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segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

A Batalha dos Aliados

No início de agosto de 1951, duas cunhadas inglesas passavam férias na França, quando a tranqüilidade do sono foi interrompida por disparos de canhões. Não demorou muito tempo para perceberem que estavam ouvindo sons de uma guerra. O barulho continuou, interrompido aqui e ali, durante quase três horas.
No dia seguinte, quando as duas mulheres assustadas tentaram descobrir o que acontecera, ficaram chocadas com a notícia de que nenhuma batalha havia sido travada. Na realidade, ninguém mais ouvira nada.
No entanto, depois de uma investigação elas ficaram sabendo que estavam passando as férias em Puys, na praia perto de Dieppe, área ocupada e muito bem fortificada durante a Segunda Guerra Mundial. Ali, quase nove anos antes, os Aliados desencadearam uma invasão dispendiosa e sangrenta. Mais da metade dos 6 086 homens que chegaram à praia, no dia 19 de agosto de 1942, foram mortos, feridos ou capturados.
As inglesas ficaram sabendo que os sons que escutaram eram a reprodução auditiva quase exata daquela batalha, como se elas estivessem naquele hotel no momento em que a invasão aconteceu. Elas ouviram bombas e gritos de madrugada, "por volta das 4 horas", e o barulho parou abruptamente cinco minutos depois. O verdadeiro bombardeio começou às 3h47 e foi interrompido, de acordo com registros militares, às 4h50. Ambas ouviram bombardeios e os gritos dos homens, e então fez-se silêncio outra vez; novamente, os registros militares confirmaram que o bombardeio foi interrompido mais ou menos naquele horário, entre 5h07 e 5h40.
Todos os sons que elas escutaram combinam com os registros militares da batalha. É interessante notar que a batalha parou às 6 horas, o mesmo horário em que todos os ruídos foram interrompidos para as mulheres. No entanto, as cunhadas inglesas ouviram os gritos desesperados de homens feridos e moribundos por mais uma hora, gritos que foram ficando cada vez mais fracos, à medida que o tempo ia passando.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

As Estranhas Criaturas da Austrália

Os himalaios têm seu próprio Yeti. E na Austrália, criaturas peludas semelhantes a macacos são conhecidas como yowie. Na verdade, de acordo com o naturalista local Rex Gilroy, a área de Blue Mountain, a oeste de Sydney, já foi palco de mais de 3 mil aparições dessas criaturas.
Em dezembro de 1979, Leo e Patrícia George resolveram se aventurar pelo lado oriental da Austrália, em busca de um local tranqüilo para um piquenique. Mas seu passeio de domingo foi subitamente interrompido quando eles viram a carcaça de um canguru mutilado.
- Além disso - declararam eles -, o aparente perpetrador da mutilação estava a apenas uns 12 metros de distância.
Eles descreveram uma criatura coberta de pêlos e "pelo menos com 3 metros de altura", que parou e olhou para eles, antes de finalmente procurar abrigo na vegetação.
O piquenique foi rapidamente cancelado, mas Gilroy ainda tem planos de montar uma expedição por conta própria e sair ao encalço do lendário animal.

O que Aconteceu em Roanoke?

A primeira criança inglesa nascida nos EUA recebeu o nome de Virgínia Dare. Os pais haviam embarcado para o Novo Mundo com o grupo de pioneiros que desembarcou na ilha de Roanoke, na costa da Carolina do Norte, e Virgínia nasceu pouco depois, no dia 18 de agosto de 1587.
O navio que transportou os Dare para a nova pátria acabou retornando à Inglaterra com todos os homens a bordo, com exceção de dez. Esses homens foram deixados para dar início à colonização, mas, quando o navio seguinte chegou, não foram mais encontrados. O segundo navio também retornou à Inglaterra, dessa vez deixando cem pessoas para dar seqüência à colonização. Algum tempo depois, chegou mais um navio, e seus passageiros, novamente, deram com a ilha vazia.
Não havia vestígios de violência, luta, nem de sepulturas. Apenas a palavra "CRO" entalhada em uma árvore, e "CROATAN" entalhada em outra. Croatan, ilha localizada na costa da Carolina do Norte, era, aparentemente, o lugar onde o grupo de colonos resolvera se instalar. Contudo, o capitão do navio, temendo a falta de alimentos e a aproximação do inverno, decidiu rumar em direção às Antilhas e passar o inverno ali.
Quando o navio seguinte chegou à ilha de Croatan, os tripulantes também não encontraram nada, nem sinais de algum massacre de índios. Não havia sepulturas e, com exceção de histórias ocasionais, que falavam de crianças índias com cabelos "amarelos" e olhos azuis, nenhum dos 110 pioneiros jamais foi encontrado. Embora seja tema de numerosos boatos e lendas, o mistério jamais foi explicado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

As Mortes dos Cientistas

Entre março e junho de 1987, a imprensa britânica reverberou com uma série de mortes, aparentemente sem nenhuma relação entre si, que ceifaram as vidas de cientistas envolvidos na indústria de defesa civil. Foram dez incidentes no total, inclusive oito suicídios suspeitos, um desaparecimento, e um caso em que a vítima sobreviveu após uma queda de 18 metros.
Cinco das vítimas eram empregados da Marconi, uma empresa de produtos eletrônicos com muitos contratos com o governo, e várias outras tinham vínculos com programas que envolviam o torpedo Stingray e medidas de segurança para submarinos nucleares.
O primeiro incidente, na verdade, ocorreu no dia 5 de agosto de 1986, quando um especialista em software do Stingray suicidou-se pulando da ponte de Clifton em Bristol. Vimal Dajibhai estava com apenas 24 anos de idade e não tinha nenhum motivo aparente para deslocar-se de Londres até Bristol para cometer suicídio. A imprensa noticiou que pequenas marcas de perfurações foram encontradas em suas nádegas.
Em 28 de outubro de 1986, outro empregado da Marconi, Ashad Sharif, 26 anos, segundo consta, matou-se em Siston Commons, Bristol, amarrando uma corda em uma árvore, passando-a em seu pescoço e se enforcando. Ele, também, tinha saído de Londres.
No dia 8 de janeiro de 1987, um amigo de Dajibhai, que trabalhava para o Ministério da Defesa no projeto de um sonar, desapareceu enquanto fazia uma inspeção em uma represa em Derbyshire.
Quatro dias antes, um consultor de computadores da Marconi, Richard Pugh, fora encontrado com um saco plástico sobre a cabeça. No mesmo mês, um consultor de computadores da Royal Armaments morreu por envenenamento com monóxido de carbono. O mesmo gás tirou a vida de Peter Peapell, 46 anos, no dia 22 de fevereiro de 1987. Peapell era especialista na tecnologia do berilo soviético, um metal de importância crucial para os reatores nucleares.
Em 30 de março de 1987, David Sands cometeu suicídio enchendo galões de gasolina em seu carro esporte, dirigindo-o em alta velocidade, e indo de encontro a um restaurante abandonado. Sua mulher e seus colegas declararam que Sands vinha "agindo de forma estranha" antes de seu suicídio.
Em 24 de abril do mesmo ano, Mark Wisner, projetista de software da Força Aérea, com apenas 25 anos, também foi encontrado morto com um saco plástico amarrado em sua cabeça. Ele usava um espartilho feminino e botas no momento da morte. Outro cientista relacionado com o departamento de defesa, Victor Moore, teria supostamente cometido suicídio com uma dose excessiva de drogas. Robert Greenhaigh, 46 anos, também empregado da Marconi, sobreviveu a um salto de uma altura de 18 metros de uma ponte ferroviária em Maidenhead, quando caiu sobre um gramado macio. Greenhaigh fora amigo do suposto agente duplo Dennis Skinner, com quem trabalhara durante quinze anos. Dizem que Skinner foi empurrado da janela de um apartamento em Moscou, morrendo em 1983. Tal seqüência de suicídios e mortes relacionados com a indústria da defesa civil parece ultrapassar os limites da definição de coincidências. Agora que o homem levou as hostilidades aos céus, com a Guerra nas Estrelas, talvez os céus tenham decidido nos fazer uma retaliação.

A Longa Viagem de Volta

Não sabemos se a capacidade de voltar para casa demonstrada pelos animais resulta de um senso superior de direção ou de uma sexto sentido desconhecido pela ciência. O fato é que a habilidade de orientação do cachorro continuamente surpreende seus melhores amigos. Em pelo menos três casos documentados, os cachorros viajaram milhares de quilômetros, e há vários exemplos de cães que também encontram o caminho de volta em distâncias mais curtas.
Nick, o cachorro de Doug Simpson, por exemplo, desapareceu durante o camping que fizeram juntos na região sul do Arizona, em novembro de 1979. Simpson passou duas semanas procurando desesperadamente o pastor alemão, mas ele não foi encontrado. Simpson acabou retornando para sua casa, na Pennsylvania.
Quatro meses mais tarde, com cortes ainda sangrando e o pêlo arranhado, Nick chegou na casa dos pais de Simpson, em Selah, Washington. O cão aparentemente atravessara o deserto do Arizona, o Grande Canyon, as perigosas montanhas Rochosas, rios congelados, montanhas cobertas de neve e rodovias diversas. Quando chegou à entrada da casa, onde o carro de Simpson estava estacionado, ele desmaiou de exaustão. A mãe de Simpson encontrou o cachorro, que foi recompensado quando seu dono chegou e o levou para casa.
Jessie, outro cão pastor alemão, ficou em Aspen, Colorado, quando seu dono, Dexter Gardiner, mudou-se de East Greenwich, Rhode Island. Sentindo-se abandonado, o cachorro partiu de Aspen e apareceu na casa dos Gardiner seis meses mais tarde, porém a família estava viajando em férias de verão. Depois de breve permanência pelas ruas, Jessie foi recolhido pela sra. Linda Babcock. Mas como não conseguia se esquecer dos antigos donos, resolveu voltar para casa. Dessa vez, os Gardiner não estavam viajando e ficaram contentes com o retorno, embora estranhassem o seu súbito aparecimento. Uma pesquisa sobre a longa viagem de Jessie acabou levando os Gardiner até a sra. Babcock, que, após negociações amigáveis, devolveu o cachorro a eles.
No entanto, o mais longo esforço de volta ao lar aconteceu em 1923, com Bobbie, collie que pertencia a uma família de Silverton, Oregon. Bobbie se perdeu durante as férias familiares em Walcott, Indiana. Seis meses mais tarde, conseguiu voltar para casa, cobrindo distância superior a 3 mil quilômetros. Detalhes da longa viagem de Bobbie foram posteriormente fornecidos pelas famílias que cuidaram dele por todo o caminho. Fez-se também o levantamento do percurso através dos Estados de Illinois, Iowa, Nebraska, Colorado, Wyoming e Idaho. Bobbie atravessou as montanhas Rochosas em pleno inverno.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

As Luzes de Min Min

Durante mais de um século, um fantástico fenômeno luminoso atormentou o remoto povoado a leste de Boulia, na região sudoeste de Queensland, Austrália. As luzes receberam o nome de Min Min, homenagem a um correio-bar chamado Min Min, há muito desaparecido.
Um dos primeiros relatos escritos, publicado em março de 1941, fala sobre um criador de gado que viajava entre Boulia e Warenda Station, em uma noite encoberta de nuvens. Por volta de 22 horas, quando passava em frente ao antigo cemitério, próximo ao que restou do correio-bar Min Min, ele viu um estranho brilho que emanava do meio das sepulturas. A luz aumentou e ficou do tamanho de uma melancia, pairou momentaneamente sobre as tumbas, e então afastou-se dali, seguindo em direção a Boulia. De acordo com o homem, a luz o seguiu durante todo o percurso, até a cidade.
Relatos anteriores foram descobertos subseqüentemente. Em Walkabout, Henry Lamond relatou sua própria experiência de infância com as luzes de Min Min em 1912. A princípio, ele pensou que fossem os faróis de um automóvel que se aproximava.
"Os carros", escreveu ele, "embora não fossem comuns naquela época, também não eram raros." Mas logo tornou-se evidente que não se tratava de uma luz normal.
"Ela permaneceu como uma bola única, e não se dividiu em dois faróis, como seria de esperar. Além disso, vinha em uma altura muito grande para ser um carro. Havia alguma coisa estranha com aquela luz."
A luz flutuou gradativamente em direção a Lamond, que estava montado em seu cavalo, e passou por ele, a uns 200 metros de distância.
"De repente, ela desapareceu, mas não de uma hora para outra. Seu desaparecimento foi gradual, como os fios de uma lâmpada elétrica."
As luzes de Min Min - sejam o que forem - ainda assustam as pessoas que viajam ao longo de trechos solitários de estrada, no interior australiano.

O Vôo 1628 da Japan Airlines

A despeito da popularidade da denominação "discos voadores", o fato é que os formatos e tamanhos dos objetos voadores não identificados podem ser classificados em várias categorias, inclusive discos com dezenas de metros de diâmetro, e objetos que parecem triângulos, charutos, e até mesmo bules. OVNIs enormes, freqüentemente acompanhados por objetos voadores menores, são conhecidos como "naves-mães".
Uma dessas naves-mães foi vista pelo piloto do vôo 1628 da Japan Air Lines, um Boeing 747 que ia da Islândia para Anchorage, Alasca, no dia 17 de novembro de 1986. Sobrevoando o Alasca pouco depois das 18 horas, o comandante Kenju Terauchi declarou estar vendo luzes brilhantes brancas e amarelas à frente.
- Elas estão se comportando como dois filhotes de ursos brincando - afirmou ele.
O comandante Terauchi entrou em contato pelo rádio com Anchorage, e o controlador de vôo confirmou que havia alguma coisa na tela do radar. O piloto japonês ligou o radar colorido digital a bordo do avião e, embora o equipamento tivesse sido projetado para captar sistemas atmosféricos e não objetos sólidos, também registrou uma leitura.
Em seguida, Terauchi percebeu que seu 747 estava sendo seguido por um OVNI gigantesco, em forma de noz, do tamanho de dois porta-aviões. O comandante pediu permissão a Anchorage para executar manobra de 360 graus e para baixar a 31 mil pés, que foi concedida. A nave-mãe continuou no seu encalço durante toda a manobra.
Anchorage enviou dois outros aviões para a área indicada pelo comandante Terauchi, porém quando eles chegaram o OVNI já havia desaparecido. A nave-mãe permaneceu visível e seguindo o 747 durante cinqüenta minutos.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Castelo de Pedra-Coral

O pequeno e solitário letão trabalhou arduamente, principalmente à noite, no ar úmido da Flórida, erigindo um monumento a um amor não correspondido.
De 1920 a 1940, o diminuto Edward Leedskilnin (ele tinha apenas 1,50 metro de altura e não pesava mais de 50 quilos) deu forma a imensos blocos de pedra-coral, que chegavam a pesar até 30 toneladas, usando técnicas que só ele conhecia. Os resultados, que parecem mais moldados do que esculpidos, continuam a maravilhar arquitetos e engenheiros, bem como os 100 mil turistas que para lá acorrem todos os anos.
O objeto do amor e do trabalho de Leedskilnin foi uma noiva adolescente, sempre mencionada por ele como "a Doce 16". Rejeitado um dia antes do casamento, ele abandonou a Letônia, sua pátria, e foi morar na Flórida. Usando os blocos de construção de que dispunha, Leedskilnin começou a construir o Castelo de Pedra-Coral em 4 hectares de terra, na esperança de atrair seu relutante amor para os Estados Unidos.
Ela nunca foi, mas Leedskilnin continuou o trabalho, tecendo uma aura impenetrável de mistério e majestade ao redor de seu projeto solitário. Ninguém jamais ficou sabendo como ele conseguia levantar os gigantescos blocos de pedra-coral do chão e carregá-los em seu caminhão, ou como os amoldava e os colocava no lugar. Equilibrava uma laje de 9 toneladas tão delicadamente que ela se abria ao simples toque de um dedo. Quando apareciam visitantes, Leedskilnin interrompia o trabalho, recomeçando apenas depois que eles iam embora.
Quando Leedskilnin morreu, em 1951, morreram com ele os segredos, embora tenha, certa vez, declarado que utilizava as mesmas técnicas empregadas para a construção da pirâmide de Quéops. A única coisa que afirmou com certeza é que dominara as leis naturais de peso e equilíbrio.
Leedskilnin não teve a mesma sorte no amor. Depois de muitos anos, Doce 16 foi encontrada. Perguntaram-lhe se ela gostaria de visitar o Castelo de Pedra-Coral.
- Eu não estava interessada nele quando tinha 16 anos - respondeu -, e, agora que estou com 80, interesso-me menos ainda.
Aproximadamente 8 mil turistas visitam o Castelo de Pedra-Coral todos os meses, e ficam extasiados diante de maravilhas como um modelo de 18 toneladas de Saturno, inclusive com os anéis, colocado no alto de paredes de quase 1 metro de espessura. Marte, também representado por um globo de pedra-coral de 18 toneladas, está congelado em órbita ali perto.
Esse monumento, construído em nome do amor, traz-nos à memória o Taj Mahal, em Agra, Índia, tumba considerada a mais bela construção de todo o mundo. Foi construída em mármore, arenito e pedras semipreciosas pelo imperador mongol Shah Jahan, para sua esposa favorita Mumtaz-i-Mahal. No entanto, o Taj Mahal absorveu, em sua construção, centenas de operários talentosos, que contaram com a ajuda de guindastes e mastros de cargas especiais, usados para a edificação de maravilhosos palácios mongóis e foi financiado por fundos ilimitados. Cooperaram ainda um exército de fornecedores e muitas juntas de bois para o transporte. Em contrapartida, o Castelo de Pedra-Coral foi construído à noite e por um único homem.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Enigma de Kaspar Hauser

Kaspar Hauser pode muito bem ter caído do céu. Ele apareceu nas ruas de Nuremberg, Alemanha, em 1828, mal podendo caminhar e pronunciar seu nome. De acordo com carta encontrada em seu poder, Kaspar tinha 16 anos de idade. Mas a carta, redigida em péssima caligrafia e endereçada ao capitão do Sexto Regimento de Cavalaria aquartelado em Nuremberg, dava poucos detalhes sobre a vida do rapaz.
"Se não quiser ficar com ele", dizia a carta, "mate-o ou enforque-o em uma árvore."
Condoído, o carcereiro local instalou Kaspar no próprio alojamento, e começou, lentamente, a ensiná-lo a falar. Tudo que o rapaz podia se lembrar era de que fora criado no escuro de um cubículo, tratado apenas a pão e água. Ele parecia desconhecer as coisas mais elementares. Um observador notou que, quando colocado diante de uma vela, Kaspar ficava o tempo todo tentando pegar a chama com os dedos. No entanto, seu sentido de visão era tão agudo que, segundo consta, conseguia ler no escuro e ver estrelas durante o dia. Era também ambidestro, e tinha marcada aversão por carne.
Por causa de sua história triste, toda Nuremberg adotou Kaspar, tratando-o como um filho. Ele foi colocado sob os cuidados pessoais de um certo professor Daumer, e atraiu a atenção das sociedades alemã e européia.
No dia 17 de outubro de 1829, Kaspar foi encontrado na casa de Daumer com a testa sangrando, resultado de um ferimento com faca, desfechado por um homem mascarado que apareceu de repente e o golpeou. Em 1831, ele foi ferido na testa outra vez, quando um revólver disparou acidentalmente.
No dia 14 de dezembro de 1833, Kaspar saiu correndo do parque, mortalmente ferido por outra punhalada. A polícia deu uma busca no parque, mas não achou a arma. O mistério aumentou ainda mais, porque os policiais encontraram apenas as pegadas de Kaspar na neve. Ele morreu três dias depois.
Von Feurbach, um de seus biógrafos, declarou o seguinte a respeito do enigma de Nuremberg:
- Kaspar Hauser demonstrava deficiência tão grande de palavras e idéias, uma ignorância tão acentuada das coisas mais comuns e um horror tão grande de todos os costumes, todas as conveniências e necessidades da vida civilizada, e, além disso, havia peculiaridades tão extraordinárias em sua disposição social, mental e física, que qualquer pessoa poderia ser levada a acreditar que ele pudesse ser um cidadão de outro planeta, transferido, através de algum milagre, para o nosso. (Em 1974, o diretor de cinema alemão Werner Herzog realizou um filme, chamado O Enigma de Kaspar Hauser, onde narra a história desse fascinante personagem.)

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Viajantes Extracorporais

 Diversos parapsicólogos passam longo tempo estudando o fenômeno de experiências extracorporais, ou projeção astral.

Em caso registrado por um médico, um homem chamado Wilson adormeceu e sonhou que visitara uma amiga que morava a mais de 60 quilômetros de distância. Uma criada abriu a porta e disse-lhe que a amiga não estava em casa, porém ele pediu para entrar e tomar um copo de água. Wilson não pensou mais no sonho, até que outra amiga sua recebeu uma carta da mulher em cuja casa estivera no sonho; a carta falava da visita de Wilson e até mencionava que ele entrara e bebera um copo de água. Isso fez com que Wilson levasse alguns amigos àquela casa, para investigar. Quando chegou lá, duas empregadas o identificaram como sendo o homem que estivera ali e entrara.
E um viajante extracorporal famoso, Blue Haray, que afirma ter o poder de deixar o corpo segundo sua própria vontade, e que já se submeteu a testes na Fundação de Pesquisas Psíquicas, em Durham, Carolina do Norte. Nessas experiências, os movimentos oculares, a respiração e outras funções do corpo de Haray foram monitorados por uma série de instrumentos, e todos demonstraram mudanças significativas quando ele relatou a experiência extracorporal.
Certa ocasião, Haray visitou um médico que não esperava por ele. O médico declarou ter visto o brilho de "luz esférica vermelha" em seu quarto às 3h15, exatamente o horário em que o viajante extracorporal disse ter estado lá. Animais de estimação mantidos em aposentos separados e trancados foram usados como alvos em outra série de experiências. Em determinado teste, um gato parou de miar e ficou sentado imóvel quando Haray declarou ter entrado naquele aposento. Em outro teste, uma cobra agressiva, que vinha agindo normalmente, de repente tentou abocanhar alguma coisa que não podia ser vista pelas câmaras, novamente no mesmo horário em que Haray disse ter "visitado" aquele aposento.
Outra viagem extracorporal foi relatada por um jovem tenente a serviço no Panamá, em 1943. Ele estava preocupado com a mãe, que fora submetida a delicada cirurgia em Nova York. Viajar para fazer-lhe urna visita não era possível. No entanto, durante um intervalo no treinamento, às 13h15, o tenente adormeceu por alguns momentos e sonhou que estava diante do Memorial Hospital, perto do East River Drive. Ele entrou e perguntou à recepcionista se tinha permissão para visitar a mãe. A recepcionista consultou uma lista e anotou-lhe o nome como visitante. Uma enfermeira disse reconhecê-lo como o rapaz da foto no quarto de sua mãe. A foto mostrava-o usando um uniforme de inverno, o mesmo que usava no hospital. O tenente entrou no elevador e outra enfermeira o viu apertar um botão. Enquanto o elevador subia, ele sentiu tudo ficar escuro e irreal.
Acordou, ainda no Panamá, exatamente às 13h15. Alguns dias mais tarde, ele recebeu carta da mãe falando sobre estranho fato sem explicação. Fora informada de que o filho tinha ido visitá-la, porém ele não chegou a seu quarto. Embora a recepcionista e outra enfermeira o tivessem visto entrar no elevador, ninguém o viu sair. O horário: 12h15 em Nova York e 13h15 no Panamá. O nome do oficial que queria visitar a mãe estava escrito no registro de visitantes. Era seu próprio nome, Charles Berlitz.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Um Massacre em Vôo

 Alguma coisa terrível aconteceu em pleno ar um dia no fim do verão de 1939 - e até os dias de hoje o incidente permanece envolto no maior segredo.

Tudo o que se sabe é que um avião de transporte militar deixou a Marine Naval Air Station em San Diego, Califórnia, às 15h30. O aparelho e sua tripulação de treze homens estavam realizando um vôo de rotina para Honolulu. Três horas mais tarde, quando a aeronave estava sobre o oceano Pacífico, soou desesperado sinal de socorro. Então, o sinal de rádio ficou mudo.
Pouco tempo depois, o aparelho voltou à base e fez um pouso de emergência. O pessoal de terra correu em direção ao avião e, quando os oficiais entraram na aeronave, ficaram horrorizados ao ver doze tripulantes mortos. O único sobrevivente era o co-piloto, que, embora seriamente ferido, tivera tempo suficiente para trazer o avião de volta à base. Poucos minutos depois, ele também morreu.
Todos os cadáveres tinham grandes ferimentos abertos. O mais estranho é que o piloto e o co-piloto haviam esvaziado as pistolas automáticas Colt 45 contra alguma coisa. As cápsulas vazias foram encontradas no chão da cabine. Um odor azedo, sulfúrico, podia ser sentido no interior de todo o aparelho.
O exterior da aeronave estava bastante danificado, parecendo que ela havia sido atacada por mísseis. As pessoas que entraram no avião saíram com inexplicável infecção cutânea.
Medidas de segurança extremas foram rapidamente acionadas, e a tripulação de terra de emergência recebeu ordens de abandonar a aeronave. Os trabalhos de remoção dos corpos e de investigação do caso foram deixados para três médicos.
O incidente foi abafado e só veio a público quinze anos mais tarde, quando o investigador Robert Coe Gardner tomou conhecimento do ocorrido por alguém que estivera presente no vôo. O mistério do que os tripulantes daquele avião encontraram em pleno ar naquela tarde em 1939 jamais foi deslindado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Raio Perseguidor

 Em 1899, um raio matou um homem em seu quintal em Taranto, Itália. Trinta anos depois, seu filho foi morto da mesma maneira, no mesmo lugar. No dia 8 de outubro de 1949, Rolla Primarda, neto da primeira vítima e filho da segunda, tornou-se o terceiro membro da família a morrer atingido por um raio.

Igualmente estranho foi o destino de um oficial inglês, major Summerford, que, lutando nos campos de Holanda em fevereiro de 1918, foi derrubado do cavalo por um raio e ficou paralisado da cintura para baixo.
Summerford deu baixa e transferiu-se para Vancouver. Certo dia, em 1924, quando pescava à beira de um rio, um raio atingiu a árvore sob a qual estava sentado e paralisou-lhe o lado direito.
Dois anos mais tarde, suficientemente recuperado, Summerford já podia caminhar. Em 1930 passeava pelo parque durante um dia de verão, quando um raio caiu sobre ele, paralisando-o totalmente. Faleceu dois anos depois.
Contudo, os raios ainda atingiram Summerford mais uma vez. Quatro anos depois da morte, durante uma tempestade, um raio caiu em um cemitério e destruiu uma sepultura. Justamente a do major Summerford.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Romance Inacabado

 Durante anos, Thomas Clayton Wolfe, famoso escritor norte-americano, teve um idéia para um romance. Com o título de K-19, ele versaria sobre um vagão-dormitório com essa mesma designação. As vidas de todos os personagens deveriam, de alguma forma, ser afetadas por esse vagão. Ele trocou idéias sobre K-19 com o editor, Maxwell Perkins, mas o romance jamais chegou a assumir forma satisfatória. Perkins sugeriu que Wolfe se concentrasse em outras histórias, até ter certeza de estar diante de uma trama que funcionasse. Ele concordou, porém o destino não quis que voltasse à idéia do K-19. Morreu de ataque cardíaco em 1938, sem conseguir terminar o romance.

Perkins assumiu a responsabilidade de enviar o corpo do escritor de volta a Asheville, Carolina do Norte, onde ele seria enterrado. Enquanto o trem saía da estação, Perkins observou o vagão que levava o caixão de Wolfe. Depois que o trem desapareceu, ele subitamente percebeu qual era o número: K-19.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Dirigível Fantasma

 No dia 10 de outubro de 1931, o dirigível norte-americano U.S.S. Akron fora programado para circundar o Estádio Fairfield, em homenagem ao jogo Washington e Jefferson-Marshall, em Huntington, Virgínia Ocidental.

A primeira pessoa a avistar o dirigível em rota foi Harold MacKenzie, que o viu sobrevoando a cidade de Gallipolis, Ohio. Ele chamou alguns amigos na fábrica de laticínios Foster Dairy para assistirem ao espetáculo.
Dois deles, o sr. e a sra. Robert Henke, foram à Primeira Avenida com uma amiga, a sra. Claude Parker, e seguiram o dirigível com binóculos. Logo se aproximaram outros observadores, que viram o Akron sobrevoando o rio.
Do lado oposto, em Point Pleasant, Virgínia Ocidental, outros acompanharam a rota do dirigível, que, com seus 45 metros de comprimento, voava a uma altitude de cerca de 100 metros, quando às 14h50 aconteceu uma coisa inesperada e terrível. A sra. Henke declarou à Gallipolis Daily Tribune, no dia 12 de outubro:
- Quando vimos o dirigível, ele pareceu dobrar-se e cair. Algumas das testemunhas do acidente disseram que quatro pessoas pularam de pára-quedas. Parecia haver fumaça circundando o objeto, porém pode ser também que fossem apenas nuvens.
Horrorizados, alguns observadores viram o dirigível irromper em chamas e ir de encontro às colinas ao sul de Gallipolis Ferry, Virgínia Ocidental.
Meia dúzia de testemunhas relataram o episódio ao dr. Holzer, proprietário do Gallipolis Airport. Ao amanhecer do dia seguinte, alguns investigadores se dirigiram ao local da tragédia. Durante o dia inteiro eles procuraram em todos os lugares, tanto em terra como no ar com a ajuda de aviões - e não encontraram vestígio algum do dirigível nem dos infelizes tripulantes. Havia um motivo simples: eles simplesmente não existiam.
Ao anoitecer do dia do suposto desastre, um porta-voz do Akron Airport negou que tal tragédia tivesse ocorrido. O dirigível Akron estava seguro no hangar, assim como os três dirigíveis da Goodyear Zeppelin Company. O Akron sobrevoara a região norte de Ohio naquele dia, mas não seguira para o sul em direção ao Estádio Huntington, porque a Marinha se recusara a acatar o pedido do senador H. D. Hatfield.
Todos os aeroportos das regiões do Leste e do Meio-Oeste declararam que nenhuma de suas aeronaves estava desaparecida. Além disso, não havia dirigível algum estrangeiro operando naquela área dos EUA.
As testemunhas, por outro lado, rejeitaram teimosamente teorias de que teriam visto um bando de pássaros ou simplesmente haviam sonhado acordadas. Até os dias de hoje, esse acontecimento incomum permanece inexplicado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Poder Divino do Dalai-Lama

 O local: a cidade hindu de Dharamsala, lar de muitos refugiados tibetanos. A data: 10 de março de 1973, dia em que os refugiados pranteavam a fuga do dalai-lama do Tibete. Mas como as tempestades caíam no Himalaia havia semanas, as comemorações pareciam destinadas ao fracasso. Como o tempo não parecia querer melhorar, os habitantes do lugar procuraram a ajuda de Gunsang Rinzing, velho lama temido e respeitado por seus poderes de controlar as condições climáticas. O trabalho do lama foi posteriormente descrito por David Read Barker, antropólogo que realizava pesquisas na Índia naquela ocasião.

Eram 20 horas - explicou o dr. Barker -, e Rinzing começou armando uma fogueira na chuva. Ele estava em estado de concentração, recitava mantras e a sadhana, sempre soprando uma cometa com a forma de fêmur humano e batendo o tambor de duas cabeças de um xamã. Depois de várias horas observando aquele homem a distância respeitosa, fomos dormir, certos de que o tempo seria tão horrível no dia seguinte quanto havia sido nos dias anteriores.
Na manhã seguinte - informou Barker -, a chuva diminuíra e estava apenas garoando e, por volta das 10 horas, transformara-se em frio nevoeiro em um círculo com raio de cerca de 150 metros. Em todos os outros lugares a chuva continuava a cair, porém os vários milhares de refugiados não se molharam nas seis horas em que permaneceram reunidos. Em determinado momento durante o discurso do dalai-lama, caiu violenta chuva de granizo, causando forte barulho nas casas de tetos de zinco, ao redor do local onde se realizava o festival, mas apenas algumas dezenas de pedras caíram sobre a multidão.
Catorze anos antes, quando da invasão do Tibete pelos chineses comunistas, e por ocasião da fuga do dalai-lama para a Índia, condições atmosféricas inesperadas asseguraram-lhe a chegada em segurança, atravessando o Himalaia. Enquanto aviões chineses tentavam encontrá-lo juntamente com seu séquito, denso nevoeiro providencialmente cobriu a área que ele estava atravessando, fazendo com que os viajantes ficassem completamente invisíveis no ar.
Para os tibetanos, naturalmente, a súbita visibilidade zero foi simplesmente uma prova do poder divino do dalai-lama sobre o tempo.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Salvos do Incêndio

 Às 22 horas de uma noite no início de 1978, Henry Sims, fazendeiro aposentado de 72 anos, voltou de um hospital da Flórida, onde a filha de 18 anos estava internada. Sua mulher Idellar ficara no hospital, e a outra filha, cinco netos e um amigo da família estavam dormindo na casa, quando ele chegou. Foi direto para a cama e logo adormeceu.

- Outra coisa que consigo me lembrar - revelou ele, posteriormente - é do sonho. Podia ver os dois filhos de meu cunhado - Paul e a irmã de 8 meses - vindo em minha direção. Ambos haviam morrido queimados em 1932, quando a casa deles, em Live Oak, Flórida, pegou fogo. No sonho, Paul, de quem me lembro claramente, estava caminhando em minha direção e dizendo: "Tio Henry, tio Henry". Eu jamais tivera um sonho como esse antes, e acordei de repente com um cheiro de fumaça nas narinas. O primeiro pensamento foi para meus netos - precisava tirar aquelas crianças da casa. Então, comecei a gritar.
Seus gritos acordaram as outras pessoas, que conseguiram sair da casa em chamas a tempo de se salvarem.
Frederick Lowe, tenente do Corpo de Bombeiros de Hialeah Heights, Flórida, afirmou:
- Milagrosamente, esse homem conseguiu acordar no momento certo. Mais dois minutos, e todos estariam mortos. 
- Deus não estava pronto para minha morte - concluiu Henry. - Foi Ele quem enviou Paul para me avisar do perigo, para que todos nós pudéssemos sair da casa em chamas.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

191: O Número Mortal

 Em maio de 1979, um DC-10 da American Airlines espatifou-se nas proximidades do O'Hare Airport em Chicago, pouco depois de ter decolado para um vôo em direção à Califórnia. Entre as vítimas estava a escritora Judy Wax, cujo livro, Starting in the Middle, acabara de ser publicado.

O número do fatídico vôo era 191. E na página 191 do livro, Judy Wax falava sobre seu medo de voar.
Também em maio de 1979, a revista Chicago fez a resenha do livro e publicou uma foto da autora. Os leitores que levaram a página da revista para mais perto da luz puderam ver que na página anterior havia um anúncio de página inteira de vôo de um DC-10, da American Airlines, para a Califórnia.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Mistério do S.S. Iron Mountain

 Nada parecia anormal em junho de 1872, quando o navio Iron Mountain zarpou de Vicksburg. A tripulação estava completa, a carga de fardos de algodão e barris de melaço empilhadas no convés, e as barcaças rebocadas.

Alguns minutos mais tarde, o Iron Mountain fez uma curva, dirigindo-se para o norte, para seu destino - a cidade de Pittsburgh. O navio nunca mais voltou a ser visto.
O Iroquois Chief, um outro navio, navegava pelo rio naquela manhã, quando os tripulantes viram algumas barcaças descendo o rio. O barco conseguiu manobrar e evitar o choque com as barcaças, e então, imaginando que elas teriam se separado do navio rebocador, o comandante ordenou que fossem amarradas, e ficou esperando a chegada do rebocador, que nunca chegou.
O cabo das barcaças havia sido cortado, indicando que a tripulação do Iron Mountain tivera um problema: talvez as caldeiras se vissem prestes a explodir, talvez o navio estivesse para afundar. Por outro lado, não foram encontrados vestígios de destroços do barco ao longo do rio, assim como não havia nenhum sinal de sua carga, que teria manchado o rio em uma extensão de alguns quilômetros, se o navio tivesse afundado.
O mistério do Iron Mountain jamais chegou a ser solucionado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Poltergeist de Annemarie

 Quando os eventos aconteceram no escritório de um advogado em Rosenheim, Alemanha, em 1967, foi uma verdadeira versão paranormal do touro em uma loja de porcelanas. Embora Rosenheim seja, normalmente, uma cidade tranqüila e monótona, algo começou a sair da rotina no escritório do advogado. Algum fenômeno passou a fazer com que os telefones ficassem malucos, fusíveis queimassem, além de outros problemas de eletricidade. Em pouco tempo, luzes começaram a acender e apagar; lâmpadas explodiram sem qualquer motivo aparente; e os telefones tocaram sem uma causa lógica.

Os funcionários do escritório não sabiam o que fazer. Assim, começaram pelo que lhes pareceu mais óbvio: solicitaram a presença de especialistas da companhia local de eletricidade. Os técnicos inspecionaram todos os fusíveis, a fiação e a fonte de força, mas não conseguiram encontrar nenhuma causa natural para o problema. Chegaram mesmo a cortar o fornecimento de energia elétrica do prédio e ligaram a unidade de emergência para fornecer eletricidade ao escritório. Esses procedimentos não espantaram o fantasma, e os distúrbios prosseguiram.
Finalmente, o renomado parapsicólogo alemão Hans Bender foi chamado a intervir. Bender, o principal caça-fantasma do país, rapidamente diagnosticou o problema como um poltergeist - tipo de fantasma que costuma atirar coisas dentro de casa, movimentar móveis, jogar pedras e provocar incêndios. Diferentemente dos fantasmas convencionais, que infestam um lugar em especial, os poltergeists normalmente resolvem atormentar uma pessoa. E não demorou muito para que Bender descobrisse o alvo humano dos ataques: Annemarie Schnabel, adolescente que trabalhava no escritório. Às vezes, os distúrbios ocorriam tão logo ela chegava para trabalhar.
- Quando essa garota caminhava pelos corredores, as lâmpadas atrás dela começavam a balançar - informou Bender. - Se as lâmpadas explodiam, os fragmentos voavam na direção dela. Pouco depois, os quadros começavam a balançar e a virar, gavetas passavam a se abrir sozinhas, documentos ficavam fora do lugar. No entanto, quando Annemarie foi forçada a passar alguns dias fora do escritório, nada aconteceu. E quando ela saiu para trabalhar em outro lugar, os distúrbios não voltaram a ocorrer, embora eventos similares, menos óbvios, começassem a acontecer durante algum tempo no novo escritório.
A partir do momento em que Annemarie foi embora, o escritório de advocacia começou a ser perturbado por fantasmas mais convencionais. Quando os jornalistas chegaram ao escritório, por exemplo, várias testemunhas viram uma materialização vaporosa, parecida com um braço humano, aparecer na saída de ar junto ao chão. A materialização voou até a janela, onde foi de encontro a um quadro, que ficou inclinado. Felizmente, os gritos das pessoas que estavam vendo tudo alertaram a equipe de filmagem, e eles puderam captar os movimentos do quadro.
Qual teria sido a causa do poltergeist de Rosenheim? De acordo com Bender, foi a própria Annemarie. Ela era uma garota infeliz, com muitas frustrações por causa do trabalho e da vida romântica, conforme suas próprias declarações.
- Sem dúvida - concluiu o parapsicólogo -, a hostilidade reprimida de Annemarie permaneceu agitada em sua mente inconsciente, até ser expelida com violência em forma de poltergeist.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

sábado, 18 de novembro de 2023

Um Hino para o Titanic

Em uma manhã de domingo, o reverendo Charles Morgan, ministro da Igreja Metodista Rosedale, em Winnipeg, Manitoba, Canadá, chegou cedo para as preparações dos serviços religiosos daquela noite. Antes de entrar em seu gabinete, ele separou os hinos que seriam entoados e dedicou-se a outros preparativos.
Feito isso, retirou-se para o gabinete e decidiu tirar uma soneca até a hora dos serviços religiosos. Assim que caiu no sono, começou a ter um sonho vívido, que misturava escuridão com o som de enormes ondas. Acima daquele ruído contínuo, um coro entoava um velho hino que o reverendo Morgan não ouvia fazia anos.
O sonho foi tão perturbador que o ministro acordou com o hino ecoando em seu ouvido. Consultou o relógio e viu que ainda dispunha de tempo para dormir mais um pouco, o que ele fez - imaginando, incorretamente, que o breve tempo desperto havia limpado sua mente da visão perturbadora.
Assim que tornou a dormir, o sonho voltou: as águas violentas, a escuridão profunda, o velho hino. Morgan acordou de repente, estranhamente indisposto. Por fim, levantou, caminhou pela igreja vazia e colocou um novo número de hino no quadro.
Quando os serviços religiosos tiveram início, a congregação cantou o hino que perturbara os sonhos de Morgan - um hino estranho para se cantar em uma igreja localizada a milhares de quilômetros do oceano, cujas palavras pediam a Deus que ouvisse as orações por aqueles que estavam em perigo no mar. Ao ouvir as palavras, Morgan sentiu os olhos ficarem cheio de lágrimas.
Pouco tempo depois, o ministro soube que no momento em que os congregados cantavam o hino, uma grande tragédia ocorria no oceano. Era o dia 14 de abril de 1912, e longe dali, no Atlântico Norte, o Titanic afundava.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos