A Noruega está à procura de homens com voz grave e poderosa para afugentar ursos polares. Sim, leu bem, é mesmo essa a oferta de emprego.
O anúncio foi feito pelo governador do arquipélago de Svalbard, no Ártico norueguês, o ponto terrestre mais próximo do Polo Norte permanentemente habitado.
Quem for contratado deverá proteger, através do recurso à voz, concretamente de gritos, os cientistas que desenvolvem pesquisas na região, alertando-os para a presença dos animais. Como os investigadores trabalham em silêncio, o alerta seria facilmente escutado.
Não é necessário que os candidatos saibam manejar armas, mas aqueles que o saibam fazer terão mais possibilidades de ser contratados. Serão três semanas de trabalho a partir de 8 de julho, em pleno verão ártico, e debaixo de temperaturas máximas de 6ºC.
Apesar de o urso polar ser uma espécie ameaçada em determinadas partes do mundo, o mesmo não acontece nas ilhas norueguesas. E só nesta região de Svalbard, estima-se a existência de 3.000 ursos, por oposição aos cerca de 2.400 habitantes.
A lei norueguesa protege os ursos polares, que só podem ser feridos em legítima defesa. «Se um urso polar agressivo atacá-lo e não se assustar ao ouvir disparos de advertência, dispare para matá-lo. Este é o último recurso. Aponte no peito», recomendam os folhetos de instruções do Instituto Polar Norueguês.
Os ursos polares não se aproximam, regra geral, das povoações, mas o risco existe em locais com menor presença humana.
De acordo com o Instituto Polar Norueguês, estes ursos, que pesam entre 400 e 600 quilos, alcançam velocidades até 30 km/h e podem tornar-se perigosos.
Os humanos não servem de alimento para os ursos polares, no entanto, as placas destinadas aos visitantes do arquipélago de Svalbard não descuram a possibilidade: «Um urso verdadeiramente faminto comerá o que for.»
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