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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Caçador de Patos


Um advogado, daqueles cheios de manias tipo jet7, de Cascais, vai caçar patos para o Alentejo. 
Dá um tiro, acerta num pato, mas a ave cai dentro da propriedade dum lavrador. 
Enquanto o advogado tentava saltar a vedação, o lavrador chega num tractor e pergunta-lhe o que estava ele a fazer. 

O advogado respondeu: 
-Acabei de abater um pato, mas ele caiu na sua terra, e agora vou buscá-lo. 
O velhote responde: 
-Esta propriedade é privada, por isso não pode entrar. 
O advogado, indignado: 
-Olhe, eu sou um dos melhores advogados de Portugal, ouviu? Se não me deixa ir buscar o pato, processo-o e fico-lhe com tudo o que tem! 
O lavrador sorriu e disse: 
O senhor não sabe como é que funcionam as coisas aqui no Alentejo! Nós aqui temos o Código Napoleónico, resolvemos estas pequenas zangas com a Regra Alentejana dos Três Pontapés. 
Primeiro eu dou-lhe três pontapés; depois você dá-me dois pontapés; e assim consecutivamente até um de nós desistir! 

O advogado já se estava a passar com o velho, olhou-o e pensou que seria fácil dar-lhe uma carga de porrada. Por isso, aceitou resolver as coisas segundo o costume local. 
O velho, muito calmamente, saiu do tractor e caminhou até perto do advogado. 
O primeiro pontapé, dado com uma galocha bem pesada, acertou directamente nas “bolas” do advogado, que caiu de joelhos e vomitou. 
O segundo pontapé quase arrancou o nariz do advogado. 
Quando o advogado caiu de cara, com as dores, o lavrador apontou o terceiro pontapé aos rins, o que fez com que o outro quase desistisse. 
Contudo, o coração negro e vingativo do advogado falou mais alto. Ele não desistiu, levantou-se, todo ensanguentado, e disse: 
Bora, velhote! Agora é a minha vez! Vai sentir o poder do meu pé!!!! 
O lavrador sorriu e disse: 
Nah! Eu desisto! Leve lá o pato!

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