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segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

O Homem que Não Podia Ser Enforcado

Nos degraus do cadafalso erigido para sua execução, o carrasco perguntou a John Lee se ele tinha um último pedido a fazer, antes de morrer.
- Não - respondeu. - Vamos logo com isso.
A data era 23 de fevereiro de 1885, e Lee estava para ser enforcado pelo assassinato de sua empregadora, Emma Ann Keyes, de Exeter, Inglaterra, que fora encontrada com a garganta cortada e a cabeça esmagada por uma machadinha. Agora a justiça estava para ser feita. O carrasco enfiou um saco na cabeça de Lee e apertou o nó corrediço em seu pescoço. Em seguida, deu o sinal para que fosse aberto o alçapão. Nada aconteceu.
O nó corrediço foi tirado do pescoço de Lee, e o mecanismo do alçapão examinado, em busca de defeitos. Nada de errado foi encontrado. Então, o prisioneiro foi colocado diante do carrasco outra vez. A ordem foi dada e, novamente, o mecanismo não funcionou. Dessa vez, as bordas do alçapão foram aplainadas para assegurar um funcionamento perfeito. Mas, pela terceira e, finalmente, quarta vez, o alçapão recusou-se a se abrir.
Sem saber o que fazer, o xerife levou Lee de volta a sua cela. O caso chegou às primeiras páginas dos jornais e até mesmo a Câmara dos Comuns uniu-se aos debates sobre o que fazer com "o homem que não podia ser enforcado".
Finalmente, a pena de Lee foi comutada para prisão perpétua. Depois de 22 anos atrás das grades, o homem de mais sorte do mundo foi posto em liberdade condicional, em dezembro de 1907.
Lee viveu pelo menos outros 35 anos, e parece que morreu em Londres em 1943. Embora sua milagrosa fuga do laço do carrasco tenha sido freqüentemente ressuscitada por repórteres, que gostam do fantástico e do inusitado, nenhuma explicação satisfatória jamais foi encontrada para a alçapão defeituoso.

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