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segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

A Maldição da Tumba do Faraó Tutancamon

Embora as grandes pirâmides do Egito tenham permanecido intocadas durante séculos, no início dos anos 20 muitas das estruturas e tumbas dos faraós foram saqueadas por arqueólogos aventureiros e caçadores de tesouros.
Uma tumba, no entanto, permaneceu intocada: a do famoso Faraó Tutancâmon. Segundo a lenda, a tumba, repleta de tesouros, foi guardada por uma maldição que condenava à morte qualquer um que ali entrasse. Mas isso não impediu que George E. S. M. Herbert, conde de Carnarvon, fosse ao Egito pela primeira vez esperando que o clima seco curasse sua doença respiratória.
Mesmo sem ter experiência anterior em arqueologia, Herbert tinha o dinheiro necessário para financiar expedições. E, em pouco tempo, ele e o arqueólogo Howard Carter partiram para encontrar a lendária tumba.
Após muitas escavações durante vários anos, eles finalmente encontraram alguns fragmentos de peças que traziam o nome de Tutancâmon. E as peças os levaram à sala do tesouro, onde repousava o tão longamente procurado faraó.
Um grupo de vinte pessoas serviu como testemunha de que Carter entrou naquela sala no dia 17 de fevereiro de 1922, mas lorde Carnarvon viveu pouco tempo para apreciar a descoberta. Ele morreu em abril no Hotel Continental no Cairo, depois de contrair uma súbita e não diagnosticada febre, que debilitou seu corpo durante doze dias. Poucos minutos após sua morte, houve falta de energia elétrica no Cairo. E o cachorro de Carnarvon, em Londres, morreu no mesmo dia.
Antes de terminar aquele ano, doze outros membros do grupo original de vinte homens também morreram. Mas outros morreriam, também. George Jay Gould, filho do financista Jay Gould, e amigo de Carnarvon, viajou ao Egito após a morte de seu amigo para visitar o lugar pessoalmente. Ele morreu de peste bubônica, 24 horas após visitar a tumba.
Em 1929, dezesseis outros pesquisadores que, de alguma forma, entraram em contato com a múmia do faraó também morreram. Entre as vítimas estavam o radiologista Archibald Reid, que preparara os restos de Tutancâmon para radiografar a múmia do faraó, a mulher de lorde Carnarvon, e Richard Bethell, seu secretário particular. Até o pai de Bethell morreu, suicidando-se.
A mística dessa famosa múmia, tema de filmes de terror de segunda classe, foi provavelmente um grande fator para o sucesso avassalador de Tesouros do Rei Tutancâmon, roteiro de viagem empreendido pelas agências de turismo dos EUA. Mas, como as dezenas de milhares de pessoas que viram a múmia podem atestar, a maldição parece ter chegado ao fim - pelo menos por enquanto.
Mas cuidado! Logo na entrada da tumba, observe os hieróglifos escritos no brasão. Eles dizem: "A morte virá rapidamente àquele que violar a tumba do faraó".

Milagre em Remiremont

Remiremont, uma pequena cidade francesa perto da fronteira com a Alemanha, tinha uma estátua da Virgem Maria chamada Notre Dame du Trésor. Presenteada a Remiremont no século 8, a estátua, há muito tempo considerada protetora da cidade, todos os anos, desde 1682, era levada em um andor pelas ruas durante uma cerimônia especial em seu louvor.
Mas, em 1907, a estátua passou a ser o centro de uma acirrada disputa: quando o papa deu sua sanção oficial à cerimônia, forças anticatólicas da cidade deram vazão a um violento protesto. As autoridades municipais ficaram de tal forma intimidadas pelas ameaças que a cerimônia foi cancelada. Não houve procissão em Remiremont, pela primeira vez em séculos.
Parecia que os céus respondiam com raiva quando um violento e súbito temporal com granizo caiu sobre Remiremont em 16 de maio, pouco depois do dia em que deveria ser realizada a tradicional procissão. Alguns dos granizos tinham o tamanho de tomates e não quebraram ao chegar ao chão. Outros, de acordo com relatos, pareciam ter impressa a figura de Notre Dame du Trésor.
Uma descrição detalhada das pedras chegou a ser registrada por Abbe Gueniot, um padre local que escreveu:
Eu vi muito distintamente na parte frontal dos granizos - que tinham o centro ligeiramente convexo, embora as extremidades estivessem um tanto desgastadas - o busto de uma mulher, com um manto levantado em sua parte inferior, parecido com uma veste sacerdotal. O contorno das imagens era ligeiramente côncavo, mas muito bem delineado.
A figura encontrada nas pedras, entretanto, representava apenas um resultado miraculoso da tempestade. Aqueles granizos especiais, na opinião dos habitantes da cidade, caíram no meio de outros, normais. Eles caíram lentamente, como se estivessem flutuando em direção ao solo, e não causaram nenhum dano.

O Caso de Renata

O psiquiatra tchecoslovaco Stanislov Grof, especialista no uso de alucinógenos, trabalha atualmente no famoso Esalen Institute em Big Sur, EUA. Antes de partir de sua pátria, Stanislov tratou de uma jovem dona de casa chamada Renata, em avançado processo de autodestruição.
Grof pediu a sua paciente que recordasse seu doloroso passado com o auxílio de LSD (Dietilamida do Ácido Lisérgico) e, em pouco tempo, ela começou a relatar cenas da cidade de Praga no século 17. Descreveu corretamente a arquitetura, o vestuário, e até mesmo as armas daquele período. Ela guardava lembranças vividas da invasão da Boêmia pelo Império Austro-Húngaro dos Habsburgo. E chegou inclusive a descrever a decapitação de um jovem nobre pelos Habsburgo.
Grof tentou entender as visões com todas as ferramentas terapêuticas de que dispunha, mas não conseguiu encontrar nenhuma explicação psicológica. Ele partiu para os EUA antes que o caso pudesse ser solucionado. Mas, dois anos mais tarde, recebeu uma carta de sua antiga paciente. Acontece que Renata encontrara seu pai, a quem não via desde a infância. Durante suas conversas, ela ficara sabendo que seu pai fizera um estudo genealógico da família até o século 17 - chegando a um nobre decapitado pelos Habsburgo durante a ocupação do que nos dias de hoje é a Tchecoslováquia.
Como Renata conseguiu "lembrar" essa informação continua um mistério, pois seu pai, aparentemente, fez essas descobertas após abandonar sua família. Renata acredita que suas impressões emergiram de alguma forma de lembrança "herdada". O próprio Grof afirma que as lembranças de Renata originam-se de uma vida anterior em Praga.

