Eram 22h30 na noite de 14 de janeiro de 1976, e Armando Grimaldo estava sentado no quintal da casa da sogra, na zona norte de Raymondville, Texas. Tinha ido visitar a ex-mulher, Christina, que naquela hora dormia. Ele estava prestes a ter um encontro com uma criatura de um outro mundo.
- Quando me levantei para dar uma olhada no outro lado da casa - contou ele -, senti alguma coisa me agarrar, algo com garras enormes. Olhei para trás, vi a criatura e saí correndo. Jamais sentira medo antes, mas dessa vez fiquei realmente apavorado. Aquilo era o ser mais horrendo que já vira em toda a minha vida.
Alguma coisa mergulhara do céu - e era algo que Grimaldo nunca vira antes e que não queria voltar a ver. A criatura era tão alta quanto ele - 1,70 metro - e a envergadura de suas asas devia ter uns 3 metros. A pele era semelhante ao couro marrom bem escuro, sem penas, e o rosto tinha imensos olhos vermelhos.
Grimaldo gritou e tentou correr, porém em seu pânico acabou tropeçando e caindo de rosto no chão. Enquanto tentava colocar-se novamente em pé, sentiu as roupas sendo rasgadas pelas garras daquele animal. Conseguiu esconder-se sob uma árvore, enquanto o atacante, respirando ofegantemente, voou para longe e desapareceu na escuridão da noite.
Christina despertou com os gritos e já estava descendo a escada, quando o ouviu entrar em casa.
- Ele parecia estar em estado de choque - murmurou ela.
Incapaz de falar coerentemente, Grimaldo ficou repetindo a palavra pájaro (pássaro em espanhol) por várias vezes. Levado ao Willacy County Hospital, recebeu alta meia hora depois, quando os médicos determinaram que ele fisicamente não sofrerá nada.
Talvez Grimaldo tenha tido mais sorte do que o bode de Joe Suárez. Alguma coisa despedaçou-o durante a madrugada do dia 26 de dezembro. O animal havia sido deixado preso em um cercado atrás do celeiro de Suárez, em Raymondville. Os policiais não encontraram pegadas ao redor do corpo, e não puderam explicar como ele havia sido morto.
Algo esquisito invadira Rio Grande Valley. Um mês depois da aparição, os moradores do lugar passaram a chamar a estranha criatura de "Garibaldo", por causa do personagem da famosa série de televisão Vila Sésamo. Para a maioria das pessoas, o grande pássaro era apenas um objeto de divertimento. No entanto, aqueles que o viram não achavam que fosse um assunto engraçado.
Criatura semelhante bateu no trailer de Alverico Guajardo, na cidade de Browsville. Quando ele saiu para fora para verificar o que estava acontecendo, entrou em seu carro e ligou os faróis, para deparar com o que descreveu como "uma coisa de outro planeta". Assim que a luz dos faróis a iluminou, a criatura levantou-se e olhou para ele com olhos vermelhos e brilhantes.
Guajardo, paralisado de medo, limitou-se a ficar olhando para a coisa, cujas asas longas e semelhantes às de um morcego pareciam cobrir-lhe os ombros. O tempo todo, aquela criatura produzia um ruído horrível na garganta. Finalmente, depois de uns dois ou três minutos, ela se afastou em direção a uma estrada de terra e desapareceu na escuridão.
A criatura voltou a ser vista em 24 de fevereiro, mais ao norte, em San Antônio, quando três professoras primárias, que se dirigiam para o trabalho em uma estrada isolada a sudoeste da cidade, viram um pássaro enorme com envergadura de "uns 6 metros, ou mais". Ele estava voando tão baixo que quando passou por cima dos carros sua sombra cobriu toda a estrada.
Enquanto as três observavam a bizarra criatura, notaram outro pássaro a distância, sobrevoando um rebanho.
- Parecia uma gaivota imensa - afirmou uma delas.
Posteriormente, quando as professoras procuraram nos livros o primeiro pássaro visto, puderam identificá-lo. Era extremamente parecido com um pterodáctilo, espécie de réptil voador e marinho, semelhante aos morcegos atuais, extinto há 150 milhões de anos.
Elas não foram as únicas pessoas do sul do Texas a achar que viram o réptil alado pré-histórico. Um mês antes, duas irmãs de Brownsville, Libby e Deany Ford, avistaram "um grande pássaro preto" perto de uma lagoa. A criatura era tão alta quanto ambas e tinha "cara de morcego". Mais adiante, ao observarem a ilustração do pterodáctilo em um livro, as irmãs concluíram que aquele era o tipo de "pássaro" avistado.
O medo provocado pelo "Garibaldo" diminuiu um pouco no início de 1976, porém essa não foi a última vez que as pessoas de Rio Grande Valley depararam com a coisa. No dia 14 de setembro de 1982, James Thompson, motorista de ambulância da Harlingen, viu "uma criatura semelhante a um pássaro" passar sobre a rodovia 100, a uma distância de 45 metros. Eram 3h55.
- Fiquei esperando que ele pousasse como um aeromodelo – declarou Thompson ao Valley Morning Star. - Foi o que pensei que aquilo fosse, mas a criatura bateu as asas o suficiente para manter-se acima da grama. Sua textura era preta ou acinzentada. Não tinha penas. Tenho certeza de que era coberto por algum tipo de couro. Limitei-me a vê-lo voar para longe.
Logo em seguida, Thompson acrescentou:
- Era um pássaro do tipo pterodáctilo.
A International Society of Cryptozoology, organização científica que investiga relatórios de animais desconhecidos ou supostamente extintos, anotou:
O animal foi visto a apenas 320 quilômetros - em linha reta - a leste de Sierra Madre Oriental, México, uma das regiões menos exploradas da América do Norte.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos