foi secionado. Ao abrir a barriga do animal, apareceram um pé e uma perna. Bartley foi retirado do estômago da baleia, vivo ainda, mas inconsciente.
Ele recobrou a consciência, porém ficou sem poder falar por várias semanas. Lembrava-se de poucas coisas além da abertura de mandíbulas enormes e de ter escorregado para dentro de um tubo comprido em direção ao estômago da baleia, onde permaneceu por quinze horas, conforme atesta declaração assinada pelo médico de bordo e por todos os outros tripulantes.
A visão de Bartley ficou afetada por essa experiência e sua pele perdeu a cor normal. Passou o resto de seus dias em terra, e morreu com a idade de 39 anos.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Alfinete de Gravata

Depois do velho banco imobiliário, a tábua de Ouija é, provavelmente, um dos jogos mais populares dos EUA. Embora muita gente não leve esse tipo de brinquedo a sério, dizem que, algumas vezes, ele resulta em contatos reais com o além.

Hester Travers-Smith era médium inglesa especialista em lidar com a tábua de Ouija. Um de seus casos mais famosos envolveu curioso incidente que sucedeu com ela e com Geraldine Cummins, médium irlandesa. Ambas trabalhavam com a tábua de Ouija em Londres durante os anos terríveis da Primeira Guerra Mundial, quando um primo de Geraldine, recentemente assassinado na França, assumiu o controle da comunicação. A entidade soletrou seu nome e então escreveu: Vocês sabem quem sou eu?
Em seguida, o comunicador "transmitiu" a seguinte mensagem: Peça a mamãe para dar meu alfinete de gravata de pérola à garota com quem pretendia casar. Acho que ela deve ficar com ele. O nome completo, totalmente desconhecido pelas médiuns, foi então soletrado. A entidade também forneceu o endereço da moça em Londres, porém, quando as médiuns enviaram a carta a ela, o correio devolveu-a. Como o endereço era errado ou fictício, as médiuns perderam o interesse no caso.
Seis meses mais tarde, Cummins ficou sabendo que o primo ficara noivo secretamente, fato desconhecido até mesmo pelos familiares mais próximos. O nome da noiva era o mesmo que fora soletrado pela tábua, e, quando o Ministério da Defesa devolveu os bens do jovem à Inglaterra, a família encontrou o alfinete de gravata de pérola mencionado em testamento que ele redigira na França. O documento instruía a família a enviar o alfinete de gravata a sua noiva, caso ele não voltasse com vida.
O caso foi posteriormente atestado por Sir William Barrett, famoso médium da época, que examinou os registros originais.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Uma Premonição Especial

Os desastres são, muitas vezes, precedidos por visões, sonhos, ou pesadelos que vaticinam o evento. Muitas dessas premonições acontecem durante o sono, porém a incrível visão da sra. Lesley Brennan ocorreu na Inglaterra, quando ela estava desperta, e veio pela televisão.

Na manhã do sábado, 12 de junho de 1974, o filme a que ela assistia pela televisão foi interrompido por um boletim especial, anunciando que uma explosão destruíra a Flixborough Nypro, indústria química próxima de sua casa e que produzia materiais usados na fabricação de náilon. Informava ainda o boletim que várias pessoas haviam morrido. Por volta do meio-dia daquele mesmo sábado, duas amigas foram visitá-la, e ela perguntou se haviam ouvido falar sobre o acidente. Elas não sabiam de nada.
Ambas nem sequer haviam tomado conhecimento. Na verdade, a explosão ocorreu realmente às 16h53. O número de mortos chegou a 28, com muitos feridos. Quando ouviram a notícia pela televisão, as três mulheres a princípio pensaram que os comentaristas estivessem dando os detalhes de forma incorreta. Mas o jornal do dia seguinte indicou o verdadeiro momento da explosão.
Lesley Brennan não tinha explicação para o que sucedera. Talvez tenha caído no sono e sonhado com a transmissão jornalística. Independentemente do que possa ter havido, o fato é que ela contara a história do evento a duas amigas quase cinco horas antes de ele realmente ocorrer.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Do Sonho à Realidade

Um dos piores desastres na história da aviação comercial ocorreu no Aeroporto O'Hare de Chicago, no dia 25 de maio de 1979. Foi o terrível dia em que um DC-10 da American Airlines sofreu um acidente na decolagem, matando todos os seus tripulantes e passageiros. O acidente chocou o país, mas não chegou a surpreender um homem de meia-idade de Cincinnati, Ohio. A partir do dia 16 de maio, Dave Booth, que trabalhava em uma agência de aluguel de carros, passara a ter sonhos com um terrível acidente aéreo todas as noites.
- O sonho começava - revelou ele posteriormente -, e eu me via olhando para um campo a partir do canto de um prédio térreo. A construção, feita de tijolos amarelos, tinha o teto cheio de cascalhos. As janelas que davam para o campo pareciam estar protegidas com papel colado. A impressão que recebia do edifício era de que deveria ser uma escola. No entanto, o prédio fazia lembrar também algum tipo de fábrica. Atrás do edifício havia um estacionamento cheio de cascalhos, com uma pista que dava a volta pela construção e então seguia em direção à estrada principal, que ficava às minhas costas. Olhando para o campo, via uma fileira de árvores de noroeste a sudeste. Todas as árvores e a grama eram verdes. Sei que era tarde, porque o sol estava se pondo a oeste. Olhando sobre a fileira de árvores, rumo nordeste, vi um grande avião no ar. A primeira impressão que tive é que, por estar tão perto de mim, aquele avião devia estar fazendo um ruído muito mais alto. Percebi que havia alguma coisa errada com o motor. O avião então desviou-se para a direita, seguindo em direção a leste. A asa esquerda se elevou no ar, muito lentamente, mas não em câmara lenta, o avião girou de cabeça para baixo e foi diretamente para o solo. Vi o avião bater. Era como se eu estivesse olhando o avião de frente, e não de lado nem por trás. Quando o aparelho se chocou contra o solo, houve uma enorme explosão. Não consigo pensar em nenhuma palavra para descrevê-la, exceto que ela foi pavorosa... Quando o ruído começou a morrer, acordei. A aeronave que eu vi em meus sonhos era um aparelho de três motores da American Airlines.
O desastre aconteceu nove dias depois que os sonhos de Booth começaram, quando um DC-10 da American Airlines sofreu um acidente logo após a decolagem às 15h03, em Chicago. A aeronave perdeu um motor logo após decolar, em seguida perdeu altitude e colidiu em um aeroporto abandonado adjacente ao O'Hare. Testemunhas falaram sobre o estranho silêncio do aparelho, como se seus outros motores tivessem falhado. O avião também girou perpendicularmente e bateu no solo primeiro com a asa esquerda. Depois, colidiu com um hangar e explodiu, com chamas que se elevaram a 120 metros.
Felizmente, as provas da previsão de Booth não residem apenas em seu testemunho pessoal. Quando os sonhos começaram a se repetir, ele ficou tão preocupado que entrou em contato com a American Airlines e com a Cincinnati Aviation Administration. Eles não sabiam o que fazer, tendo em vista a advertência telefônica. Foi então que Booth ligou para as Forças Armadas, onde representantes anotaram cuidadosamente seu telefonema e seus sonhos. Essas anotações detalhadas foram entregues ao Instituto de Parapsicologia em Durham, Carolina do Norte, onde pesquisadores investigaram o caso. Os perturbadores sonhos de Booth terminaram no dia do acidente.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Mamute de Beresovka

Parece que os mamutes desapareceram da face da Terra há mais de 10 mil anos, vítimas de mudanças climáticas resultantes do último grande período glacial e de grupos cada vez maiores de caçadores aborígines, que os matavam por sua carne, presas e pele. Desde o início do século 20, centenas de carcaças congeladas de mamutes foram encontradas nas frígidas planícies das regiões árticas do Alasca, do Canadá e da Sibéria.
Pelo menos uma dessas descobertas, às margens do rio Beresovka, na Sibéria, ameaça causar uma guinada na tese convencional da forma pela qual os mamutes foram extintos. Meio ajoelhado e meio em pé, o mamute de Beresovka estava em um estado quase completo de preservação. Sua carne, solidamente congelada, foi saboreada por alguns cientistas ousados. O mais incrível, no entanto, foi o fato de que os pesquisadores encontraram restos de botões-de-ouro, erva graminiforme da família das xiridáceas, na boca da criatura.
O grande mamute estivera se alimentando de plantas que germinam em regiões temperadas, no momento da morte. O que poderia tê-lo congelado até os ossos em meio à refeição, de maneira tão súbita quanto se o grande animal tivesse sido mergulhado em nitrogênio líquido? A noção predominante de mudança climática gradual à qual os mamutes não puderam se adaptar não confere com o caso citado.
Um congelamento lento teria formado cristais de gelo e, conseqüentemente, resultaria em putrefação da carne quando do descongelamento. Contudo, o mamute de Beresovka estava com a carne suficientemente fresca para ser comida sem qualquer efeito nocivo. A temperatura necessária para que fosse possível um congelamento assim tão instantâneo foi calculada em 65 graus centígrados negativos, fato jamais registrado na região ártica.
O que poderia provocar queda de temperatura tão catastrófica do ar circundante? Na ausência de inverno nuclear causado por bombas atômicas, devemos buscar uma explicação alternativa. Incêndios florestais e erupções vulcânicas também lançam enormes quantidades de calor e fragmentos que bloqueiam a luz na atmosfera, conforme demonstraram estudos realizados recentemente.
Uma teoria sugere que terrível terremoto, o maior jamais havido na Terra, abalou o mundo há 10 mil anos. Tendo ocorrido ao longo da junção de duas placas tectônicas, o tremor de terra resultou na liberação de grande quantidade de lava e de gases vulcânicos. Esses gases elevaram-se na atmosfera e evolaram-se rumo aos pólos. Supercongelados, caíram em direção à superfície terrestre, perdendo ainda mais calor ambiente na rápida descida. Finalmente, os gases penetraram no ar quente de altitudes mais baixas, congelando instantaneamente o mamute de Beresovka e outros da espécie, no momento em que eles se aumentavam com botões-de-ouro.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Visões da Morte

No mundo inteiro, as pessoas há muito tempo levam a sério as visões daqueles que se aproximam da morte. Durante a Segunda Guerra Mundial, registros suplementares foram mantidos em pelo menos um hospital de campanha na URSS, com relação aos soldados seriamente feridos que, literalmente, haviam sido trazidos de volta à vida, após estarem à beira da morte. De acordo com estudo de numerosos casos relativos àqueles que "voltaram", depois de praticamente já estarem "do outro lado'', muitas dessas pessoas tiveram rápida visão de natureza religiosa, conforme suas convicções individuais.
Entre os principais grupos, os católicos ortodoxos viram santos antigos e ouviram hinos; os muçulmanos chegaram às portas de um paraíso verdejante e promissor; enquanto os comunistas convictos, adeptos do materialismo dialético, não se lembraram de nada. Muitos disseram também ter visto membros da família que já haviam morrido.
O caso de Thomas Edison é especialmente interessante, pois, como cientista, era de esperar que relatasse as últimas impressões com certa imparcialidade. Em seu leito de morte, ele parecia estar em coma. De repente, levantou-se e disse com voz clara:
 - Estou surpreso. Lá é muito bonito!
 Não fez mais nenhum comentário sobre o que vira, morrendo logo em seguida. Voltaire, famoso filósofo francês e crítico da Igreja tradicional, estava em estado semiconsciente, morrendo. Durante sua vida produtiva e controvertida, os inimigos sempre o haviam ameaçado, dizendo que ele receberia justa punição após a morte, presumivelmente no inferno. Pouco antes de morrer, as chamas das toras na lareira de seu quarto aumentaram de intensidade. O pensador olhou para o fogo e, com a conhecida sagacidade, perguntou aos amigos: Quoi! Les flammes déjà? (O quê! Já são as chamas?)

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Telepatia Salvadora

Alguns críticos afirmam que, mesmo que a PES exista, ela não tem nenhum valor prático. John H. Sullivan discorda desse ponto de vista, pois a telepatia provavelmente salvou-lhe a vida.
O incidente ocorreu no dia 14 de junho de 1955, quando Sullivan soldava um cano de água no bairro de West Roxbury, em Boston. A valeta onde Sullivan se encontrava afundou de repente, ele foi soterrado e apenas a mão ficou visível acima da terra. Mais ou menos ao mesmo tempo, o amigo dele e também soldador Thomas Whittaker trabalhava em local diferente. Mas alguma coisa perturbava-lhe a mente. Ele parou o serviço mais cedo e comentou com outro empregado que algo estranho estava acontecendo em Roxbury. Whittaker pegou o carro e dirigiu-se para o local, tomando várias estradas que, normalmente, evitaria. Quando chegou à valeta, viu um dos veículos de sua companhia vazio, com o gerador funcionando.
- Aproximei-me cerca de 4 metros da valeta - testemunhou posteriormente. - A princípio, só pude ver terra. Então, percebi que houvera desmoronamento, e vi a mão de uma pessoa despontando do entulho.
Whittaker começou a cavar ao redor do homem soterrado, e alguns bombeiros chegaram para ajudar, a seu pedido. Sullivan estava seriamente ferido, e com certeza teria morrido, se demorasse mais alguns minutos para ser socorrido.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Pára-Raios Humano

Roy Cleveland Sullivan, guarda-florestal aposentado de Waynesboro, Virgínia, era conhecido como o "Pára-Raios Humano", porque já havia sido atingido por raios sete vezes durante sua carreira de 36 anos.
A primeira vez, em 1942, provocou a perda de um dedão do pé. Vinte e sete anos mais tarde, um segundo raio queimou suas sobrancelhas. No ano seguinte, em 1970, um terceiro raio queimou seu ombro esquerdo.
Depois que os cabelos de Sullivan pegaram fogo como decorrência de um quarto raio, em 1972, ele começou a levar um balde com água no carro. No dia 7 de agosto de 1973, estava dirigindo, quando um raio saiu de uma pequena nuvem, atingiu-lhe a cabeça enchapelada e queimou seus cabelos novamente, jogando-o a 3 metros de distância do carro, atravessou as duas pernas e arrancou-lhe os sapatos. Apavorado, Sullivan despejou o balde de água na cabeça, para esfriá-la.
Sullivan foi vítima pela sexta vez no dia 5 de junho de 1976, ferindo o tornozelo. O sétimo raio alcançou-o no dia 25 de junho de 1977, enquanto ele estava pescando. Nessa ocasião, precisou ser hospitalizado com queimaduras graves no estômago e no tórax.
Embora jamais tivesse possibilidade de explicar essa atração peculiar, Sullivan disse certa vez que na verdade podia ver os raios que o atacavam.
Às 3 horas da madrugada de 28 de setembro de 1983, Sullivan, já com 71 anos, deu cabo da vida com um tiro. Dois de seus chapéus de guarda-florestal, queimados nas copas, estão atualmente em exposição nos Guinness World Exhibit Halls, na cidade de Nova York e em Myrtle Beach, Carolina do Sul.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos


Vítimas do Destino

O dramaturgo grego Esquilo é conhecido como o criador da Tragédia. Ele entrou para a História por causa de suas peças teatrais, mas também mereceria o mesmo destaque honorífico em razão da maneira dramática de sua morte. De acordo com a lenda, Esquilo foi morto quando uma águia confundiu sua calva com uma rocha e derrubou sobre ele um casco de tartaruga, rachando-lhe a cabeça.
Vítimas modernas do destino também sofreram mortes ironicamente similares. Vejamos o caso de Praga, Tchecoslováquia. Uma mulher saltou de uma janela no terceiro andar de um prédio após ficar sabendo da infidelidade do marido. Este, entrando no edifício exatamente naquele momento, acabou recebendo o peso da mulher sobre a cabeça. Ela sobreviveu. Ele morreu no ato.
Há também o caso de uma mulher de 36 anos de San Diego, Califórnia, que, em 1977, planejou matar seu marido de 23 anos, instrutor físico dos Fuzileiros Navais, para receber os 20 mil dólares do seguro. Ela colocou o veneno de uma tarântula em uma torta de ameixas, porém ele comeu apenas alguns pedaços. Em seguida, tentou eletrocutá-lo no chuveiro, mas o plano também falhou. Assim como fracassaram as tentativas de matá-lo com detergente, de atropelá-lo com o carro, de injetar bolhas de ar nas veias e até de despejar anfetamina na cerveja quando ele precisava dirigir, na esperança de que ficasse alucinado e sofresse um acidente fatal.
Exasperada, ela contratou uma mulher de 26 anos para cúmplice no crime. Juntas, elas golpearam o marido na cabeça com pesos de metal, enquanto o instrutor físico dormia. Foi só dessa maneira que ele finalmente sucumbiu.
E, para encerrar, no dia comemorativo dos soldados e marinheiros dos EUA mortos em ação, em 1987, um advogado de 40 anos da Louisiana ficou em pé em seu barco, quando uma tempestade se aproximava.
- Aqui estou - gritou ele para os céus, levantando suas mãos sobre a cabeça.
Um raio fulminou-o instantaneamente. O primeiro nome do advogado era Graves (Covas).

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Arqueoloqia Mediúnica

Jeffrey Goodman iniciou carreira como executivo de pequena companhia petrolífera em Tucson, Arizona. Formado em administração de empresas, ele não se mostrava particularmente inclinado a vôos altos. É por isso que pode causar surpresa encontrá-lo, nos dias de hoje, intercedendo a favor do novo campo de arqueologia mediúnica, em que médiuns talentosos auxiliam a encontrar áreas de escavação promissoras.
A odisséia mediúnica de Goodman começou em 1971, quando ficou sabendo que os antropólogos convencionais acreditavam que a humanidade surgira no continente americano há 16 mil anos. Goodman achou que essa data era muito recente. Na realidade, ele tinha absoluta certeza de poder encontrar provas de civilização anterior em seu próprio Estado, desde que soubesse onde procurar. Assim, para levar adiante sua intuição, conversou com Aron Abrahamsen, conhecido médium do Oregon. Sem sair de casa, o médium forneceu diversas descrições de clarividência, que ajudaram Goodman a localizar um leito seco de rio em San Francisco Piaks, além de Flagstaff. Era um local improvável para se procurar uma civilização perdida, pois os cientistas jamais haviam encontrado algum sítio arqueológico ali. Mas Goodman não só ignorou pura e simplesmente esse fato inconveniente, como também pediu ao médium que previsse as formações geológicas que seriam encontradas durante as escavações.
Cavando no local indicado pelo médium, Goodman descobriu objetos de artesanato que teriam sido feitos há, pelo menos, 20 mil anos. O que chega a ser ainda mais surpreendente é que 75 por cento das previsões geológicas de Abrahamsen estavam completamente corretas, não obstante dois geólogos locais terem ridicularizado as palavras dele. O médium do Oregon previu, por exemplo, que os cientistas localizariam camadas de 100 mil anos de idade a uma profundidade de apenas 8 metros. E foi justamente o que eles encontraram.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

A História de Três Titãs

O maior desastre marítimo de todos os tempos aconteceu com o Titanic, da White Star Line, o mais importante transatlântico já construído e que teve terrível destino. A tragédia desse navio só pode ser comparada com a do Titan, luxuoso transatlântico fictício, que também afundou com elevado número de passageiros em abril de 1898, catorze anos antes da colisão do Titanic com um iceberg que o mandou para a sepultura marítima, também em uma noite de abril.
O Titan navegou apenas nas páginas do romance de Morgan Robertson, adequadamente denominado Futility (Futilidade). Mas os paralelos entre os dois gigantescos navios de turismo desafiam a imaginação. O profético Titan, do romance de Robertson, partiu de Southampton, Inglaterra, em sua viagem inaugural, exatamente como o "insubmergível" Titanic. Ambos os navios eram mais ou menos do mesmo tamanho - 243 metros e 252 metros de comprimento - e tinham capacidade de carga comparável - 70 mil e 66 mil toneladas, respectivamente. Cada um tinha três hélices e capacidade para 3 mil pessoas.
Lotados de milionários, os dois navios colidiram com um iceberg no mesmo local e afundaram. Em ambos, o número de mortos foi terrivelmente elevado, porque nenhum deles dispunha de quantidade suficiente de barcos salva-vidas. No caso do Titanic, 1 513 passageiros morreram, a maioria devido à exposição ao frio do sul da Terra Nova, no Atlântico.
Um dos que morreram a bordo do Titanic foi o famoso espiritualista e jornalista W. T. Stead, autor de um conto que previa acontecimento similar em 1892. Contudo, nem Futility nem o conto de Stead puderam salvar o Titanic da colisão fatal.
No entanto, outra premonição evitou uma tragédia. Em abril de 1935, o marujo William Reeves estava cumprindo turno de vigia na proa do Titanian, navio sem linha estabelecida, que aportava e pegava cargas em qualquer porto, seguindo para o Canadá, proveniente da Inglaterra. As similaridades e as lembranças da tragédia do Titanic vieram à mente do jovem Reeves, e ele sentiu um arrepio na espinha. A proa do navio estava cortando as mesmas águas tranqüilas já percorridas pelo Titanic. Com a aproximação da meia-noite, hora do desastre do grande transatlântico, Reeves lembrou que o dia em que o gigantesco navio afundara - 14 de abril de 1912 - correspondia à data de seu aniversário.
Impressionado com tantas coincidências, Reeves transmitiu uma ordem, e o Titanian teve o curso interrompido, parando pouco antes de chocar com um iceberg que apareceu indistintamente. Pouco depois, outras montanhas de cristal surgiram no meio da noite. O Titanian permaneceu imóvel, mas em segurança, durante nove dias, até que barcos quebra-gelos da Terra Nova finalmente abriram caminho.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Os Anjos de Mons

No dia 26 de agosto de 1914, a derrotada Força Expedicionária Britânica em Mons, França, excedida em número pelos soldados alemães na proporção de três por um, decidiu bater em retirada. O desastre total assomou no horizonte quando uma unidade da cavalaria do imperador Frederico Guilherme bloqueou a passagem dos ingleses.
Mas o golpe de misericórdia não chegou a acontecer. De repente, os cavalos dos alemães entraram em pânico, empinando nas patas traseiras, com as narinas dilatadas. A cavalaria germânica fugiu em disparada, e os ingleses conseguiram sair do bloqueio em segurança.
O que foi que deteve as espadas dos alemães e assustou-lhes os cavalos? Artigo publicado no Evening News de Londres, um mês após essa miraculosa sobrevivência, diz que os soldados ingleses haviam sido poupados pela visão de um esquadrão de anjos pairando sobre suas cabeças. O autor do artigo, um tal de Arthur Machen, escritor de histórias de horror e de ocultismo, era, juntamente com W. B. Yeats e Aleister Crowley, membro da Ordem Hermética do Crepúsculo Dourado, a mal-afamada sociedade de magia do século 20.
De acordo com o artigo de Machen, "Os Arqueiros: Os Anjos de Mons", quando os alemães desdobraram forças para a matança final, eles notaram nos céus a visão de um exército fantasmagórico em formação do lado dos ingleses. Ainda mais surpreendente foi o fato de que os anjos estavam materializados como arqueiros ingleses medievais, os longos arcos retesados e as flechas apontadas diretamente para o rosto do inimigo.
A história causou sensação tão grande na Inglaterra que Machen finalmente admitiu que os anjos eram fruto de sua própria imaginação. No entanto, o relato de salvadores celestiais ajudando os soldados britânicos nas trincheiras recusou-se a morrer. Quando os sobreviventes de Mons começaram a voltar para casa, muitos deles contaram histórias que corroboravam a versão dos arqueiros angelicais. Uma torrente de artigos e panfletos apoiou, posteriormente, tal versão.
O reverendo C. M. Chavasse, capelão do Exército, disse que ficara sabendo do episódio pelo relato de um general de brigada e dois de seus oficiais, que estiveram no campo de batalha.
A despeito dos desmentidos de Machen, os anjos de Mons passaram a ter vida própria. Inconsciente do que fizera, talvez Machen penetrara na consciência coletiva da Inglaterra destruída pela guerra. Sem dúvida, os anjos levantaram o moral nos dias mais sombrios, quando os jovens ingleses estavam sendo massacrados desordenadamente nos campos da França. E no fim o artifício, se é que houve um, funcionou. Os ingleses e seus aliados saíram-se vitoriosos. Os anjos, afinal de contas, colocaram-se do lado do Exército vencedor.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Congelado pelo Vento

O inverno de 1984/85 estabeleceu numerosos recordes de ondas de frio em todo o território dos EUA, desde Michigan até o Texas. Foi a estação em que também ocorreu um dos mais notáveis casos de sobrevivência nos anais da medicina moderna.
Na manhã do dia 19 de janeiro de 1985, a temperatura em Milwaukee, Wisconsin, caíra a incríveis 60 graus abaixo de zero, um frio capaz de enregelar até os ossos. Enquanto seus pais dormiam, o pequeno Michael Troche, de 2 anos de idade, vestido com pijama leve, resolveu andar pela neve.
Encontrado pelo pai várias horas mais tarde, Michael estava literalmente congelado. Parara de respirar; cristais de gelo haviam se formado sobre e por dentro de sua pele; braços e pernas estavam rígidos como pedras.
Levado às pressas ao Hospital Infantil de Milwaukee, Michael foi tratado por uma equipe de vinte enfermeiras e dezoito médicos, inclusive o dr. Kevin Kelly, especialista em hipotermia. Quando ele chegou ao hospital, Kelly declarou-o "morto, definitivamente morto". Os médicos chegaram a ouvir o pobre corpinho congelado rachando, quando o levantaram para levá-lo à mesa de operação. E a temperatura interna da criança registrara 16 graus centígrados, um nível do qual ninguém jamais voltara vivo.
A equipe começou a trabalhar imediatamente, levando Michael para uma máquina respiratória para aquecer-lhe o sangue, injetando drogas para evitar que o cérebro inchasse, descongelando-lhe o corpo e fazendo incisões em seus membros e tecidos cheios de água de células congeladas, que ameaçavam arrebentar.
Durante três dias, o menino permaneceu em estado de semiconsciência, entre a vida e a morte. Então, milagrosamente, recuperou-se quase tão rapidamente quanto havia se congelado. Ele sofreu apenas pequenos danos nos músculos de uma mão e submeteu-se a enxertos de pele, para cobrir as grandes incisões feitas nos braços e pernas. Fora isso, por incrível que pareça, Michael não foi afetado pelo trauma que sofreu.
Além disso, o incrível Michael Troche não acusou nenhum sinal do tão temido dano cerebral que o teria transformado em vegetal. De modo irônico, os médicos disseram que ele talvez tenha sobrevivido justamente por ser tão jovem e tão pequeno. Congelado rapidamente pela baixíssima temperatura do vento, o pequeno cérebro e o reduzido metabolismo exigiram pouco oxigênio para operar. Se fosse um pouco mais velho e maior, o garoto teria se transformado em uma vítima do inverno.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos