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sábado, 30 de dezembro de 2023

Sete Vezes Sete

Quando o falecido jornalista e escritor inglês Arthur Koestler publicou “As Razões da Coincidência”, um estudo de curiosas simultaneidades no tempo e no espaço, foi bombardeado por cartas de pessoas que haviam tido experiências similares.
A mais consistente e coincidente de todas foi, provavelmente, a que veio de Anthony S. Clancy, de Dublin, Irlanda, nascido no sétimo dia do sétimo mês do sétimo ano do século, e, também, por coincidência, o sétimo dia da semana.
"Fui o sétimo filho de um sétimo filho", escreveu ele, "e tenho sete irmãos; o que resulta em sete setes."
Na verdade, isso resulta em oito setes, se contarmos o número de letras de seu prenome, mas vamos continuar: no dia de seu 27º aniversário, de acordo com o próprio Clancy, ele foi ao hipódromo. O cavalo número sete do sétimo páreo chamava-se Seventh Heaven (Sétimo Céu). As apostas contra Seventh Heaven eram de 7 contra 1, mas Clancy apostou sete xelins assim mesmo. Seventh Heaven chegou em sétimo lugar.

Telepatia Salva-Vidas

Existe grande número de provas sugerindo que a telepatia ocorre, na maioria das vezes, entre pessoas que se conhecem. Mas, de acordo com caso relatado pelo parapsicólogo Lyall Watson, esse não é um fato irrefutável.
O fato estudado por Watson refere-se a um marujo chamado Shep, que resolvera trabalhar em um barco pesqueiro do Havaí.
Em determinado ponto da expedição, o tripulante decidiu ir a seu camarote. Ele começou a descer a escada em direção ao alojamento dos tripulantes no castelo de proa, porém escorregou e caiu de costas nos degraus. Paralisado pela queda e sofrendo dores horríveis, Shep pensou que fosse morrer. E às 21h12 daquela noite, seus pensamentos voltaram-se para certa amiga.
A amiga, uma mulher chamada Milly, visitava a mulher do capitão do barco naquela noite. A esposa do capitão, originária da Samoa, fazia tricô durante a visita, quando, de repente, sentiu uma dor estranha na cabeça. Caiu no chão como se tivesse entrado em transe, e começou a dizer:
- Alguma coisa muito ruim aconteceu no barco.
Ela sabia que a impressão não se referia ao marido, mas não podia ser mais precisa. Milly consultou o relógio e viu que eram 21h14.
No entanto, foi somente na manhã seguinte que as mulheres ficaram sabendo da notícia, através da Guarda Costeira. Eles haviam levado Shep a Kauai, com fratura nas costas.
Contudo, por que foi a mulher do capitão que recebeu a mensagem telepática e não Milly, a boa amiga de Shep?
- O emissário da mensagem era homem de uma cultura que, pelo menos inconscientemente, permitia e aceitava a existência da telepatia - explica Watson. - A mensagem destinava-se a uma mulher cuja criação a tornou menos receptiva e, quando provou não reagir ao apelo telepático, a mensagem acabou chegando à mente da outra pessoa que estava próxima, pessoa esta apenas indiretamente envolvida, mas cujo background cultural, auxiliado pelo nível de percepção, facilitou o contato.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Vice-Versa

Allan Falby era capitão da County Highway Patrol de El Paso, Texas, nos anos 30, quando colidiu sua moto contra um caminhão em alta velocidade e quase morreu. Sua vida esvaía-se lentamente por uma artéria rompida em sua perna quando um transeunte, Alfred Smith, parou para prestar-lhe socorro. Smith amarrou a perna que sangrava e Falby sobreviveu, embora somente alguns meses depois tenha se recuperado totalmente para reassumir seu cargo.
Cinco anos mais tarde, foi Falby quem chegou ao local de um outro acidente na área. Um homem batera seu carro contra uma árvore e sangrava profusamente por uma artéria rompida em sua perna direita. Antes da chegada da ambulância, Falby conseguiu amarrar um torniquete e salvar a vida do homem. Só então é que percebeu que a vítima era seu próprio salvador de cinco anos atrás, Alfred Smith. Falby comentou sobre o incidente como um verdadeiro profissional: - Isso prova que um bom torniquete merece outro.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

OVNI Presidencial

- Estou convencido da existência dos OVNIs, porque tive a oportunidade de ver um deles.
Quem está falando? Nada menos do que James Earl Carter, Jr., ex-oficial da Marinha diplomado em física nuclear e presidente dos EUA de 1976 a 1980.
A visão de Carter ocorreu durante seu mandato como senador pela Geórgia, no dia 6 de janeiro de 1969, na companhia de uma dezena de membros do Leary Lions Club. O grupo aguardava o início de um discurso, quando um dos membros notou o objeto brilhante que pairava a baixa altura no céu, a oeste.
- Foi a coisa mais incrível que já vi - revelou Carter. - Era grande, muito brilhante, mudava de cores, e devia ter o tamanho aproxima do da Lua.
Ele observou aquele objeto durante dez minutos, porém nenhuma daquelas pessoas conseguiu imaginar o que poderia ser.
- Uma coisa é certa - acrescentou Carter. - Jamais rirei de pessoas que afirmam já ter visto objetos voadores não identificados no céu.
Seis meses após sua eleição como presidente, em resposta à pressão do público e para pagar uma promessa feita durante a campanha, Carter pediu ao dr. Frank Press, seu assessor para assuntos científicos, que perguntasse à NASA (Agência Nacional de Aeronáutica e Espaço) sobre a possibilidade de reavaliar o fenômeno dos OVNIs. Embora tenha se recusado a abrir nova investigação, o administrador da NASA, dr. Robert Frosch, declarou:
- Se algum elemento novo ou prova concreta for trazido a nossa atenção no futuro, será inteiramente apropriado para um laboratório da NASA analisar e fazer um relatório sobre a amostra inexplicada ou inorgânica. Estamos prontos para agir positivamente a qualquer prova física de fontes dignas de crédito. Pretendemos deixar as portas abertas para tais possibilidades.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Pirilampos

Os homens da era vitoriana, conhecidos por seu senso de aventura, sempre encontravam coisas em suas viagens pelo mundo, que ainda permanecem sem explicação. Em 1895, por exemplo, enquanto explorava o Protetorado da Nigéria e a região do Gabão, na África, Mary Kingsley acampou no lago Ncovi, entre os rios Ogowe e Rembwe.
Em seu livro, Travels in West África, Mary Kingsley conta como pegou sua canoa sozinha uma noite para tomar um banho.
Floresta adentro, na margem oposta do lago, surgiu uma bola violeta do tamanho de uma pequena laranja. Quando chegou à areia da praia, ela pairou por uns instantes e ficou indo para a frente e para trás sobre o solo.
Em uma questão de minutos, uma outra bola de luz violeta juntou-se à primeira, sendo que essa segunda veio de trás de uma das ilhotas. Os dois pequenos globos de luz então começaram a brincar de pegador, avançando e circulando entre si.
Mary Kingsley encostou seu barco na margem, mas uma das luzes desapareceu na vegetação e a outra passou para o outro lado do lago. Seguindo em sua canoa, Mary ficou surpresa quando a aparição violeta de repente afundou nas águas do lago.
- Pude ver seu brilho - disse -, até que ela desapareceu nas profundezas da água.
A intrépida Mary Kingsley pensou que o fenômeno pudesse ser uma espécie rara de inseto. Mas os nativos entrevistados por ela referiram-se à luz como um aku, ou demônio. Inseto, demônio ou mesmo gás do pântano, o fato é que o fenômeno continua até hoje sem explicação.

O Fantasma da Freira

A residência paroquial de Borley, em Essex, Inglaterra, foi constantemente perturbada, desde o início de sua existência, na segunda metade do século 19. Talvez a aparência fantasmagórica - com seus trinta quartos, a construção era considerada uma monstruosidade arquitetônica - cooperasse para os estranhos eventos. Seus primeiros habitantes, o reverendo Henry Dawson Ellis Buli, sua mulher e catorze filhos, contaram muitas histórias relativas a ruídos estranhos e à freqüente aparição do fantasma de uma freira.
Após a morte de Henry, o filho mais velho, Harry Buli, assumiu a residência paroquial de 1892 até 1927, e os inusitados acontecimentos continuaram. O fantasma da freira passou a ser visto com tamanha freqüência que a área onde ela aparecia veio a ser chamada de Passeio da Freira. Algumas pessoas chegaram a afirmar que viram um cocheiro sem cabeça em uma carruagem puxada por cavalos que soltavam fogo pelas narinas.
Os habitantes que vieram após, o reverendo e a sra. G. Eric Smith, ficaram ali apenas alguns meses, alegando que os bizarros fenômenos eram o motivo da mudança.
Finalmente, o reverendo Lionel Foyster, sua mulher Marianne e a filha chegaram à residência paroquial. As histórias continuaram, com Marianne insistindo que um fantasma a esbofeteara no rosto e a atirara para fora da cama.
Com o objetivo de investigar, o Laboratório Nacional Britânico de Pesquisas Psíquicas interveio. Seu fundador, Harry Price, colocou anúncio no Times de Londres à procura de pessoas que quisessem fazer vigília na residência paroquial mal-assombrada. O anúncio exigia que os observadores fossem imparciais, críticos e inteligentes, e Price levou quarenta deles até a casa. Novamente, eles declararam ter visto objetos se movimentarem e ouvido ruídos inexplicáveis.
O comandante A. B. Campbell disse ter sido atingido por um sabão em pedra, e outro homem, o filósofo C. E. M. Joad, afirmou ter visto o nível do termômetro descer dez graus, sem qualquer motivo aparente.
Seguiram-se muitas controvérsias. Quando os Foyster saíram em férias, o próprio Price mudou-se para a casa e relatou grande variedade de fenômenos, suficientes para escrever um livro. No entanto, após sua morte, os críticos disseram que Price inventara alguns dos eventos e exagerara outros.
A história ficou mais interessante depois que um incêndio destruiu completamente a residência paroquial, em 1939. O reverendo W. J. Phythian-Adams, cônego de Carlisle, no Canadá, sugeriu que a freira tantas vezes vista não era inglesa, como sempre se acreditara, mas francesa. Uma mulher chamada Marie Lurie, segundo constava, abandonara o convento para viver com seu amante no século 18. Fugiram para a Inglaterra, porém o amante voltou-se contra ela e a estrangulou. Acredita-se que ele a tenha enterrado no porão da casa que ocupava as terras de Borley, antes da construção da residência paroquial.
Depois do incêndio, os homens que se dedicavam aos trabalhos de escavação descobriram a sepultura, que continha apenas algumas medalhas religiosas e o crânio de uma mulher.
A destruição da casa parece ter eliminado os passeios macabros da freira, mas a história não termina aí. Os membros de um grupo que tentava realizar, recentemente, estudos científicos naquele local, ouviram ruídos esquisitos e inexplicáveis durante a noite, registraram súbita variação na temperatura, viram luzes de origem desconhecida e sentiram odores estranhos.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Homem que Não Podia Ser Enforcado

Nos degraus do cadafalso erigido para sua execução, o carrasco perguntou a John Lee se ele tinha um último pedido a fazer, antes de morrer.
- Não - respondeu. - Vamos logo com isso.
A data era 23 de fevereiro de 1885, e Lee estava para ser enforcado pelo assassinato de sua empregadora, Emma Ann Keyes, de Exeter, Inglaterra, que fora encontrada com a garganta cortada e a cabeça esmagada por uma machadinha. Agora a justiça estava para ser feita. O carrasco enfiou um saco na cabeça de Lee e apertou o nó corrediço em seu pescoço. Em seguida, deu o sinal para que fosse aberto o alçapão. Nada aconteceu.
O nó corrediço foi tirado do pescoço de Lee, e o mecanismo do alçapão examinado, em busca de defeitos. Nada de errado foi encontrado. Então, o prisioneiro foi colocado diante do carrasco outra vez. A ordem foi dada e, novamente, o mecanismo não funcionou. Dessa vez, as bordas do alçapão foram aplainadas para assegurar um funcionamento perfeito. Mas, pela terceira e, finalmente, quarta vez, o alçapão recusou-se a se abrir.
Sem saber o que fazer, o xerife levou Lee de volta a sua cela. O caso chegou às primeiras páginas dos jornais e até mesmo a Câmara dos Comuns uniu-se aos debates sobre o que fazer com "o homem que não podia ser enforcado".
Finalmente, a pena de Lee foi comutada para prisão perpétua. Depois de 22 anos atrás das grades, o homem de mais sorte do mundo foi posto em liberdade condicional, em dezembro de 1907.
Lee viveu pelo menos outros 35 anos, e parece que morreu em Londres em 1943. Embora sua milagrosa fuga do laço do carrasco tenha sido freqüentemente ressuscitada por repórteres, que gostam do fantástico e do inusitado, nenhuma explicação satisfatória jamais foi encontrada para a alçapão defeituoso.

Em Águas Profundas

As pessoas que visitam o Museu Topkapi, em Istambul, Turquia, são informadas das crueldades e dos perigos da época em que o Topkapi, construído no alto de um penhasco sobre o Bósforo, era o palácio imperial do sultanato turco. Os sultões da Turquia, como os imperadores romanos, exerciam poder de vida e morte sobre seus súditos. Uma das lendas mais desalentadoras a respeito desse arbítrio refere-se ao que acontecia às concubinas imperiais que, infiéis ou insolentes, desagradavam o sultão.
"Abdul, o Maldito", foi governante especialmente notório. Suas infelizes concubinas eram colocadas vivas dentro de um saco cheio de pedras e atiradas nas águas do Bósforo. Contudo, elas não desapareceram totalmente. Anos mais tarde, mergulhadores que trabalhavam em águas profundas nas proximidades do palácio encontraram esses sacos em pé, no fundo do mar, balançando de um lado para outro, como se estivessem vivos, nas frias águas da corrente.
Em 1957, um episódio submarino ainda mais assustador foi vivido por mergulhadores da Tchecoslováquia, no local chamado Lago do Diabo. Os mergulhadores estavam à procura do corpo de um jovem que, presumivelmente, teria morrido afogado quando trafegava com seu barco no lago.
O que eles encontraram, no entanto, em águas profundas, não foi um cadáver mas vários, e nem todos eram seres humanos. Havia soldados vestidos com uniformes de combate, alguns sentados em caminhões ou em carretas de munições, e muitos dos cavalos ainda em pé, com arreios. Homens, veículos e animais era tudo o que restava de uma unidade da artilharia alemã que, atravessando o gelo durante a retirada germânica na Segunda Guerra Mundial, afundara devido à ruptura da camada de gelo, provavelmente sob bombardeio, e acabara no fundo do lago. As águas extremamente frias e profundas os preservaram por doze anos, em posição e prontos para o combate - porém mortos.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Mistério do Avião Desaparecido

Muitos mistérios podem ser classificados em categorias específicas, sejam eles referentes a OVNIs, monstros surgidos de lagos, o Abominável Homem das Neves, ou poltergeists endiabrados. No entanto, em certas ocasiões, ocorre alguma coisa tão estranha e bizarra que estabelece uma nova categoria especial. Esse certamente parece ser o caso do desaparecimento - e da descoberta - de um Learjet, avião a jato perdido sobre o deserto egípcio a sudoeste do Cairo.
O avião já estava presumivelmente desaparecido no dia 11 de agosto de 1979, quando decolou de Atenas, com destino a Jeddah, mas não chegou ao seu destino.
A bordo do avião estavam o proprietário do aparelho, o armador libanês Ali Eldin al-Bahri, Peter Seime, um sueco especialista em petróleo, Theresa Drake e dois pilotos. O avião foi localizado por diversos radares, e tinha combustível suficiente para quatro horas de vôo, quando foi contatado pela última vez pela torre de controle do Cairo. Nenhum chamado de socorro foi ouvido.
Mas o Learjet nunca chegou a Jeddah. As forças aéreas do Egito e da Arábia Saudita montaram uma busca intensa ao longo da rota de vôo do avião, mas seus destroços não foram encontrados. A família de Al-Bahri gastou mais de 1,5 milhão de dólares contratando pesquisadores particulares, que o procuraram até no Quênia. Mesmo assim, nenhum Learjet foi encontrado.
No entanto, em fevereiro de 1987, uma equipe de arqueólogos encontrou o avião perdido, a 435 quilômetros a sudoeste do Cairo. A fuselagem estava intacta e não havia nenhum sinal de fogo, embora uma asa estivesse a cerca de 1,5 quilômetro do local principal. Beduínos haviam, aparentemente, encontrado o jato alguns anos antes e tinham depenado seu interior.
À primeira vista, não havia restos de seres humanos a bordo. Uma inspeção mais aprofundada, todavia, revelou ossos humanos moídos, quase pulverizados, empilhados no piso do avião.
- O maior desses ossos - disse Tom, pai de Theresa Drake -, não era maior do que um polegar.
O professor Michael Day, osteólogo do Saint Thomas Hospital, em Londres, achou que os ossos deveriam estar quase intactos.
- Em oito anos, eles certamente não deveriam ter começado a se desintegrar. Nem mesmo animais ferozes teriam deixado fragmentos tão diminutos - disse Day.

A Batalha dos Aliados

No início de agosto de 1951, duas cunhadas inglesas passavam férias na França, quando a tranqüilidade do sono foi interrompida por disparos de canhões. Não demorou muito tempo para perceberem que estavam ouvindo sons de uma guerra. O barulho continuou, interrompido aqui e ali, durante quase três horas.
No dia seguinte, quando as duas mulheres assustadas tentaram descobrir o que acontecera, ficaram chocadas com a notícia de que nenhuma batalha havia sido travada. Na realidade, ninguém mais ouvira nada.
No entanto, depois de uma investigação elas ficaram sabendo que estavam passando as férias em Puys, na praia perto de Dieppe, área ocupada e muito bem fortificada durante a Segunda Guerra Mundial. Ali, quase nove anos antes, os Aliados desencadearam uma invasão dispendiosa e sangrenta. Mais da metade dos 6 086 homens que chegaram à praia, no dia 19 de agosto de 1942, foram mortos, feridos ou capturados.
As inglesas ficaram sabendo que os sons que escutaram eram a reprodução auditiva quase exata daquela batalha, como se elas estivessem naquele hotel no momento em que a invasão aconteceu. Elas ouviram bombas e gritos de madrugada, "por volta das 4 horas", e o barulho parou abruptamente cinco minutos depois. O verdadeiro bombardeio começou às 3h47 e foi interrompido, de acordo com registros militares, às 4h50. Ambas ouviram bombardeios e os gritos dos homens, e então fez-se silêncio outra vez; novamente, os registros militares confirmaram que o bombardeio foi interrompido mais ou menos naquele horário, entre 5h07 e 5h40.
Todos os sons que elas escutaram combinam com os registros militares da batalha. É interessante notar que a batalha parou às 6 horas, o mesmo horário em que todos os ruídos foram interrompidos para as mulheres. No entanto, as cunhadas inglesas ouviram os gritos desesperados de homens feridos e moribundos por mais uma hora, gritos que foram ficando cada vez mais fracos, à medida que o tempo ia passando.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

As Estranhas Criaturas da Austrália

Os himalaios têm seu próprio Yeti. E na Austrália, criaturas peludas semelhantes a macacos são conhecidas como yowie. Na verdade, de acordo com o naturalista local Rex Gilroy, a área de Blue Mountain, a oeste de Sydney, já foi palco de mais de 3 mil aparições dessas criaturas.
Em dezembro de 1979, Leo e Patrícia George resolveram se aventurar pelo lado oriental da Austrália, em busca de um local tranqüilo para um piquenique. Mas seu passeio de domingo foi subitamente interrompido quando eles viram a carcaça de um canguru mutilado.
- Além disso - declararam eles -, o aparente perpetrador da mutilação estava a apenas uns 12 metros de distância.
Eles descreveram uma criatura coberta de pêlos e "pelo menos com 3 metros de altura", que parou e olhou para eles, antes de finalmente procurar abrigo na vegetação.
O piquenique foi rapidamente cancelado, mas Gilroy ainda tem planos de montar uma expedição por conta própria e sair ao encalço do lendário animal.

O que Aconteceu em Roanoke?

A primeira criança inglesa nascida nos EUA recebeu o nome de Virgínia Dare. Os pais haviam embarcado para o Novo Mundo com o grupo de pioneiros que desembarcou na ilha de Roanoke, na costa da Carolina do Norte, e Virgínia nasceu pouco depois, no dia 18 de agosto de 1587.
O navio que transportou os Dare para a nova pátria acabou retornando à Inglaterra com todos os homens a bordo, com exceção de dez. Esses homens foram deixados para dar início à colonização, mas, quando o navio seguinte chegou, não foram mais encontrados. O segundo navio também retornou à Inglaterra, dessa vez deixando cem pessoas para dar seqüência à colonização. Algum tempo depois, chegou mais um navio, e seus passageiros, novamente, deram com a ilha vazia.
Não havia vestígios de violência, luta, nem de sepulturas. Apenas a palavra "CRO" entalhada em uma árvore, e "CROATAN" entalhada em outra. Croatan, ilha localizada na costa da Carolina do Norte, era, aparentemente, o lugar onde o grupo de colonos resolvera se instalar. Contudo, o capitão do navio, temendo a falta de alimentos e a aproximação do inverno, decidiu rumar em direção às Antilhas e passar o inverno ali.
Quando o navio seguinte chegou à ilha de Croatan, os tripulantes também não encontraram nada, nem sinais de algum massacre de índios. Não havia sepulturas e, com exceção de histórias ocasionais, que falavam de crianças índias com cabelos "amarelos" e olhos azuis, nenhum dos 110 pioneiros jamais foi encontrado. Embora seja tema de numerosos boatos e lendas, o mistério jamais foi explicado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

As Mortes dos Cientistas

Entre março e junho de 1987, a imprensa britânica reverberou com uma série de mortes, aparentemente sem nenhuma relação entre si, que ceifaram as vidas de cientistas envolvidos na indústria de defesa civil. Foram dez incidentes no total, inclusive oito suicídios suspeitos, um desaparecimento, e um caso em que a vítima sobreviveu após uma queda de 18 metros.
Cinco das vítimas eram empregados da Marconi, uma empresa de produtos eletrônicos com muitos contratos com o governo, e várias outras tinham vínculos com programas que envolviam o torpedo Stingray e medidas de segurança para submarinos nucleares.
O primeiro incidente, na verdade, ocorreu no dia 5 de agosto de 1986, quando um especialista em software do Stingray suicidou-se pulando da ponte de Clifton em Bristol. Vimal Dajibhai estava com apenas 24 anos de idade e não tinha nenhum motivo aparente para deslocar-se de Londres até Bristol para cometer suicídio. A imprensa noticiou que pequenas marcas de perfurações foram encontradas em suas nádegas.
Em 28 de outubro de 1986, outro empregado da Marconi, Ashad Sharif, 26 anos, segundo consta, matou-se em Siston Commons, Bristol, amarrando uma corda em uma árvore, passando-a em seu pescoço e se enforcando. Ele, também, tinha saído de Londres.
No dia 8 de janeiro de 1987, um amigo de Dajibhai, que trabalhava para o Ministério da Defesa no projeto de um sonar, desapareceu enquanto fazia uma inspeção em uma represa em Derbyshire.
Quatro dias antes, um consultor de computadores da Marconi, Richard Pugh, fora encontrado com um saco plástico sobre a cabeça. No mesmo mês, um consultor de computadores da Royal Armaments morreu por envenenamento com monóxido de carbono. O mesmo gás tirou a vida de Peter Peapell, 46 anos, no dia 22 de fevereiro de 1987. Peapell era especialista na tecnologia do berilo soviético, um metal de importância crucial para os reatores nucleares.
Em 30 de março de 1987, David Sands cometeu suicídio enchendo galões de gasolina em seu carro esporte, dirigindo-o em alta velocidade, e indo de encontro a um restaurante abandonado. Sua mulher e seus colegas declararam que Sands vinha "agindo de forma estranha" antes de seu suicídio.
Em 24 de abril do mesmo ano, Mark Wisner, projetista de software da Força Aérea, com apenas 25 anos, também foi encontrado morto com um saco plástico amarrado em sua cabeça. Ele usava um espartilho feminino e botas no momento da morte. Outro cientista relacionado com o departamento de defesa, Victor Moore, teria supostamente cometido suicídio com uma dose excessiva de drogas. Robert Greenhaigh, 46 anos, também empregado da Marconi, sobreviveu a um salto de uma altura de 18 metros de uma ponte ferroviária em Maidenhead, quando caiu sobre um gramado macio. Greenhaigh fora amigo do suposto agente duplo Dennis Skinner, com quem trabalhara durante quinze anos. Dizem que Skinner foi empurrado da janela de um apartamento em Moscou, morrendo em 1983. Tal seqüência de suicídios e mortes relacionados com a indústria da defesa civil parece ultrapassar os limites da definição de coincidências. Agora que o homem levou as hostilidades aos céus, com a Guerra nas Estrelas, talvez os céus tenham decidido nos fazer uma retaliação.

A Longa Viagem de Volta

Não sabemos se a capacidade de voltar para casa demonstrada pelos animais resulta de um senso superior de direção ou de uma sexto sentido desconhecido pela ciência. O fato é que a habilidade de orientação do cachorro continuamente surpreende seus melhores amigos. Em pelo menos três casos documentados, os cachorros viajaram milhares de quilômetros, e há vários exemplos de cães que também encontram o caminho de volta em distâncias mais curtas.
Nick, o cachorro de Doug Simpson, por exemplo, desapareceu durante o camping que fizeram juntos na região sul do Arizona, em novembro de 1979. Simpson passou duas semanas procurando desesperadamente o pastor alemão, mas ele não foi encontrado. Simpson acabou retornando para sua casa, na Pennsylvania.
Quatro meses mais tarde, com cortes ainda sangrando e o pêlo arranhado, Nick chegou na casa dos pais de Simpson, em Selah, Washington. O cão aparentemente atravessara o deserto do Arizona, o Grande Canyon, as perigosas montanhas Rochosas, rios congelados, montanhas cobertas de neve e rodovias diversas. Quando chegou à entrada da casa, onde o carro de Simpson estava estacionado, ele desmaiou de exaustão. A mãe de Simpson encontrou o cachorro, que foi recompensado quando seu dono chegou e o levou para casa.
Jessie, outro cão pastor alemão, ficou em Aspen, Colorado, quando seu dono, Dexter Gardiner, mudou-se de East Greenwich, Rhode Island. Sentindo-se abandonado, o cachorro partiu de Aspen e apareceu na casa dos Gardiner seis meses mais tarde, porém a família estava viajando em férias de verão. Depois de breve permanência pelas ruas, Jessie foi recolhido pela sra. Linda Babcock. Mas como não conseguia se esquecer dos antigos donos, resolveu voltar para casa. Dessa vez, os Gardiner não estavam viajando e ficaram contentes com o retorno, embora estranhassem o seu súbito aparecimento. Uma pesquisa sobre a longa viagem de Jessie acabou levando os Gardiner até a sra. Babcock, que, após negociações amigáveis, devolveu o cachorro a eles.
No entanto, o mais longo esforço de volta ao lar aconteceu em 1923, com Bobbie, collie que pertencia a uma família de Silverton, Oregon. Bobbie se perdeu durante as férias familiares em Walcott, Indiana. Seis meses mais tarde, conseguiu voltar para casa, cobrindo distância superior a 3 mil quilômetros. Detalhes da longa viagem de Bobbie foram posteriormente fornecidos pelas famílias que cuidaram dele por todo o caminho. Fez-se também o levantamento do percurso através dos Estados de Illinois, Iowa, Nebraska, Colorado, Wyoming e Idaho. Bobbie atravessou as montanhas Rochosas em pleno inverno.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

As Luzes de Min Min

Durante mais de um século, um fantástico fenômeno luminoso atormentou o remoto povoado a leste de Boulia, na região sudoeste de Queensland, Austrália. As luzes receberam o nome de Min Min, homenagem a um correio-bar chamado Min Min, há muito desaparecido.
Um dos primeiros relatos escritos, publicado em março de 1941, fala sobre um criador de gado que viajava entre Boulia e Warenda Station, em uma noite encoberta de nuvens. Por volta de 22 horas, quando passava em frente ao antigo cemitério, próximo ao que restou do correio-bar Min Min, ele viu um estranho brilho que emanava do meio das sepulturas. A luz aumentou e ficou do tamanho de uma melancia, pairou momentaneamente sobre as tumbas, e então afastou-se dali, seguindo em direção a Boulia. De acordo com o homem, a luz o seguiu durante todo o percurso, até a cidade.
Relatos anteriores foram descobertos subseqüentemente. Em Walkabout, Henry Lamond relatou sua própria experiência de infância com as luzes de Min Min em 1912. A princípio, ele pensou que fossem os faróis de um automóvel que se aproximava.
"Os carros", escreveu ele, "embora não fossem comuns naquela época, também não eram raros." Mas logo tornou-se evidente que não se tratava de uma luz normal.
"Ela permaneceu como uma bola única, e não se dividiu em dois faróis, como seria de esperar. Além disso, vinha em uma altura muito grande para ser um carro. Havia alguma coisa estranha com aquela luz."
A luz flutuou gradativamente em direção a Lamond, que estava montado em seu cavalo, e passou por ele, a uns 200 metros de distância.
"De repente, ela desapareceu, mas não de uma hora para outra. Seu desaparecimento foi gradual, como os fios de uma lâmpada elétrica."
As luzes de Min Min - sejam o que forem - ainda assustam as pessoas que viajam ao longo de trechos solitários de estrada, no interior australiano.

O Vôo 1628 da Japan Airlines

A despeito da popularidade da denominação "discos voadores", o fato é que os formatos e tamanhos dos objetos voadores não identificados podem ser classificados em várias categorias, inclusive discos com dezenas de metros de diâmetro, e objetos que parecem triângulos, charutos, e até mesmo bules. OVNIs enormes, freqüentemente acompanhados por objetos voadores menores, são conhecidos como "naves-mães".
Uma dessas naves-mães foi vista pelo piloto do vôo 1628 da Japan Air Lines, um Boeing 747 que ia da Islândia para Anchorage, Alasca, no dia 17 de novembro de 1986. Sobrevoando o Alasca pouco depois das 18 horas, o comandante Kenju Terauchi declarou estar vendo luzes brilhantes brancas e amarelas à frente.
- Elas estão se comportando como dois filhotes de ursos brincando - afirmou ele.
O comandante Terauchi entrou em contato pelo rádio com Anchorage, e o controlador de vôo confirmou que havia alguma coisa na tela do radar. O piloto japonês ligou o radar colorido digital a bordo do avião e, embora o equipamento tivesse sido projetado para captar sistemas atmosféricos e não objetos sólidos, também registrou uma leitura.
Em seguida, Terauchi percebeu que seu 747 estava sendo seguido por um OVNI gigantesco, em forma de noz, do tamanho de dois porta-aviões. O comandante pediu permissão a Anchorage para executar manobra de 360 graus e para baixar a 31 mil pés, que foi concedida. A nave-mãe continuou no seu encalço durante toda a manobra.
Anchorage enviou dois outros aviões para a área indicada pelo comandante Terauchi, porém quando eles chegaram o OVNI já havia desaparecido. A nave-mãe permaneceu visível e seguindo o 747 durante cinqüenta minutos.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Castelo de Pedra-Coral

O pequeno e solitário letão trabalhou arduamente, principalmente à noite, no ar úmido da Flórida, erigindo um monumento a um amor não correspondido.
De 1920 a 1940, o diminuto Edward Leedskilnin (ele tinha apenas 1,50 metro de altura e não pesava mais de 50 quilos) deu forma a imensos blocos de pedra-coral, que chegavam a pesar até 30 toneladas, usando técnicas que só ele conhecia. Os resultados, que parecem mais moldados do que esculpidos, continuam a maravilhar arquitetos e engenheiros, bem como os 100 mil turistas que para lá acorrem todos os anos.
O objeto do amor e do trabalho de Leedskilnin foi uma noiva adolescente, sempre mencionada por ele como "a Doce 16". Rejeitado um dia antes do casamento, ele abandonou a Letônia, sua pátria, e foi morar na Flórida. Usando os blocos de construção de que dispunha, Leedskilnin começou a construir o Castelo de Pedra-Coral em 4 hectares de terra, na esperança de atrair seu relutante amor para os Estados Unidos.
Ela nunca foi, mas Leedskilnin continuou o trabalho, tecendo uma aura impenetrável de mistério e majestade ao redor de seu projeto solitário. Ninguém jamais ficou sabendo como ele conseguia levantar os gigantescos blocos de pedra-coral do chão e carregá-los em seu caminhão, ou como os amoldava e os colocava no lugar. Equilibrava uma laje de 9 toneladas tão delicadamente que ela se abria ao simples toque de um dedo. Quando apareciam visitantes, Leedskilnin interrompia o trabalho, recomeçando apenas depois que eles iam embora.
Quando Leedskilnin morreu, em 1951, morreram com ele os segredos, embora tenha, certa vez, declarado que utilizava as mesmas técnicas empregadas para a construção da pirâmide de Quéops. A única coisa que afirmou com certeza é que dominara as leis naturais de peso e equilíbrio.
Leedskilnin não teve a mesma sorte no amor. Depois de muitos anos, Doce 16 foi encontrada. Perguntaram-lhe se ela gostaria de visitar o Castelo de Pedra-Coral.
- Eu não estava interessada nele quando tinha 16 anos - respondeu -, e, agora que estou com 80, interesso-me menos ainda.
Aproximadamente 8 mil turistas visitam o Castelo de Pedra-Coral todos os meses, e ficam extasiados diante de maravilhas como um modelo de 18 toneladas de Saturno, inclusive com os anéis, colocado no alto de paredes de quase 1 metro de espessura. Marte, também representado por um globo de pedra-coral de 18 toneladas, está congelado em órbita ali perto.
Esse monumento, construído em nome do amor, traz-nos à memória o Taj Mahal, em Agra, Índia, tumba considerada a mais bela construção de todo o mundo. Foi construída em mármore, arenito e pedras semipreciosas pelo imperador mongol Shah Jahan, para sua esposa favorita Mumtaz-i-Mahal. No entanto, o Taj Mahal absorveu, em sua construção, centenas de operários talentosos, que contaram com a ajuda de guindastes e mastros de cargas especiais, usados para a edificação de maravilhosos palácios mongóis e foi financiado por fundos ilimitados. Cooperaram ainda um exército de fornecedores e muitas juntas de bois para o transporte. Em contrapartida, o Castelo de Pedra-Coral foi construído à noite e por um único homem.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Enigma de Kaspar Hauser

Kaspar Hauser pode muito bem ter caído do céu. Ele apareceu nas ruas de Nuremberg, Alemanha, em 1828, mal podendo caminhar e pronunciar seu nome. De acordo com carta encontrada em seu poder, Kaspar tinha 16 anos de idade. Mas a carta, redigida em péssima caligrafia e endereçada ao capitão do Sexto Regimento de Cavalaria aquartelado em Nuremberg, dava poucos detalhes sobre a vida do rapaz.
"Se não quiser ficar com ele", dizia a carta, "mate-o ou enforque-o em uma árvore."
Condoído, o carcereiro local instalou Kaspar no próprio alojamento, e começou, lentamente, a ensiná-lo a falar. Tudo que o rapaz podia se lembrar era de que fora criado no escuro de um cubículo, tratado apenas a pão e água. Ele parecia desconhecer as coisas mais elementares. Um observador notou que, quando colocado diante de uma vela, Kaspar ficava o tempo todo tentando pegar a chama com os dedos. No entanto, seu sentido de visão era tão agudo que, segundo consta, conseguia ler no escuro e ver estrelas durante o dia. Era também ambidestro, e tinha marcada aversão por carne.
Por causa de sua história triste, toda Nuremberg adotou Kaspar, tratando-o como um filho. Ele foi colocado sob os cuidados pessoais de um certo professor Daumer, e atraiu a atenção das sociedades alemã e européia.
No dia 17 de outubro de 1829, Kaspar foi encontrado na casa de Daumer com a testa sangrando, resultado de um ferimento com faca, desfechado por um homem mascarado que apareceu de repente e o golpeou. Em 1831, ele foi ferido na testa outra vez, quando um revólver disparou acidentalmente.
No dia 14 de dezembro de 1833, Kaspar saiu correndo do parque, mortalmente ferido por outra punhalada. A polícia deu uma busca no parque, mas não achou a arma. O mistério aumentou ainda mais, porque os policiais encontraram apenas as pegadas de Kaspar na neve. Ele morreu três dias depois.
Von Feurbach, um de seus biógrafos, declarou o seguinte a respeito do enigma de Nuremberg:
- Kaspar Hauser demonstrava deficiência tão grande de palavras e idéias, uma ignorância tão acentuada das coisas mais comuns e um horror tão grande de todos os costumes, todas as conveniências e necessidades da vida civilizada, e, além disso, havia peculiaridades tão extraordinárias em sua disposição social, mental e física, que qualquer pessoa poderia ser levada a acreditar que ele pudesse ser um cidadão de outro planeta, transferido, através de algum milagre, para o nosso. (Em 1974, o diretor de cinema alemão Werner Herzog realizou um filme, chamado O Enigma de Kaspar Hauser, onde narra a história desse fascinante personagem.)

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Viajantes Extracorporais

 Diversos parapsicólogos passam longo tempo estudando o fenômeno de experiências extracorporais, ou projeção astral.

Em caso registrado por um médico, um homem chamado Wilson adormeceu e sonhou que visitara uma amiga que morava a mais de 60 quilômetros de distância. Uma criada abriu a porta e disse-lhe que a amiga não estava em casa, porém ele pediu para entrar e tomar um copo de água. Wilson não pensou mais no sonho, até que outra amiga sua recebeu uma carta da mulher em cuja casa estivera no sonho; a carta falava da visita de Wilson e até mencionava que ele entrara e bebera um copo de água. Isso fez com que Wilson levasse alguns amigos àquela casa, para investigar. Quando chegou lá, duas empregadas o identificaram como sendo o homem que estivera ali e entrara.
E um viajante extracorporal famoso, Blue Haray, que afirma ter o poder de deixar o corpo segundo sua própria vontade, e que já se submeteu a testes na Fundação de Pesquisas Psíquicas, em Durham, Carolina do Norte. Nessas experiências, os movimentos oculares, a respiração e outras funções do corpo de Haray foram monitorados por uma série de instrumentos, e todos demonstraram mudanças significativas quando ele relatou a experiência extracorporal.
Certa ocasião, Haray visitou um médico que não esperava por ele. O médico declarou ter visto o brilho de "luz esférica vermelha" em seu quarto às 3h15, exatamente o horário em que o viajante extracorporal disse ter estado lá. Animais de estimação mantidos em aposentos separados e trancados foram usados como alvos em outra série de experiências. Em determinado teste, um gato parou de miar e ficou sentado imóvel quando Haray declarou ter entrado naquele aposento. Em outro teste, uma cobra agressiva, que vinha agindo normalmente, de repente tentou abocanhar alguma coisa que não podia ser vista pelas câmaras, novamente no mesmo horário em que Haray disse ter "visitado" aquele aposento.
Outra viagem extracorporal foi relatada por um jovem tenente a serviço no Panamá, em 1943. Ele estava preocupado com a mãe, que fora submetida a delicada cirurgia em Nova York. Viajar para fazer-lhe urna visita não era possível. No entanto, durante um intervalo no treinamento, às 13h15, o tenente adormeceu por alguns momentos e sonhou que estava diante do Memorial Hospital, perto do East River Drive. Ele entrou e perguntou à recepcionista se tinha permissão para visitar a mãe. A recepcionista consultou uma lista e anotou-lhe o nome como visitante. Uma enfermeira disse reconhecê-lo como o rapaz da foto no quarto de sua mãe. A foto mostrava-o usando um uniforme de inverno, o mesmo que usava no hospital. O tenente entrou no elevador e outra enfermeira o viu apertar um botão. Enquanto o elevador subia, ele sentiu tudo ficar escuro e irreal.
Acordou, ainda no Panamá, exatamente às 13h15. Alguns dias mais tarde, ele recebeu carta da mãe falando sobre estranho fato sem explicação. Fora informada de que o filho tinha ido visitá-la, porém ele não chegou a seu quarto. Embora a recepcionista e outra enfermeira o tivessem visto entrar no elevador, ninguém o viu sair. O horário: 12h15 em Nova York e 13h15 no Panamá. O nome do oficial que queria visitar a mãe estava escrito no registro de visitantes. Era seu próprio nome, Charles Berlitz.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Um Massacre em Vôo

 Alguma coisa terrível aconteceu em pleno ar um dia no fim do verão de 1939 - e até os dias de hoje o incidente permanece envolto no maior segredo.

Tudo o que se sabe é que um avião de transporte militar deixou a Marine Naval Air Station em San Diego, Califórnia, às 15h30. O aparelho e sua tripulação de treze homens estavam realizando um vôo de rotina para Honolulu. Três horas mais tarde, quando a aeronave estava sobre o oceano Pacífico, soou desesperado sinal de socorro. Então, o sinal de rádio ficou mudo.
Pouco tempo depois, o aparelho voltou à base e fez um pouso de emergência. O pessoal de terra correu em direção ao avião e, quando os oficiais entraram na aeronave, ficaram horrorizados ao ver doze tripulantes mortos. O único sobrevivente era o co-piloto, que, embora seriamente ferido, tivera tempo suficiente para trazer o avião de volta à base. Poucos minutos depois, ele também morreu.
Todos os cadáveres tinham grandes ferimentos abertos. O mais estranho é que o piloto e o co-piloto haviam esvaziado as pistolas automáticas Colt 45 contra alguma coisa. As cápsulas vazias foram encontradas no chão da cabine. Um odor azedo, sulfúrico, podia ser sentido no interior de todo o aparelho.
O exterior da aeronave estava bastante danificado, parecendo que ela havia sido atacada por mísseis. As pessoas que entraram no avião saíram com inexplicável infecção cutânea.
Medidas de segurança extremas foram rapidamente acionadas, e a tripulação de terra de emergência recebeu ordens de abandonar a aeronave. Os trabalhos de remoção dos corpos e de investigação do caso foram deixados para três médicos.
O incidente foi abafado e só veio a público quinze anos mais tarde, quando o investigador Robert Coe Gardner tomou conhecimento do ocorrido por alguém que estivera presente no vôo. O mistério do que os tripulantes daquele avião encontraram em pleno ar naquela tarde em 1939 jamais foi deslindado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos