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quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Convulsões e Cataclismos

Os geólogos serão os primeiros a admitir que o planeta Terra parece estar fadado a uma catástrofe apocalíptica de natureza global. A crosta terrestre está sofrendo imensas tensões, enquanto placas tectônicas de dimensões continentais colidem umas com as outras em danças perigosas, desde tempos imemoráveis, acompanhadas por tambores e archotes - os terremotos e os fogos vulcânicos que margeiam o oceano ilusoriamente chamado de "Pacífico".
Em 1883, o mundo registrou sua explosão mais forte na ilha vulcânica Krakatoa, Indonésia, quando o vulcão Perbuatan entrou em erupção, vaporizando-se, literalmente, e provocando a morte de 36 mil pessoas em Java e Sumatra. O abalo foi registrado em todo o mundo, e as cinzas lançadas da cratera chegaram até Madagascar. Tanta cinza e tanta poeira foram lançadas na atmosfera que o pôr-do-sol mudou de cor e as condições climáticas se viram drasticamente alteradas durante os anos seguintes.
Devido à grande porcentagem da população mundial que vive em regiões baixas, uma explosão de tal magnitude nos dias de hoje, sem dúvida, ceifaria centenas de milhares de vidas humanas. Até mesmo as regiões costeiras de países distantes, como o Japão e o Havaí, seriam ameaçadas.
O litoral da Califórnia vive, constantemente, à beira de um desastre, e seus habitantes esperam a ocorrência, a qualquer momento, de um terremoto tão intenso quanto aquele que destruiu San Francisco, em 1906. A pressão geológica está aumentando também sob a Grã-Bretanha e a Escandinávia. Se liberada, ela poderia inundar grande parte da Escócia e transformar Londres em um porto do mar do Norte.
Os médiuns têm advertido, há muito tempo, da possibilidade de uma convulsão global, que poderá ameaçar o futuro da humanidade neste planeta. São apoiados pelos próprios cientistas, cujas previsões são igualmente catastróficas. Além de terremotos e vulcões, eles estão percebendo crescente "efeito estufa" que poderia elevar os níveis dos oceanos do mundo, encobrindo a maioria dos portos atuais.
Além disso, o decréscimo na camada protetora de ozônio poderia aumentar drasticamente a incidência de câncer na população. Alguns chegam até a prever súbita reversão dos pólos magnéticos da Terra.
Na realidade, quase todas essas catástrofes geográficas em potencial estão na ordem natural das coisas, inclusive o avanço e a regressão de eras glaciais, e o bombardeio de nosso planeta por corpos celestes do tamanho de pequenos países.
Mas o que mudou mais, em escala planetária, é o número imensamente maior de pessoas que sofreriam as conseqüências da catástrofe. A questão já não é mais procurar saber se os cientistas ou os médiuns estão certos, e sim qual a bola de cristal que será despedaçada primeiro.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

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