sábado, 30 de dezembro de 2023

A Maldição da Cigana

Durante anos, segundo a lenda, o Derby de Epsom foi importunado por uma maldição, cortesia de uma cigana chamada Gypsy Lee. Certo ano, ao que parece, ela previra que um cavalo chamado Blew Gown venceria o grande prêmio, escrevendo sua previsão em um pedaço de papel para que todos vissem. Um dos proprietários no hipódromo, no entanto, arrogantemente declarou que o nome do cavalo era Blue Gown, e não tinha nenhum "w" no primeiro nome. Indignada com a idéia de parecer idiota, Gypsy Lee rogou uma praga: nenhum cavalo com um "w" em seu nome venceria o Derby de Epsom, enquanto ela vivesse. E nenhum jamais venceu. Mas quando Gypsy Lee morreu, em 1934, sua própria família apostou todo o dinheiro em Windsor Lad, e o cavalo ganhou, pagando 7 por 1.

O Assassinato de Rasputin

O "conde" Louis Harmon, mais conhecido por seu nome artístico de Cheiro, famoso clarividente e quiromante, era amplamente cortejado pela nobreza do início do século por suas previsões incrivelmente precisas.
Em 1905, por exemplo, durante uma reunião com o controvertido Grigori Yefimovitch Rasputin, místico russo conhecido como "O Monge Louco", Cheiro advertiu-o sobre o destino que o aguardava.
- Vejo para você um fim violento dentro do palácio - disse ele. - Você será ameaçado por veneno, punhal e por balas. Finalmente, vejo as águas geladas do Neva se fechando sobre você.
A subseqüente carreira diversificada de Rasputin, como guia espiritual da czarina Alexandra Fiodorovna e de sua família, certamente resultou em vários inimigos na corte imperial russa. Mesmo assim, ele não desconfiou quando o príncipe Felix Yusupov o convidou a ir ao seu palácio para jantar, na noite de 29 de dezembro de 1916, prometendo-lhe um encontro com uma mulher da corte que gostaria de conhecê-lo. Recusando vinho e chá, Rasputin comeu alguns pedaços do bolo ao qual o príncipe adicionara cianeto de potássio. Yusupov ficou surpreso ao ver Rasputin consumir vários pedaços sem demonstrar nenhum efeito.
O príncipe então sacou de uma pistola e disparou nele pelas costas. Enquanto estava curvado sobre o corpo, os olhos de Rasputin se abriram e seguiu-se uma luta desesperada. Outros conspiradores vieram ajudar o príncipe. Um deles, chamado Purishkevich, disparou mais duas balas no corpo de Rasputin. Yusupov então atingiu o "monge" caído com uma barra de aço.
O príncipe e seus ajudantes amarraram os braços de Rasputin e carregaram seu corpo, aparentemente já sem vida, até o Neva. Fazendo um furo no gelo, eles enfiaram o corpo no rio, mas Rasputin voltou à vida, outra vez. Seu último ato foi fazer o sinal-da-cruz. Em seguida, foi para o fundo das águas geladas, cumprindo a profecia de Cheiro e uma de suas próprias. Antes de seu assassinato, Rasputin advertira a família real:
- Se eu for morto por assassinos comuns, vocês não terão nada a temer. Mas, se eu for assassinado por nobres, e se eles derramarem meu sangue, suas mãos ficarão maculadas. Irmãos matarão irmãos, e não restará nenhum nobre no país.
Naquele mesmo ano, os bolcheviques preparavam a Revolução Russa. No dia 16 de julho de 1917, o czar e sua família foram assassinados em Ekaterinburgo. E os nobres descobriram que permanecer na Rússia era altamente perigoso à saúde.

Relâmpagos em Forma de Bolas

Cinco minutos após a meia-noite, o vôo 539 da Eastern Airlines sobrevoava a cidade de Nova York, em direção a Washington, D.C. A noite estava escura e sem lua, com fortes tempestades provenientes da costa. De repente, o avião foi envolvido por uma descarga elétrica.
O passageiro Roger Jennison, professor de eletrônica da Universidade de Kent, ficou surpreso:
- Vi uma esfera brilhante, com pouco mais de 20 centímetros de diâmetro, emergir da cabine de comando e percorrer o corredor do avião.
Jennison descreveu a bola de luz como tendo uma coloração branco-azulada e aparentemente sólida. Ela se movimentava mais ou menos na mesma velocidade de uma pessoa caminhando, a uma altura de cerca de 75 centímetros do chão.
Felizmente, ninguém ficou ferido no incidente, e o avião conseguiu pousar em segurança em seu destino. Essas bolas de luz já explodiram, em algumas ocasiões, na maioria das vezes com resultados devastadores.
Os cientistas dão a esse fenômeno indefinível o nome de "relâmpagos em forma de bolas", mas isso dificilmente explica o que ele seja, pois o relâmpago em si já guarda muitos mistérios para os físicos. No entanto, uma teoria curiosa foi apresentada pelos pesquisadores M. D. Altschuler, L. House e E. Hildner, do National Center for Atmospheric Research em Boulder, Colorado.
Os três formaram uma teoria segundo a qual as tempestades poderiam agir como gigantescos aceleradores naturais de partículas, capazes de emitir prótons carregados com enorme energia. Quando os prótons carregados colidem com núcleos atômicos na atmosfera, uma mini-reação nuclear gera átomos altamente carregados de oxigênio e flúor. Por sua vez, esses átomos decompostos emitiriam tanto pósitrons quanto raios gama - repletos de energia; em outras palavras, para gerar relâmpagos em forma de bolas.
Se a teoria estiver correta, isso significa que as vítimas que tiveram um contato imediato com relâmpagos em forma de bolas poderão ter de se preocupar com um outro problema, ou seja, uma dose letal de radiação.

O Derradeiro Segredo dos OVNls

Robert Sarbacher, médium americano que morreu em julho de 1986, declarou a um grupo de cientistas canadenses em reunião no escritório do Departamento de Defesa, em 15 de setembro de 1950, que ficara sabendo de um segredo dos EUA. Segredo ainda mais importante do que a bomba H.
O segredo era que o governo dos EUA possui os restos de espaçonaves extraterrestres e os corpos de seres alienígenas. O dr. Sarbacher contou aos cientistas que o assunto estava sendo estudado por um grupo supersecreto chefiado pelo dr. Vannevar Bush, principal assessor do presidente Truman para assuntos científicos.
Sarbacher não era o tipo de homem dado a exageros. Seu verbete no Who's Who in America é constituído de um parágrafo de letras miúdas, que atestam uma carreira bem-sucedida nos campos científico, acadêmico e empresarial. Durante a Segunda Guerra Mundial e depois, ele ofereceu voluntariamente seus serviços ao governo, em troca de um salário simbólico de "1 dólar por ano", e especializou-se em questões relativas ao controle de mísseis teleguiados.
Os canadenses, que se encontravam regularmente com Sarbacher para trocar idéias sobre a segurança nacional dos dois países, perguntaram ao colega americano se havia alguma verdade nos persistentes boatos a respeito de uma prova física direta da realidade dos OVNIs. Sarbacher confirmou a existência de provas, mas recusou-se a fornecer maiores detalhes, alegando ser o assunto extremamente confidencial.
Um dos canadenses, W. B. Smith, engenheiro especializado em transmissões de rádio, ficou tão impressionado que, ao retornar a Ottawa, insistiu junto a seu governo para que fosse criado um projeto voltado para os OVNIs. Pouco depois, tal projeto, de codinome "Magnet", entrou em operação, sob a direção do próprio Smith. No entanto, ele não ficou sabendo de mais nada a respeito dos supostos segredos do governo americano sobre os OVNIs.
Em 1983, Willian Steinman, investigador de objetos voadores não identificados, localizou Sarbacher, que na ocasião morava na Flórida, e perguntou-lhe o que ele contara aos cientistas canadeneses. Sarbacher respondeu:
- Embora eu não tenha me envolvido diretamente no projeto de recuperação dos OVNIs, lembro-me de que certos materiais, supostamente originários de discos voadores acidentados, eram extremamente leves e muito resistentes. Havia relatórios informando que os instrumentos ou as pessoas que operavam essas máquinas eram também muito leves, o suficiente para suportar as tremendas forças de aceleração e desaceleração associadas com seus equipamentos.
E prosseguiu Sarbacher:
- Em conversa com algumas das pessoas no escritório, tive a impressão de que esses "alienígenas" tinham estrutura semelhante à de certos insetos que observamos na Terra.
Entrevistado por outro investigador, Sarbacher disse que os cientistas acreditavam que as espaçonaves teriam vindo de outro sistema solar. Ele afirmou que fora convidado a participar de conferência na base da Força Aérea de Wright-Patterson, em Dayton, Ohio, onde cientistas e militares deveriam relatar o que haviam concluído das análises dos materiais e dos corpos. Infelizmente, devido a outros compromissos inadiáveis, Sarbacher não pôde comparecer, embora tenha, posteriormente, conversado com aqueles que participaram da conferência.
Aqueles que conversaram com Sarbacher ficaram surpresos com a sinceridade óbvia e a recusa firme em entrar em maiores detalhes sobre a história. Seu testemunho pode muito bem representar uma rara olhada por trás das cortinas de segredo que cobrem os conhecimentos do governo americano sobre o que são os objetos voadores não identificados.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

As Serpentes Marinhas da Nova Escócia

Há pelo menos um século e meio, os navegantes da Nova Escócia, na costa leste do Canadá, estão encontrando algumas criaturas imensas e de aspecto inusitado.
Uma das primeiras aparições de que se tem notícia ocorreu em 1845, quando os pescadores John Bockner e James Wilson viram uma "serpente" de 30 metros de comprimento na baía de St. Margaret. Eles relataram o que viram ao reverendo John Ambrose, que, pouco tempo depois, teve seu encontro pessoal com o monstro.
Em 1855, habitantes de Green Harbour ficaram horrorizados em ver, conforme palavras de um cidadão, "um comprimento hediondo de terror ondulante" perseguir barcos pesqueiros locais, com o aparente objetivo de causar-lhes danos. Enquanto os pescadores procuravam, desesperadamente, chegar à praia, suas famílias limitavam-se a observar a cena, sem nada poder fazer. Certo observador descreveu a criatura em uma edição da revista americana Ballou's, do século 19:
- Perto do que deveria ser a cabeça, havia uma espécie de corcova com uma massa de cabelos longos, como se fosse crina; na parte de trás, por uns 12 ou 15 metros, moviam-se ou giravam, lentamente, as espirais de seu imenso corpo, que mais parecia o de uma serpente. O movimento era realizado em curvas verticais, as contorções das costas subindo e descendo alternadamente, da cabeça à ponta da cauda, deixando para trás um sulco, como os deixados por navios a hélice sobre a superfície vítrea do mar.
Quando a criatura se aproximou mais da praia, observadores puderam ouvir um som, como se houvesse uma válvula de escape pela qual o animal estivesse exalando vapor. Em seguida, eles puderam ver os dentes brilhantes, olhos ameaçadores, escamas azuis na cabeça e nas costas, coloração amarelada na parte inferior. A cabeça que viram tinha 2 metros de comprimento.
A criatura finalmente desistiu da caça, e os exaustos pescadores puderam chegar em segurança à terra firme. Contudo, a serpente foi vista novamente por três homens em um barco, no dia seguinte. Eles remaram para longe o mais rápido que puderam e não foram perseguidos.
Em 1883, seis militares que pescavam na baía Mahone ficaram surpresos quando viram o que parecia ser a versão aumentada de uma "serpente comum'', com uma cabeça de quase 2 metros de comprimento, que saía da água. A criatura, que se movia com agilidade, tinha um pescoço tão grosso quanto uma árvore, coloração marrom-escura ou preta e riscas brancas irregulares. Embora não pudessem ver-lhe o corpo inteiro, as testemunhas concordaram que o animal deveria medir em torno de 25 metros de comprimento.
Em 1894, um homem chamado Barry observou um animal similar quando descansava no cais da cidade costeira de Arisaig. A cerca de 40 metros, e com aproximadamente 20 metros de comprimento, a criatura deslocava-se com movimentos "ondulatórios". Uma cauda "semelhante a meia cauda de uma cavala" também era visível.
Relatórios sobre essas lunkers (criaturas marinhas gigantes), como os habitantes da Nova Escócia as chamam, continuaram até os dias modernos.
No dia 5 de julho de 1976, Eisner Penney, da ilha Cape Sable, na Nova Escócia, viu uma criatura imensa e contou a alguns amigos o que vira. Eles riram da história, mas, alguns dias mais tarde, um deles, Keith Ross, juntamente com o filho Rodney, também viu o monstro.
- O animal tinha olhos tão grandes quanto dois pires, com uma terrível coloração avermelhada - narrou ele. - Era possível ver o vermelho naqueles olhos, como se eles estivessem injetados de sangue. O animal estava com a boca escancarada e eu vi duas presas - suponho que eram presas - na mandíbula superior. Aquele bicho passou bem perto de nós. Pudemos ver seu corpo, cerca de 12 ou 15 metros de comprimento, com a pele acinzentada, semelhante à da cobra, cheia de calombos e cracas. Tivemos a impressão de que aquele animal tinha rabo de peixe, isto é, rabo vertical, e não horizontal como o rabo da baleia.
O barco de Ross afastou-se dali e, em pouco tempo, perdeu a criatura de vista em um nevoeiro. Ele detectou outro barco através do radar, e dirigiu-se para lá. Ironicamente, Eisner estava naquele barco. Quando Ross contou a ele o que acabara de ver, os dois ouviram o animal passando por eles, a pouca distância. A criatura foi vista novamente, alguns dias mais tarde, pelo pescador Edgar Nickerson.
Ninguém faz a mínima idéia do que possam ser tais criaturas, embora animais similares já tenham sido vistos em todo o mundo. No século passado, essas aparições, chamadas de "serpentes marinhas", eram motivo de acirradas controvérsias entre zoólogos. Deixando de lado as polêmicas, podemos afirmar que essas lunkers da Nova Escócia não são serpentes, nem mesmo serpentes gigantes. As cobras não ondulam verticalmente. Além disso, evidentemente, elas não têm caudas de peixe.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Bombas Voadoras doc 89

A crendice popular data o início do moderno fenômeno dos OVNIs no verão de 1947, quando Kenneth Arnold, empresário de Idaho, viu nove objetos prateados, em forma de lua, voando em formação nas proximidades de Mount Rainier, no Estado de Washington. Vários anos antes, no entanto, no auge da Segunda Guerra Mundial, discos voadores similares foram vistos tanto por aviadores dos Aliados quanto pelos do Eixo, em companhias na Europa e no Pacífico.
Do lado dos Aliados, pelo menos, essas luzes noturnas e esses discos diurnos passaram a ser conhecidos como Foo Fighters, por causa de um personagem popular das histórias em quadrinhos de Smokey Stover, que vivia sempre resmungando, Where there's foo, there's fire. A palavra foo, naturalmente, era uma pronúncia errada da palavra feu, que, em francês, significa fogo.
O encontro mais bem documentado de um Foo Fighter ocorreu na chamada "Quinta-Feira Negra" - 14 de outubro de 1943 -, quando uma fortaleza voadora B-17 da Força Aérea americana sofreu sérias avarias durante um bombardeio contra as fábricas de rolamentos de Schweinfurt, defendidas por baterias antiaéreas. O historiador Martin Caidin referiu-se ao caso nos seguintes termos:
- Um dos incidentes mais desconcertantes da Segunda Guerra Mundial, e um enigma que, até os dias de hoje, desafia qualquer explicação.
Quando o 384º Grupo de Bombardeio completou sua passagem sobre o alvo, inumeráveis pilotos e artilheiros na esquadrilha viram um grupo de pequenos discos de prata a sua frente. O avião Número 026, em uma manobra para evitar uma colisão frontal, agiu imediatamente, porém foi tarde demais. De acordo com o relatório do incidente, "a asa direita do bombardeiro passou diretamente através do grupo de discos sem nenhum efeito nos motores ou na superfície do avião". O piloto acrescentou que um dos discos chegou a bater no leme de profundidade, mas que a colisão não resultou em explosão ou dano.
Acompanhando os discos, à distância de cerca de 6 metros, eles viram vários objetos pretos, que deviam medir 9 por 12 metros. Esses objetos, também, parecem não ter causado nenhum dano à fortaleza voadora. O relatório informa ainda que dois outros aviões voaram através dos discos sem danos aparentes.
Foo Fighters também foram vistos como luzes noturnas, com coloração laranja-avermelhada, ou branca. Na noite de 23 de novembro de 1944, por exemplo, os três tripulantes a bordo de um avião do 415º Esquadrão Aéreo Noturno encontraram uns dez desses misteriosos globos sobre o rio Reno, ao norte de Strasbourg.
- A princípio, eles pareciam estrelas brilhando a distância – declarou o tenente Fred Ringwald, do Serviço Secreto -, porém em questão de minutos já semelhavam bolas alaranjadas que se moviam pelo ar a incrível velocidade.
Outro piloto de um B-17, Charles Odom, de Houston, recordou como foi sua experiência com um Foo Fighter após a guerra:
- Os discos eram semelhantes a bolas de cristal, com o tamanho de bolas de basquete - disse ele. - Pareciam ficar magnetizados por nossa formação, e voaram ao lado de nossos aparelhos. Depois de algum tempo, eles manobraram como aviões e se afastaram.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Rapto do Policial

A manhã de 3 de dezembro de 1967 acabou sendo diferente de qualquer outra na vida de Herbert Schirmer, policial de Ashland, Nebraska. O diário de anotações de Schirmer daquele dia continha uma frase bizarra: "Vi um DISCO VOADOR no cruzamento da rodovia 6 com a 63. Acredite se quiser!"
Às 2h30, durante a patrulha de rotina, Schirmer vira o que lhe parecera ser uma grande bola de futebol circundada por luzes vermelhas e brilhantes, nas proximidades do cruzamento das duas rodovias, nos arredores de Asland. Sozinho na viatura, o policial ficou observando em silêncio, enquanto o OVNI se elevou do solo, deixando um rastro de fogo vermelho-alaranjado e emitindo um som agudo semelhante ao de uma sirene.
Ao preencher seu relatório trinta minutos depois, Schirmer consultou o relógio e, de repente, ficou atônito. Ele tinha certeza de que não mais de dez minutos haviam se passado antes de ver o estranho objeto, e agora o relógio marcava 3 horas. O que acontecera com os vinte minutos que faltavam?
Sob hipnose, conduzida pelo dr. Leo Sprinkle, psicólogo da Universidade de Wyoming, o policial conseguiu lembrar de detalhes adicionais do encontro aparentemente inócuo com o disco voador.
- A experiência começou - afirmou Schirmer - quando aquele objeto voador me puxou com o carro até o alto da colina. O carro parou e dois humanóides saíram pela parte de baixo do OVNI. Uniformizados, eles tinham testa alta, nariz comprido, pele acinzentada e olhos redondos, como os dos gatos. E continuou o policial:
- Um dos alienígenas carregava um instrumento semelhante a uma caixa, que emitia luz verde. Esse ser estranho caminhou ao redor de minha viatura. O outro enfiou o braço através da janela aberta e tocou em meu pescoço. Senti uma dor forte.
Schirmer declarou que o humanóide o tocou e perguntou:
- Você é o policial desta cidade?
- Sim, sou - respondeu Schirmer.
Com voz profunda, sem movimentar a boca, o "líder" dos dois então ordenou:
- Policial, venha comigo.
Dentro da nave espacial, o humanóide mostrou a Schirmer sua fonte de força.
- De mecanismo giratório, era semelhante à metade de um casulo, que emitia cores claras como as do arco-íris.
Ele informou ao policial que a nave empregava "magnetismo elétrico reversível".
- Eles me disseram que tinham vindo à Terra em busca de eletricidade.
O passeio turístico pela nave incluiu também um segundo nível acima da sala de força, onde Schirmer viu muitas coisas.
- Notei vários tipos de painéis e computadores... um mapa na parede, e... uma tela enorme. O mapa mostrava um sol com seis planetas em órbita em outra galáxia. Eles já nós observam há muito tempo.
O líder humanóide tornou a falar:
- Policial, venha comigo.
E Schirmer foi levado para fora da nave.
- O que você acabou de ver e ouvir - disse ele - será esquecido.
Schirmer foi, posteriormente, interrogado pelo University of Colorado Condon Committee, que, na ocasião, realizava uma investigação sobre OVNIs para a Força Aérea. Os participantes do projeto concluíram que o "o relatório do policial sobre a experiência a bordo de um OVNI não foi fisicamente real".
Mas Sprinkle, que conseguiu, por meio da hipnose, fazer com que Schirmer retornasse à experiência, discordou:
- O policial - declarou Sprinkle - acreditou na realidade dos fatos que descreveu.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Sete Vezes Sete

Quando o falecido jornalista e escritor inglês Arthur Koestler publicou “As Razões da Coincidência”, um estudo de curiosas simultaneidades no tempo e no espaço, foi bombardeado por cartas de pessoas que haviam tido experiências similares.
A mais consistente e coincidente de todas foi, provavelmente, a que veio de Anthony S. Clancy, de Dublin, Irlanda, nascido no sétimo dia do sétimo mês do sétimo ano do século, e, também, por coincidência, o sétimo dia da semana.
"Fui o sétimo filho de um sétimo filho", escreveu ele, "e tenho sete irmãos; o que resulta em sete setes."
Na verdade, isso resulta em oito setes, se contarmos o número de letras de seu prenome, mas vamos continuar: no dia de seu 27º aniversário, de acordo com o próprio Clancy, ele foi ao hipódromo. O cavalo número sete do sétimo páreo chamava-se Seventh Heaven (Sétimo Céu). As apostas contra Seventh Heaven eram de 7 contra 1, mas Clancy apostou sete xelins assim mesmo. Seventh Heaven chegou em sétimo lugar.

Telepatia Salva-Vidas

Existe grande número de provas sugerindo que a telepatia ocorre, na maioria das vezes, entre pessoas que se conhecem. Mas, de acordo com caso relatado pelo parapsicólogo Lyall Watson, esse não é um fato irrefutável.
O fato estudado por Watson refere-se a um marujo chamado Shep, que resolvera trabalhar em um barco pesqueiro do Havaí.
Em determinado ponto da expedição, o tripulante decidiu ir a seu camarote. Ele começou a descer a escada em direção ao alojamento dos tripulantes no castelo de proa, porém escorregou e caiu de costas nos degraus. Paralisado pela queda e sofrendo dores horríveis, Shep pensou que fosse morrer. E às 21h12 daquela noite, seus pensamentos voltaram-se para certa amiga.
A amiga, uma mulher chamada Milly, visitava a mulher do capitão do barco naquela noite. A esposa do capitão, originária da Samoa, fazia tricô durante a visita, quando, de repente, sentiu uma dor estranha na cabeça. Caiu no chão como se tivesse entrado em transe, e começou a dizer:
- Alguma coisa muito ruim aconteceu no barco.
Ela sabia que a impressão não se referia ao marido, mas não podia ser mais precisa. Milly consultou o relógio e viu que eram 21h14.
No entanto, foi somente na manhã seguinte que as mulheres ficaram sabendo da notícia, através da Guarda Costeira. Eles haviam levado Shep a Kauai, com fratura nas costas.
Contudo, por que foi a mulher do capitão que recebeu a mensagem telepática e não Milly, a boa amiga de Shep?
- O emissário da mensagem era homem de uma cultura que, pelo menos inconscientemente, permitia e aceitava a existência da telepatia - explica Watson. - A mensagem destinava-se a uma mulher cuja criação a tornou menos receptiva e, quando provou não reagir ao apelo telepático, a mensagem acabou chegando à mente da outra pessoa que estava próxima, pessoa esta apenas indiretamente envolvida, mas cujo background cultural, auxiliado pelo nível de percepção, facilitou o contato.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Vice-Versa

Allan Falby era capitão da County Highway Patrol de El Paso, Texas, nos anos 30, quando colidiu sua moto contra um caminhão em alta velocidade e quase morreu. Sua vida esvaía-se lentamente por uma artéria rompida em sua perna quando um transeunte, Alfred Smith, parou para prestar-lhe socorro. Smith amarrou a perna que sangrava e Falby sobreviveu, embora somente alguns meses depois tenha se recuperado totalmente para reassumir seu cargo.
Cinco anos mais tarde, foi Falby quem chegou ao local de um outro acidente na área. Um homem batera seu carro contra uma árvore e sangrava profusamente por uma artéria rompida em sua perna direita. Antes da chegada da ambulância, Falby conseguiu amarrar um torniquete e salvar a vida do homem. Só então é que percebeu que a vítima era seu próprio salvador de cinco anos atrás, Alfred Smith. Falby comentou sobre o incidente como um verdadeiro profissional: - Isso prova que um bom torniquete merece outro.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

OVNI Presidencial

- Estou convencido da existência dos OVNIs, porque tive a oportunidade de ver um deles.
Quem está falando? Nada menos do que James Earl Carter, Jr., ex-oficial da Marinha diplomado em física nuclear e presidente dos EUA de 1976 a 1980.
A visão de Carter ocorreu durante seu mandato como senador pela Geórgia, no dia 6 de janeiro de 1969, na companhia de uma dezena de membros do Leary Lions Club. O grupo aguardava o início de um discurso, quando um dos membros notou o objeto brilhante que pairava a baixa altura no céu, a oeste.
- Foi a coisa mais incrível que já vi - revelou Carter. - Era grande, muito brilhante, mudava de cores, e devia ter o tamanho aproxima do da Lua.
Ele observou aquele objeto durante dez minutos, porém nenhuma daquelas pessoas conseguiu imaginar o que poderia ser.
- Uma coisa é certa - acrescentou Carter. - Jamais rirei de pessoas que afirmam já ter visto objetos voadores não identificados no céu.
Seis meses após sua eleição como presidente, em resposta à pressão do público e para pagar uma promessa feita durante a campanha, Carter pediu ao dr. Frank Press, seu assessor para assuntos científicos, que perguntasse à NASA (Agência Nacional de Aeronáutica e Espaço) sobre a possibilidade de reavaliar o fenômeno dos OVNIs. Embora tenha se recusado a abrir nova investigação, o administrador da NASA, dr. Robert Frosch, declarou:
- Se algum elemento novo ou prova concreta for trazido a nossa atenção no futuro, será inteiramente apropriado para um laboratório da NASA analisar e fazer um relatório sobre a amostra inexplicada ou inorgânica. Estamos prontos para agir positivamente a qualquer prova física de fontes dignas de crédito. Pretendemos deixar as portas abertas para tais possibilidades.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

Pirilampos

Os homens da era vitoriana, conhecidos por seu senso de aventura, sempre encontravam coisas em suas viagens pelo mundo, que ainda permanecem sem explicação. Em 1895, por exemplo, enquanto explorava o Protetorado da Nigéria e a região do Gabão, na África, Mary Kingsley acampou no lago Ncovi, entre os rios Ogowe e Rembwe.
Em seu livro, Travels in West África, Mary Kingsley conta como pegou sua canoa sozinha uma noite para tomar um banho.
Floresta adentro, na margem oposta do lago, surgiu uma bola violeta do tamanho de uma pequena laranja. Quando chegou à areia da praia, ela pairou por uns instantes e ficou indo para a frente e para trás sobre o solo.
Em uma questão de minutos, uma outra bola de luz violeta juntou-se à primeira, sendo que essa segunda veio de trás de uma das ilhotas. Os dois pequenos globos de luz então começaram a brincar de pegador, avançando e circulando entre si.
Mary Kingsley encostou seu barco na margem, mas uma das luzes desapareceu na vegetação e a outra passou para o outro lado do lago. Seguindo em sua canoa, Mary ficou surpresa quando a aparição violeta de repente afundou nas águas do lago.
- Pude ver seu brilho - disse -, até que ela desapareceu nas profundezas da água.
A intrépida Mary Kingsley pensou que o fenômeno pudesse ser uma espécie rara de inseto. Mas os nativos entrevistados por ela referiram-se à luz como um aku, ou demônio. Inseto, demônio ou mesmo gás do pântano, o fato é que o fenômeno continua até hoje sem explicação.

O Fantasma da Freira

A residência paroquial de Borley, em Essex, Inglaterra, foi constantemente perturbada, desde o início de sua existência, na segunda metade do século 19. Talvez a aparência fantasmagórica - com seus trinta quartos, a construção era considerada uma monstruosidade arquitetônica - cooperasse para os estranhos eventos. Seus primeiros habitantes, o reverendo Henry Dawson Ellis Buli, sua mulher e catorze filhos, contaram muitas histórias relativas a ruídos estranhos e à freqüente aparição do fantasma de uma freira.
Após a morte de Henry, o filho mais velho, Harry Buli, assumiu a residência paroquial de 1892 até 1927, e os inusitados acontecimentos continuaram. O fantasma da freira passou a ser visto com tamanha freqüência que a área onde ela aparecia veio a ser chamada de Passeio da Freira. Algumas pessoas chegaram a afirmar que viram um cocheiro sem cabeça em uma carruagem puxada por cavalos que soltavam fogo pelas narinas.
Os habitantes que vieram após, o reverendo e a sra. G. Eric Smith, ficaram ali apenas alguns meses, alegando que os bizarros fenômenos eram o motivo da mudança.
Finalmente, o reverendo Lionel Foyster, sua mulher Marianne e a filha chegaram à residência paroquial. As histórias continuaram, com Marianne insistindo que um fantasma a esbofeteara no rosto e a atirara para fora da cama.
Com o objetivo de investigar, o Laboratório Nacional Britânico de Pesquisas Psíquicas interveio. Seu fundador, Harry Price, colocou anúncio no Times de Londres à procura de pessoas que quisessem fazer vigília na residência paroquial mal-assombrada. O anúncio exigia que os observadores fossem imparciais, críticos e inteligentes, e Price levou quarenta deles até a casa. Novamente, eles declararam ter visto objetos se movimentarem e ouvido ruídos inexplicáveis.
O comandante A. B. Campbell disse ter sido atingido por um sabão em pedra, e outro homem, o filósofo C. E. M. Joad, afirmou ter visto o nível do termômetro descer dez graus, sem qualquer motivo aparente.
Seguiram-se muitas controvérsias. Quando os Foyster saíram em férias, o próprio Price mudou-se para a casa e relatou grande variedade de fenômenos, suficientes para escrever um livro. No entanto, após sua morte, os críticos disseram que Price inventara alguns dos eventos e exagerara outros.
A história ficou mais interessante depois que um incêndio destruiu completamente a residência paroquial, em 1939. O reverendo W. J. Phythian-Adams, cônego de Carlisle, no Canadá, sugeriu que a freira tantas vezes vista não era inglesa, como sempre se acreditara, mas francesa. Uma mulher chamada Marie Lurie, segundo constava, abandonara o convento para viver com seu amante no século 18. Fugiram para a Inglaterra, porém o amante voltou-se contra ela e a estrangulou. Acredita-se que ele a tenha enterrado no porão da casa que ocupava as terras de Borley, antes da construção da residência paroquial.
Depois do incêndio, os homens que se dedicavam aos trabalhos de escavação descobriram a sepultura, que continha apenas algumas medalhas religiosas e o crânio de uma mulher.
A destruição da casa parece ter eliminado os passeios macabros da freira, mas a história não termina aí. Os membros de um grupo que tentava realizar, recentemente, estudos científicos naquele local, ouviram ruídos esquisitos e inexplicáveis durante a noite, registraram súbita variação na temperatura, viram luzes de origem desconhecida e sentiram odores estranhos.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Homem que Não Podia Ser Enforcado

Nos degraus do cadafalso erigido para sua execução, o carrasco perguntou a John Lee se ele tinha um último pedido a fazer, antes de morrer.
- Não - respondeu. - Vamos logo com isso.
A data era 23 de fevereiro de 1885, e Lee estava para ser enforcado pelo assassinato de sua empregadora, Emma Ann Keyes, de Exeter, Inglaterra, que fora encontrada com a garganta cortada e a cabeça esmagada por uma machadinha. Agora a justiça estava para ser feita. O carrasco enfiou um saco na cabeça de Lee e apertou o nó corrediço em seu pescoço. Em seguida, deu o sinal para que fosse aberto o alçapão. Nada aconteceu.
O nó corrediço foi tirado do pescoço de Lee, e o mecanismo do alçapão examinado, em busca de defeitos. Nada de errado foi encontrado. Então, o prisioneiro foi colocado diante do carrasco outra vez. A ordem foi dada e, novamente, o mecanismo não funcionou. Dessa vez, as bordas do alçapão foram aplainadas para assegurar um funcionamento perfeito. Mas, pela terceira e, finalmente, quarta vez, o alçapão recusou-se a se abrir.
Sem saber o que fazer, o xerife levou Lee de volta a sua cela. O caso chegou às primeiras páginas dos jornais e até mesmo a Câmara dos Comuns uniu-se aos debates sobre o que fazer com "o homem que não podia ser enforcado".
Finalmente, a pena de Lee foi comutada para prisão perpétua. Depois de 22 anos atrás das grades, o homem de mais sorte do mundo foi posto em liberdade condicional, em dezembro de 1907.
Lee viveu pelo menos outros 35 anos, e parece que morreu em Londres em 1943. Embora sua milagrosa fuga do laço do carrasco tenha sido freqüentemente ressuscitada por repórteres, que gostam do fantástico e do inusitado, nenhuma explicação satisfatória jamais foi encontrada para a alçapão defeituoso.

Em Águas Profundas

As pessoas que visitam o Museu Topkapi, em Istambul, Turquia, são informadas das crueldades e dos perigos da época em que o Topkapi, construído no alto de um penhasco sobre o Bósforo, era o palácio imperial do sultanato turco. Os sultões da Turquia, como os imperadores romanos, exerciam poder de vida e morte sobre seus súditos. Uma das lendas mais desalentadoras a respeito desse arbítrio refere-se ao que acontecia às concubinas imperiais que, infiéis ou insolentes, desagradavam o sultão.
"Abdul, o Maldito", foi governante especialmente notório. Suas infelizes concubinas eram colocadas vivas dentro de um saco cheio de pedras e atiradas nas águas do Bósforo. Contudo, elas não desapareceram totalmente. Anos mais tarde, mergulhadores que trabalhavam em águas profundas nas proximidades do palácio encontraram esses sacos em pé, no fundo do mar, balançando de um lado para outro, como se estivessem vivos, nas frias águas da corrente.
Em 1957, um episódio submarino ainda mais assustador foi vivido por mergulhadores da Tchecoslováquia, no local chamado Lago do Diabo. Os mergulhadores estavam à procura do corpo de um jovem que, presumivelmente, teria morrido afogado quando trafegava com seu barco no lago.
O que eles encontraram, no entanto, em águas profundas, não foi um cadáver mas vários, e nem todos eram seres humanos. Havia soldados vestidos com uniformes de combate, alguns sentados em caminhões ou em carretas de munições, e muitos dos cavalos ainda em pé, com arreios. Homens, veículos e animais era tudo o que restava de uma unidade da artilharia alemã que, atravessando o gelo durante a retirada germânica na Segunda Guerra Mundial, afundara devido à ruptura da camada de gelo, provavelmente sob bombardeio, e acabara no fundo do lago. As águas extremamente frias e profundas os preservaram por doze anos, em posição e prontos para o combate - porém mortos.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

O Mistério do Avião Desaparecido

Muitos mistérios podem ser classificados em categorias específicas, sejam eles referentes a OVNIs, monstros surgidos de lagos, o Abominável Homem das Neves, ou poltergeists endiabrados. No entanto, em certas ocasiões, ocorre alguma coisa tão estranha e bizarra que estabelece uma nova categoria especial. Esse certamente parece ser o caso do desaparecimento - e da descoberta - de um Learjet, avião a jato perdido sobre o deserto egípcio a sudoeste do Cairo.
O avião já estava presumivelmente desaparecido no dia 11 de agosto de 1979, quando decolou de Atenas, com destino a Jeddah, mas não chegou ao seu destino.
A bordo do avião estavam o proprietário do aparelho, o armador libanês Ali Eldin al-Bahri, Peter Seime, um sueco especialista em petróleo, Theresa Drake e dois pilotos. O avião foi localizado por diversos radares, e tinha combustível suficiente para quatro horas de vôo, quando foi contatado pela última vez pela torre de controle do Cairo. Nenhum chamado de socorro foi ouvido.
Mas o Learjet nunca chegou a Jeddah. As forças aéreas do Egito e da Arábia Saudita montaram uma busca intensa ao longo da rota de vôo do avião, mas seus destroços não foram encontrados. A família de Al-Bahri gastou mais de 1,5 milhão de dólares contratando pesquisadores particulares, que o procuraram até no Quênia. Mesmo assim, nenhum Learjet foi encontrado.
No entanto, em fevereiro de 1987, uma equipe de arqueólogos encontrou o avião perdido, a 435 quilômetros a sudoeste do Cairo. A fuselagem estava intacta e não havia nenhum sinal de fogo, embora uma asa estivesse a cerca de 1,5 quilômetro do local principal. Beduínos haviam, aparentemente, encontrado o jato alguns anos antes e tinham depenado seu interior.
À primeira vista, não havia restos de seres humanos a bordo. Uma inspeção mais aprofundada, todavia, revelou ossos humanos moídos, quase pulverizados, empilhados no piso do avião.
- O maior desses ossos - disse Tom, pai de Theresa Drake -, não era maior do que um polegar.
O professor Michael Day, osteólogo do Saint Thomas Hospital, em Londres, achou que os ossos deveriam estar quase intactos.
- Em oito anos, eles certamente não deveriam ter começado a se desintegrar. Nem mesmo animais ferozes teriam deixado fragmentos tão diminutos - disse Day.

A Batalha dos Aliados

No início de agosto de 1951, duas cunhadas inglesas passavam férias na França, quando a tranqüilidade do sono foi interrompida por disparos de canhões. Não demorou muito tempo para perceberem que estavam ouvindo sons de uma guerra. O barulho continuou, interrompido aqui e ali, durante quase três horas.
No dia seguinte, quando as duas mulheres assustadas tentaram descobrir o que acontecera, ficaram chocadas com a notícia de que nenhuma batalha havia sido travada. Na realidade, ninguém mais ouvira nada.
No entanto, depois de uma investigação elas ficaram sabendo que estavam passando as férias em Puys, na praia perto de Dieppe, área ocupada e muito bem fortificada durante a Segunda Guerra Mundial. Ali, quase nove anos antes, os Aliados desencadearam uma invasão dispendiosa e sangrenta. Mais da metade dos 6 086 homens que chegaram à praia, no dia 19 de agosto de 1942, foram mortos, feridos ou capturados.
As inglesas ficaram sabendo que os sons que escutaram eram a reprodução auditiva quase exata daquela batalha, como se elas estivessem naquele hotel no momento em que a invasão aconteceu. Elas ouviram bombas e gritos de madrugada, "por volta das 4 horas", e o barulho parou abruptamente cinco minutos depois. O verdadeiro bombardeio começou às 3h47 e foi interrompido, de acordo com registros militares, às 4h50. Ambas ouviram bombardeios e os gritos dos homens, e então fez-se silêncio outra vez; novamente, os registros militares confirmaram que o bombardeio foi interrompido mais ou menos naquele horário, entre 5h07 e 5h40.
Todos os sons que elas escutaram combinam com os registros militares da batalha. É interessante notar que a batalha parou às 6 horas, o mesmo horário em que todos os ruídos foram interrompidos para as mulheres. No entanto, as cunhadas inglesas ouviram os gritos desesperados de homens feridos e moribundos por mais uma hora, gritos que foram ficando cada vez mais fracos, à medida que o tempo ia passando.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos