domingo, 30 de julho de 2023
terça-feira, 25 de julho de 2023
Sangue e Lágrimas - parte 3
O Dr. Scott Rogo, parapsicólogo americano, contou-nos a história do reverendo Robert Lewis, que, no dia da sua ordenação, recordou que a avó — a sua primeira mentora espiritual — chorara de alegria quando ele lhe dissera que queria tornar-se sacerdote. No entanto morrera antes de a ordenação se efectuar e Scott lamentava profundamente não ter podido partilhar essa felicidade com ela. A certa altura, ao olhar de relance para a fotografia da avó que tinha em cima da cómoda, acusou subitamente o colega de lhe ter pregado uma partida.
O amigo, reverendo William Raucher, escreveu mais tarde: «Fui ver o que tanto o perturbava e fiquei estupefacto. A fotografia da avó de Bob encontrava-se completamente ensopada, ao ponto de já haver uma poça debaixo dela. Ao examinarmos a fotografia, reparámos que, por trás do vidro, estava molhada... A parte de trás da moldura, feita de uma imitação de veludo tingido, estava de tal maneira empapada que o tecido ficara às riscas e desbotado. Retirámos a fotografia de dentro da moldura, mas esta não secou normalmente. Quando, por fim, tal aconteceu, a zona em volta do rosto continuou inflada, como se a água tivesse tido origem ali, escorrendo dos olhos.»
Rogo alvitrou que Lewis utilizara inconscientemente uma capacidade telecinética para projectar uma emoção forte no que o rodeava. «Lewis sofreu um minitrauma quando passou nos exames de ordenação», escreveu Rogo. «Era frequente a sua avó chorar de alegria e ele desejara partilhar a sua alegria com ela, queria vê-la chorar de felicidade, portanto, serviu-se da sua capacidade psíquica para desencadear o acontecido.»
Rogo adiantou ainda que não se tratava do poder bizarro de um indivíduo, mas sim do facto de todos nós podermos ser senhores desta capacidade para provocar transformações dogmáticas no que nos rodeia, projectando de dentro de nós emoções fortemente sentidas ou reprimidas. Este tipo de projecção paranormal, na qual os acontecimentos estão ligados às tensões espirituais ou psicológicas dos envolvidos, assume duas formas clássicas: os fenómenos inquestionavelmente religiosos e as perturbações conhecidas por actividade poltergeist. Em ambos os casos, os teóricos contemporâneos relacionam o desencadear de actividade ou a manifestação súbita de fenómenos com alguma crise interior. Essa crise pode assumir muitas formas, tais como o despontar da puberdade, e as complicações físicas e emocionais que lhe estão associadas, ou a pressão crescente de doenças, frustrações e desajustamentos.
Para quem tem fé, o aparecimento súbito de sangue ou lágrimas constitui um milagre; para outros, no entanto, é indício de uma forma de histeria, ou seja, o subconsciente encena esses acontecimentos aparentemente místicos para quebrar um círculo vicioso de depressão e autocomiseração. Não há dúvida de que muitos dos que têm o azar de se tornar foco de fenómenos poltergeist apresentam indícios de ter sofrido traumas, crises ou alterações importantes.
Quando Mary Jobson, vitima de poltergeist com treze anos, apareceu com manchas desprovidas de sensibilidade na pele e com edemas, teve convulsões, a mobília do quarto moveu-se e ouviu-se música e vozes, assim como pancadas na parede. Houve mesmo ocasiões em que caíram grandes quantidades de água no chão, vindas não se sabe de onde.
Que estes fenómenos ocorrem não restam dúvidas, no entanto, só podemos calcular o como ou o porquê. Os factos sugerem o transporte telecinético de líquidos, mas de onde eles provêm continua a ser um mistério até hoje. Igualmente estranha é a diferença entre determinados tipos de projecção paranormal e a maneira como são afectados os indivíduos perturbados por elas. Tal como o Dr. Nandor Fodor, investigador, observou, «o tipo de êxtase que as Nossas Senhoras que choram provoca transmite ânimo, enquanto o poltergeist assusta e destrói irracionalmente».
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Sangue e Lágrimas - parte 2
Na primeira semana, cerca de quatro mil pessoas passaram pelo apartamento de Pagora Catsounis, a fim de verem o milagre e orarem, enquanto as lágrimas caíam incessantemente. Depois o quadro foi transferido para a Igreja de S. Paulo. Foi então que apareceu uma outra Nossa Senhora a chorar na família. Pertencia a Antonia Koulis, tia de Pagora Catsounis. As circunstâncias levantaram algumas dúvidas, no entanto, o fenómeno foi certificado pelo próprio arcebispo. Consta que a imagem chorava copiosamente e que, quando o padre Papadeas deixou os jornalistas pegarem no quadro, este ainda estava húmido. Foram retiradas amostras do líquido para análise, concluindo-se então que não se tratava de lágrimas humanas. Esta imagem, à semelhança da anterior, também foi colocada num relicário da Igreja de S. Paulo. Antónia Koulis recebeu outra em sua substituição e também esta começou a chorar. Foi então que Raymond Bayless iniciou as suas investigações, como é referido na revista Fate de Março de 1966.
Um exame feito de perto à superfície da pintura revelou manchas por baixo dos olhos, formadas por partículas cristalizadas de algo semelhante a soro. As acumulações, depois de secas, não caíram. Quando Bayless examinou a imagem pela segunda vez, estas «lágrimas» continuavam no mesmo sítio, e não encontrou orifícios de qualquer tipo por onde pudesse ter sido introduzido líquido na zona central do quadro. Bayless declarou: «Durante a nossa primeira visita, uma mulher que fazia de intérprete gritou, de repente, que uma nova lágrima estava a cair de um dos olhos. Olhei de imediato, mas confesso que não vi absolutamente nada. Alguns dos curiosos e dos devotos ficaram convencidos de que tinham visto lágrimas a deslizar pela face da imagem e¬quanto eu e o meu amigo nos encontrávamos presentes. Por outro lado, ficámos os dois convencidos, devido à nossa observação meticulosa, de que a lágrima não era líquida nem flutuou ou desceu uma fracção de milímetro sequer.»
O caso da estatueta que sangrava de Anne Poore é completamente diferente. Quando Anne recuperou do choque ao testemunhar este sangramento repentino, colocou a estatueta no centro de um santuário que mandou construir no alpendre da frente de sua casa onde muita gente a ia ver. Nas sextas-feiras e nos dias santos, o fluxo de sangue era particularmente intenso, escorrendo numa cadência cíclica, que fazia lembrar os sangramentos regulares de alguns estigmatizados.
A estatueta acabou por ser levada para a Igreja Episcopal de S. Lucas, em Eddystone, na Pensilvânia, e instalada sobre uma plataforma três metros acima do altar. O padre Chester Olszewski, pastor daquela igreja, relatou: «.A. imagem sangrou durante quatro horas. Tenho a certeza de que não pode haver qualquer truque. Vi as palmas secas e minutos depois reparei que saíam gotículas de sangue das chagas...
Parece incrível, mas o sangue raramente escorre pela estatueta. As suas vestes estão agora cobertas de sangue seco.» Outro sacerdote, o padre Henry Lovett, disse que foi vê-la cheio de cepticismo e voltou convencido de que se tratava de um milagre. «Eu mesmo tirei as mãos da estatueta, que estão presas por cavilhas de madeira, e examinei-as. Eram de gesso sólido. O certo é que a imagem sangrou profusamente diante dos meus olhos.»
Neste caso não restam dúvidas de que um líquido semelhante a sangue fluiu misteriosamente das chagas de Cristo da estatueta. Mas seria realmente sangue? O Dr. Joseph Rovito, conceituado médico de Filadélfia, conduziu pessoalmente uma investigação sobre este assunto. Os raios X não revelaram o menor sinal de reservatório ou de qualquer outro mecanismo ardiloso oculto na estatueta, mas os exames feitos ao sangue já não foram tão conclusivos, pois, apesar de identificado como humano, a contagem baixa de glóbulos vermelhos era curiosa e indicava uma idade avançada. Por outro lado, o facto de o sangue percorrer uma determinada distância antes de coagular indicava que era razoavelmente fresco, porém, o sangue fresco contém milhões de glóbulos vermelhos, ao contrário do que sucedia com o sangue examinado. Assim, o padre Lovett, tal como outros católicos, concluíram imediatamente que se tratava do sangue de Cristo.
Estas estatuetas tornam-se, quase sempre, objecto de culto, portanto, há a tendência para que o aparecimento misterioso de líquidos nas mesmas ou nas suas imediações seja interpretado num contexto religioso. No entanto, fora deste contexto, existem relatos quase idênticos de uma série de fenómenos do mesmo tipo: tumbas que sangram, por exemplo, manchas de sangue, persistentemente húmidas ou recorrentes, nalgumas casas assombradas (indícios, talvez, de algum assassino lendário) ou a emissão constante de substâncias tais como óleos de cor clara ou fluidos semelhantes a sangue, que parecem vir de relíquias de alguns santos.
Uma vez confirmada a não existência de truques e explicações de tipo natural, como a condensação, e tendo-se determinado que o fluxo de sangue não provém do interior da estatueta, só resta aceitar que o líquido aparece na superfície do objecto, ali se materializando de uma proveniência desconhecida, através do fenómeno misterioso da telecinese.
Essa é, provavelmente, a mesma explicação a dar para o aparecimento de lágrimas em estatuetas e ícones. No entanto, estes líquidos não surgem ao acaso, pelo contrário, são notoriamente coerentes, pois limitam-se a locais onde tanto a fé como a lenda nos levam a esperar acontecimentos milagrosos. Este aspecto ainda é mais marcante na associação entre o sangramento e imagens de Cristo e entre as lágrimas e imagens da Virgem Maria. Esta associação regular sugere três possibilidades: que a força telecinética é criada por uma inteligência desconhecida, que ela actua automaticamente, em resposta a imagens especialmente poderosas na mente humana, ou então a um nível instintivo ou inconsciente.
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Sangue e Lágrimas - parte 1
Poderá uma estatueta de Cristo em gesso verter sangue de verdade ou uma imagem de Nossa Senhora chorar? Estes fenómenos têm sido registados várias vezes, continuando a inspirar — e também a espantar — muitas pessoas nos tempos que correm.
Certo dia, corria o mês de Abril de 1975, pouco depois da Páscoa, Anne Poore, de Boothwyn, na Pensilvânia, EUA, estava a rezar por aqueles que se tinham afastado da Igreja. Encontrava-se ajoelhada em frente de uma estátua de Jesus em gesso com cerca de sessenta e seis centímetros de altura que lhe fora oferecida por uma amiga no ano anterior. «De repente ergui os olhos para a estátua», relatou mais tarde aos jornalistas, «e o meu coração parou de bater. Nas chagas abertas no gesso da palma das mãos tinham aparecido duas gotas de sangue vivo.
Fiquei aterrorizada. Não tinha dúvida de que era sangue de verdade. A partir daí já vi escorrer sangue da estatueta muitas vezes.» Hoje em dia está na moda não acreditar em semelhantes coisas ou, antes, preferir pensar que tais ocorrências não acontecem. A mente fechada ou temerosa refugia-se, muitas vezes, por trás de uma racionalidade exacerbada. Para estes cépticos inabaláveis, as histórias ligadas a objectos de culto religioso vistos a derramar lágrimas ou a verter sangue não passam de indícios da sobrevivência deplorável de crenças primitivas e supersticiosas numa era dominada pela ciência. No entanto, existem .dados que provam que esses fenómenos acontecem ocasionalmente, como as histórias que irão ler a seguir demonstram.
Nos anos 50, o Dr. Piero Casoli, médico italiano, estudou longamente as Nossas Senhoras que choravam. Não havia falta delas, pois, como concluiu, só em Itália tal acontecia, em média, duas por ano. E os registos do Fortean Times britânico mostravam que esse tipo de ocorrência fora detectado ao longo da história moderna, segundo relatos recebidos de todo o mundo. Em 1527, por exemplo, uma estatueta de Cristo, em Roma, chorou copiosamente, o que foi considerado um presságio para a decadência daquela cidade. Em Julho de 1966, um crucifixo pertencente a Alfred Bolton, de Walthamstow, derramou lágrimas pelo menos em trinta ocasiões. Em Dezembro de 1960, de uma estatueta existente na Igreja Ortodoxa de Tarpon Springs, na Florida, escorreram «pequenas lágrimas». Em Janeiro de 1981, uma estatueta da Virgem Maria em Caltanisetta, na Sicília — da qual se dizia ter chorado em 1974 —, começou a sangrar na face direita.
Perante tais ocorrências aparentemente «impossíveis», somos levados a fazer a seguinte pergunta racional: estas histórias não serão apenas «alucinações colectivas»? De facto, existem registos de pessoas reunidas em torno de uma imagem religiosa com fama de chorar ou sangrar antecipadamente entusiasmadas pelos boatos e que, possivelmente, «viram» o milagre assim que a pessoa mais sugestionável gritou: «Olhem, a Virgem está a chorar!»
Raymond Bayless, investigador psíquico americano, foi uma das pessoas a viver precisamente uma dessas situações. O fenómeno teve início na tarde de 16 de Março de 1960, quando uma imagem pintada da Virgem Maria Abençoada começou a verter lágrimas por trás do vidro que a resguardava. O objecto pertencia a Pagora Catsounis, de Nova Iorque, que telefonou de imediato ao seu consultor espiritual, o padre George Papadeas, da Igreja Ortodoxa de S. Paulo, em Hempstead. Este contou: «Quando cheguei, havia uma lágrima a secar sob o olho esquerdo. Depois, pouco antes de as nossas orações terminarem, vi uma outra dentro da mesma vista. Começou com um pequeno glóbulo redondo e húmido a despontar ao canto do olho, antes de deslizar lentamente pela face.» O diminuto fio, fino mas constante, não ficou retido no fundo da moldura, como seria de esperar, dando a impressão de desaparecer antes de poder formar uma pequena poça.
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Quando os peixes caíram do céu como chuva - parte 3
Provavelmente ainda mais extraordinário é o caso de Essen, na Alemanha. Corria o ano de 1896 quando uma carpa envolta em gelo caiu do céu durante uma tempestade. Neste caso, o peixe deve ter sido mantido no alto por correntes verticais o tempo suficiente para se transformar no núcleo de uma pedra de granizo do tamanho de um ovo. No que se refere à queda de outros animais e insectos, nota-se uma tendência para que o fenómeno só se verifique com indivíduos da mesma espécie. Já em relação à chuva de peixes, os factos apontam para quedas igualmente divididas entre só uma e várias espécies. Já se chegou, por exemplo, a identificar seis espécies diferentes numa única precipitação, o que fortalece a hipótese de o fenómeno ser causado por uma tromba-d'água formada ao acaso sobre mares e lagos.
A queda de espécies únicas apresenta muitos problemas. Na que ocorreu na montanha Ash, em Gla-morganshire, por exemplo, foram encontrados muitos peixes-espinho, no meio dos quais se viam apenas alguns vairões. Os peixes-espinho vivem em correntes de água doce e não formam cardumes, portanto, como é que um furacão conseguiu reunir tão grande quantidade de tal espécie fluvial numa única fonte e depositá-la por inteiro num só sítio? São dúvidas que também se levantam em relação a outros casos de chuva de peixes envolvendo apenas uma espécie.
Outro aspecto curioso é a ausência de quaisquer detritos junto com os peixes. É de esperar que objectos apanhados pelas correntes de um furacão sejam projectados para sítios e distâncias diferentes, de acordo com a respectiva massa, tamanho ou formato. Contrariando esta lógica, no entanto, as chuvas de peixes englobam muitas vezes tamanhos muito diversificados de espécimes. Em Feridpoor, na índia, por exemplo, em 1830 caíram dois tipos de peixes, um maior e mais pesado do que o outro. O mesmo aconteceu a 12 de Agosto de 1968 em vários jardins de Harlow, em Essex, com peixes cujo tamanho mediava entre quinze e trinta e nove centímetros, segundo os jornais do dia seguinte.
Charles Fort, que tem passado a vida a coleccionar relatos de fenómenos estranhos, sugeriu que a queda de peixes talvez se deva ao que denomina «teleportação», uma força capaz de transportar objectos de um lado para o outro sem estes atravessarem a distância existente.
Tal força, segundo Fort, já esteve mais activa do que agora e hoje não passa de uma sombra frágil e errante da sua forma anterior. Este agente faz com que o peixe seja arrancado de determinado sítio onde é abundante e levado para algures no céu, de onde depois cai. Por vezes esse ponto não se encontra a grande altura do solo, o que pode explicar o facto de o peixe estar, muitas vezes, vivo. Noutras ocasiões o peixe está muito perto do solo, daí ser encontrado no chão depois de um temporal. Fort sugere ainda que a queda de peixes pode resultar de algum lago recém-formado que «vibra devido à sua necessidade de peixe».
Há ainda o caso do major Cox, por exemplo, um escritor muito conhecido em Inglaterra depois da Primeira Guerra Mundial. Cox, num artigo publicado a 6 de Outubro de 1921 no Daily Mail, contou que o lago que tinha na sua propriedade do Sussex fora esvaziado, tendo-lhe sido retirada a lama. A seguir ficou cinco meses a secar, antes de voltarem a enchê-lo de água, em Novembro de 1920. No mês de Maio seguinte, Cox ficou perplexo ao descobrir que o lago se encontrava fervilhante de tencas.
A maioria das chuvas de peixe verifica-se durante grandes temporais, daí que a teoria dos furacões pareça a mais plausível e aceitável. Porém, se analisarmos a série de casos comunicados, vemos que muitas ocorreram com o céu limpo de nuvens e sem qualquer registo de ventos fortes. No presente, a única explicação racional em termos de causas conhecidas parece ser a teoria dos furacões. Mas isto não explica todos os casos conheci¬dos. Deve, certamente, haver alguma outra força em acção.
Retirado de "Contra toda a Lógica"
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Quando os peixes caíram do céu como chuva - parte 2
Um certo Ron Spencer, do Lancashire, passou por uma experiência semelhante 86 anos mais tarde, quando prestava serviço militar na RAF', em Kamilla, na Índia, próximo da fronteira com a Birmânia. Spencer, quando falava na BBC Radio 4 em Abril de 1975, depois de escutar o relato de outro ouvinte a descrever a sua experiência com a chuva de peixes, disse que sempre adorara ir tomar banho debaixo da chuva das monções. Certa vez, encontrava-se ele nu em pleno ritual, quando «começou a ser atingido por objectos e, ao olhar em volta, viu miríades de pequenas formas a contorcer-se no chão e milhares a serem arrastadas pela água que caía dos telhados e corria ao longo dos regos, até aos arrozais. Eram peixes pequenos, do tamanho de sardinhas. Escusado será dizer que, pouco depois do temporal passar, não restava nenhum. A bicharada que pululava por ali chamara-lhes um figo.»
Há relatos vindos de todo o lado, porém, não se conhece nenhum estudo disponível com todos eles reunidos. Parece, no entanto, que as chuvadas de rãs e sapos são mais abundantes do que as de peixes. O Dr. E. W. Grudger, do Museu de História Natural dos Estados Unidos da América, por exemplo, recolheu informações e encontrou apenas setenta e oito relatos. Dezassete destes tiveram lugar nos Estados Unidos da América, treze na Índia, onze na Alemanha, nove na Escócia, sete na Austrália e cinco em Inglaterra e no Canadá. Gilbert Whitley, no entanto, ao estudar os dados existentes no Museu da Australásia, registou mais de cinquenta chuvas de peixes só na Australásia, ocorridas entre 1879 e 1971.
Uma das primeiras referências a uma queda de peixes do céu pode ser encontrada no Deipnosophistai, um texto grego antigo, compilado em finais de segundo século a. C. por Athenaeus. Estes fragmentos, retirados dos registos de cerca de oitocentos escribas, contêm o seguinte relato: «[...] Sei que também choveram peixes. Em todo o caso, Phoenias, no segundo livro do seu Eresiam Magistrates, afirma que em Chersonesus, certa vez os peixes caíram ininterruptamente durante três dias, e Phylarchus, no seu quarto livro, diz que era frequente as pessoas verem cair peixes do céu.»
O primeiro caso conhecido em Inglaterra teve lugar em Kent, em 1666, e foi referido no Philosophical Transactions publicado em 1698. No entanto, apesar da abundância de relatos autenticados e fiáveis sobre a ocorrência de quedas de peixes do céu, ainda ninguém explicou convincentemente o «porquê» de tais acontecimentos. Uma das sugestões mais plausíveis é a de serem provocados por tornados, trombas-d'água ou tufões que ergam água contendo peixes até ao alto, formando uma nuvem cerrada que depois é empurrada para terra.
Outras explicações incluem a hipótese de o fenómeno ser causado pela «migração de peixes sobre terra», de aves que se alimentam de peixe vomitarem ou deixarem cair o seu alimento, de o peixe ficar retido em poças de água derivadas de cheias ocorridas em lagos ou rios e de o peixe que ficou a hibernar enterrado na lama voltar à vida, devido à chuva. Estas possibilidades, porém, não justificam a variedade de relatos oculares, a série de espécies encontradas no mesmo local, os vários tipos de terreno onde os peixes caíram e as enormes quantidades por vezes registadas. E, mesmo que existam casos bem documentados sobre tornados e trombas-d'água transportando peixes, esta explicação é insuficiente para abranger todos eles.
É certo que os furacões, tornados e trombas-d'água fazem grandes estragos e tendem a levar tudo o que estiver no seu caminho pelos ares, espalhando-o em várias direcções. Porém, este facto entra nitidamente em contradição com a grande maioria das chuvas de peixes. No caso da montanha de Ash, por exemplo, esse fenómeno manifestou-se apenas numa área de setenta e três metros por onze e, no caso de Kent, em 1666, consta que os peixes caíram apenas num determinado terreno e não nos circundantes. A maioria destas ocorrências parece, com efeito, registar-se de acordo com este padrão localizado. Aquele que se pode considerar, talvez, o exemplo mais extremo destas chuvas circunscritas de peixes foi o que teve lugar em Calcutá a 20 de Setembro de 1839. Uma testemunha ocular relatou: «O que me pareceu mais esquisito foi ver que os peixes não caíam a esmo, por todo o lado... mas sim numa estranha linha que não teria mais do que um cúbito (medida antiga com base no comprimento do antebraço).»
Os furacões, como se sabe, movem-se continuamente e existem inúmeras provas de que as quedas de peixes duraram muito mais tempo do que seria possível se fossem provocadas por este fenómeno. A torrente de muitas centenas de enguias-de-areia que se abateu sobre Hendon, nos arredores de Sunderland, a noroeste de Inglaterra, a 24 de Agosto de 1918, é um desses casos. A. Meek, biólogo marinho, afirmou ter assistido a um desses fenómenos, o qual durou uns bons dez minutos e se confinou a determinada área. Mas, mesmo que alguns furacões retrocedam pelo mesmo caminho, algumas das chuvas de peixes ocorreram numa sucessão tão rápida que teria sido impossível associá-las a um único furacão. John Lewis, na montanha Ash, por exemplo, testemunhou «duas chuvadas com um intervalo de dez minutos, tendo cada uma durado cerca de dois minutos».
Tudo indica que a duração das quedas de peixes transportados pelo ar varia consideravelmente. Em alguns relatos, os peixes estavam vivos e revolviam-se no chão, noutros, foram encontrados mortos, embora frescos e comestíveis. Custa a acreditar que estas criaturas tenham tombado no chão sem que tal lhes custasse a vida, mas o certo é que, segundo os indícios, mesmo os espécimes que morreram não foram vitimados pela queda. Mais intrigantes ainda são as chuvas de peixes mortos. Na Índia, em duas ocasiões, uma em Futte-poor, em 1833, e outra em Allahabad, em 1836, os peixes que caíram do céu não só estavam mortos como também secos. No primeiro caso, o número de espécimes registados foi três a quatro mil, todos da mesma espécie. É difícil imaginar como é que um furacão manteve no ar tanto peixe durante o tempo suficiente para secarem. No entanto, apesar da enorme publicidade feita pela imprensa indiana na altura, não apareceu ninguém a declarar que vira um furacão arrebanhar um valioso amontoado de peixe seco!
Retirado de "Contra toda a Lógica"
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Quando os peixes caíram do céu como chuva - parte 1
Durante séculos, verificaram-se incidentes ocasionais relativos à queda de grandes quantidades de peixe do céu. Este estranho fenómeno mundial é uma das bizarrias da Natureza para as quais menos explicações existem.
Em 28 de Maio de 1984, o construtor Edward Rodmell e o filho ficaram atónitos ao verificar que «chovera peixe» na casa que andavam a renovar no burgo de Newham, em Londres. Havia solhas por tudo quanto era sítio: no pátio, no telhado e na sarjeta. Algum tempo depois, a 7 de Junho, um homem que vivia perto encontrou à volta de trinta peixes no seu jardim.
Estes acontecimentos, por muito extraordinários que possam parecer, ocorreram em várias ocasiões. Em Fevereiro de 1861, por exemplo, a ilha de Singapura foi abalada por um violento terramoto. Nos seis dias seguintes choveu torrencialmente. Depois, mais para o final desse ano, após uma derradeira carga de água arrasadora, parou de chover. François de Castelnau, naturista francês que vivia na ilha, relatou, na Academia de Ciências de Paris, o que aconteceu a seguir: «Eram dez da manhã e o Sol já ia alto quando vi, da janela do meu quarto, uma multidão de malaios e chineses a encher cestos com peixes que apanhavam das poças de água que cobriam o chão. Ao perguntar-lhes de onde viera tanto peixe, responderam que tinham caído do céu. Três dias mais tarde, depois de as poças secarem, encontrámos grande quantidade de peixes mortos.»
Embora Castelnau não tenha testemunhado pessoalmente a chuva de peixes, ficou convencido de que estes tinham caído do céu. O Dr. A. D. Bajkov, um biólogo marinho americano, teve mais sorte. No dia 24 de Outubro de 1947, tomava ele o pequeno-almoço com a esposa num café em Marksville, na Luisiana, Estados Unidos da América, quando, depois de uma chuvada repentina, reparou que havia peixe espalhado nas ruas: «Eram rolins, robalos de olhos salientes e percas pretas, que chegavam a ter vinte e três centímetros de comprimento.» Encontraram mais peixes no telhado das casas, frios e mortos, mas, não obstante, ainda aptos para consumo.
Estes relatos não se podem considerar, por si só, muito fiáveis. Grande parte das provas relacionadas com a queda de peixes do céu é circunstancial: peixes que são encontrados, normalmente, depois de chuvadas intensas, em lugares ou superfícies onde, antes, não havia sinais deles. Porém, também há relatos de testemunhas. Um dos casos mais verosímeis ocorreu na montanha Ash, em Glamorganshire, no País de Gales, em 1859. Robert Schadwald, num artigo publicado no Fortean Times, corria o Outono de 1979, declarou, baseado no relato de testemunhas publicado na altura, que o fenómeno tivera lugar a 9 de Fevereiro de 1859.
John Lewis, madeireiro numa serração na montanha Ash, apanhou um grande susto quando, eram onze da manhã, foi fustigado por uma saraivada de pequenos objectos que caíam do céu. «Ao meter a mão dentro da camisa, fiquei admiradíssimo por ver que eram peixes pequenos. A seguir reparei que o chão estava todo co¬berto deles. Saltavam por todo o lado... Sobre o barra¬cão eram aos montes... Os meus colegas e eu apanhá¬mo-los, às mancheias, para dentro de cestas. Tinham caído dois aguaceiros... O vento não era forte, mas havia demasiada humidade... Aquilo veio tudo com a chuva...»
Retirado de "Contra toda a Lógica"
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segunda-feira, 24 de julho de 2023
Curiosidades - As gémeas caladas, June e Jennifer Gibbons
Em 1963, em Barbados, nasceram as gémeas June e Jennifer Gibbons, que mais tarde receberam o apelido de “gémeas caladas”. O caso é que, durante muito tempo, todos pensavam que as meninas eram mudas; ambas eram muito silenciosas e não se comunicavam com ninguém. Mas essa peculiaridade era ainda mais estranha.
Depois de se mudarem para o País de Gales, os pais das meninas perceberam que não eram mudas, mas que apenas se comunicavam entre elas, em um idioma que apenas as duas entendiam. Eles, então, tentaram separar as meninas, e as enviaram para que estudassem em escolas diferentes e se comunicassem com outras pessoas, mas isso só piorava as coisas. Quando finalmente voltaram para casa, June e Jennifer se isolaram ainda mais do mundo exterior.
Elas passavam todo o tempo em um quarto, onde escreviam muito, especialmente sobre crimes e tragédias. Quando se cansaram de escrever sobre crimes fictícios, elas próprias decidiram se tornar delinquentes. Juntas, foram responsáveis por vários incêndios e ataques a pedestres, 16 episódios, ao total..
Pela decisão de um tribunal, as jovens foram enviadas para tratamento psiquiátrico no hospital psiquiátrico em Broadmoor, Inglaterra, para onde costumavam enviar maníacos e outros assassinos. As jovens assustavam a equipe médica, pois, mesmo sem comunicação entre elas, se comportavam exatamente da mesma maneira, a ponto de ficarem em posturas iguais em seus aposentos.
Durante 11 anos, a jornalista britânica Marjorie Wallace lutou pelas jovens, e finalmente conseguiu que elas fossem transferidas para um hospital regular. Antes da transferência, Jennifer chamou a jornalista e disse: “Marjorie, terei de morrer”. Em resposta ao “por quê?” da jornalista, Jennifer responde: “Porque assim decidimos”. E realmente morreu, de repente, durante o translado.
Segundo a jornalista, uma das meninas teve de abandonar este mundo para que a outra pudesse viver livremente, pois, na verdade, a relação entre elas não era tão positiva assim. Amavam-se e odiavam-se ao mesmo tempo. E escreviam sobre isso em seus diários.
“Minha irmã é uma sombra escura que me priva de luz”, escreveu Jennifer — “nos transformamos em inimigas mortais aos olhos uma da outra. Sentimos como os irritantes raios da morte saem de nosso corpo, agredindo a pele da outra. Pergunto-me: acaso posso me libertar de minha própria sombra? Morrerei sem minha sombra? Receberei a vida e a liberdade sem minha sombra, ou serei condenada? Sem minha sombra, que comparo com a pobreza a mentira e a morte”.
Depois da morte de sua irmã, June começou a se comunicar com seus familiares e até trabalhou durante um tempo em uma instituição de caridade.
É claro que há muito mais pessoas assustadoras na história da humanidade. Conhece outra que não esteja na nossa lista? Compartilhe conosco!
https://incrivel.club/inspiracao-gente/o-destino-de-pessoas-que-viveram-sob-condicoes-de-vida-rarissimas-582660/
Curiosidades - “A menina camelo”, Ella Harper
Ella ficou famosa por sua estranha enfermidade. A moça nasceu com uma doença congênita nos joelhos, que estavam permanentemente dobrados ao contrário, fazendo com que só pudesse se deslocar “em 4 patas”.
Aos 12 anos, a moça se uniu a um circo de horrores chamado Harris Nickel Plate, no qual recebeu o apelido de “menina camelo”. Nos folhetos publicitários, ela era descrita como “uma beleza com caminhar de camelo”. Em suas turnês, Ella ganhava em torno de 200 dólares por semana (o equivalente a 5 mil dólares de hoje).
Quando completou 16 anos, a jovem decidiu abandonar o espetáculo e estudar. Aos 35 anos, se casou e, pouco depois, ficou grávida e teve uma menina que, por razões desconhecidas, morreu antes de chegar a um ano. Quando a menina completou 48 anos, ela e seu esposo adotaram um bebê recém-nascido, mas que também morreu repentinamente com apenas 3 meses.
Três anos mais tarde, Ella morreu e foi enterrada junto de suas filhas.
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Curiosidades - O homem de 24 personalidades
William Milligan sofria de um raro transtorno mental que fazia com que, em sua cabeça, convivessem 24 personalidades autônomas, que quase nunca se responsabilizavam pelas ações umas das outras. William somente conseguia controlar a personalidade que pertencia a ele mesmo (que, inclusive, chamava-se Billy), mas nunca conseguia controlar as demais.
Algumas personalidades de Billy eram fortes, sabiam da existência das demais e até poderiam dominá-las. Outras eram frágeis e não controlavam nada. Havia personalidades simpáticas, que ajudavam doentes a realizar tarefas e encarar problemas; e outras não desejáveis, que atrapalhavam por seu mal comportamento e o colocavam em situações complicadas.
Em sua cabeça viviam homens, mulheres, adultos e crianças, pessoas com diferentes níveis de inteligência, diferentes sotaques e características físicas. E nem todas eram amigáveis. Alguns inclusive cometeram crimes, fazendo Billy ser condenado.
Depois de escutar a opinião de especialistas, o juiz responsável pelo julgamento dos crimes não enviou o acusado à prisão, mas o obrigou a fazer um tratamento psiquiátrico. Billy passou por tratamentos durante 10 anos e, segundo opinião dos psicoterapeutas, curou-se por completo. Depois de ser liberado, criou um pequeno estúdio de cinema que, sem produzir um filme sequer, faliu.
Depois disso, ele cortou relação com todos os seus amigos e tomou um caminho incerto. Sabe-se apenas que morreu em um hospital geriátrico aos 59 anos.
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Curiosidades - O casal de gigantes, Martin e Anna Bates
Você acredita que uma moça com mais de 2,3 metros, no século 19, encontraria facilmente um cônjuge que não a considerasse muito alta? Provavelmente não, mas Anna Bates, nascida em 1846 no Canadá, conseguiu.
A menina nasceu em uma família comum: seus pais, da mesma maneira que seus irmãos e irmãs, eram de estatura média. Mas já na idade de 15 anos, Anna já havia crescido muito, estando com 2,1 metros. Então, pesava em torno de 100 kg, e o tamanho de seus sapatos era de aproximadamente 50 cm. Cabe ressaltar que, apesar de suas proporções tão impressionantes, tratava-se de uma dama muito meiga e delicada.
Quando chegou aos 25 anos, apaixonou-se por um artista de circo ambulante, Martin Van Buren Bates, que também havia nascido em uma família em que os membros eram de estatura média, mas que, a partir de seus 6 anos, havia começado a crescer rapidamente, e, aos 14 já media 2,1 metros.
Quando Martin conheceu Anna, sua estatura alcançava os 2,32 metros, e a moça, segundo as afirmações de seus contemporâneos, era ainda mais alta.
Os dois acabaram se casando. Ambos eram pessoas criativas e os demais não só lembravam de suas alturas, como também de suas destrezas em cena, assim como as habilidades para a música.
O casal tentou ter filhos 2 vezes. Em 19 de maio de 1872, Anna deu a luz a uma filha, que pesava mais de 8 kg e morreu ao nascer. Depois de 7 anos, a família Bates teve um filho que nasceu com 10 kg. Viveu apenas 11 horas, mesmo que, segundo o pai da família, fosse perfeito em todos os sentidos.
Anna morreu 9 anos depois desses tristes eventos, vítima de um ataque de coração, e Martin se casou de novo. Dessa vez, sua escolhida foi uma mulher de estatura mediana.
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Curiosidades - A criança incrivelmente inteligente, Christian Heinrich Heineken
A criança que chamavam de menino milagre nasceu em 1721, em Lübeck, Alemanha. Seu pai era o pintor e arquiteto Paul Heineken, e sua mãe, a artista e alquimista Catharina Elisabeth Heinecken. O bebê começou a falar aos 10 meses, repetindo os nomes dos objetos, e, às vezes, orações completas ditas pelos adultos.
A criança tinha uma memória fenomenal. Segundo as testemunhas, em um ano ele já sabia de cabeça o Torá (equivalente à bíblia para os judeus) e citava o Novo Testamento em latim. Aos 3 anos, a criança deu uma conferência sobre a História da Dinamarca para o então rei daquele país, Frederico IV. Sua palestra foi tão detalhada que os cortesãos ficaram fascinados com o pequeno gênio.
Infelizmente, Christian viveu apenas 4 anos, pois era celíaco (intolerante ao glúten), uma doença que não era conhecida naquele tempo, e seus pais provavelmente o alimentavam com comidas que o faziam mal.
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Curiosidades - Frank Lentini, o homem de 3 pernas
Frank nasceu na Itália, em 1889. É possível que tivesse um irmão gêmeo, mas que se formou incorretamente e ficou unido à coluna vertebral de Frank. Como resultado, nasceu apenas um menino com 3 pernas.
Frank tinha 11 irmãos e irmãs, mas todos eram normais. Seus pais abandonaram o menino especial entregando para sua tia, que, por sua vez, o entregou a um abrigo para crianças deficientes.
Ele contava que, até esse momento, sentia-se o menino mais infeliz do mundo. Mas, quando, no mesmo abrigo, se deparou com crianças quem não podiam ouvir nem falar, ou que tinham algum tipo de atraso mental, percebeu que, mesmo que sua condição fosse grave, não era tão terrível assim, pois apesar de tudo, ainda poderia desfrutar de todas as sensações deste mundo.
Então, a criança decidiu fazer as pazes com o próprio corpo. Aprendeu a andar de bicicleta e a jogar futebol. Aos 8 anos, foi para os Estados Unidos, onde cresceu e se transformou em um ator circense.
As atuações do jovem de 3 pernas alcançaram uma popularidade sem precedentes, de tal modo que Frank decidiu aproveitar para ajudar as pessoas a se reconciliarem com seus problemas. Publicou um livro autobiográfico que vendia em seus espetáculos.
No livro, escreveu sobre as peculiaridades da vida com sua anomalia. Por exemplo, contava como era a missão de comprar sapatos.
“Compro 2 pares e dou de presente o sapato que sobra para um amigo que perdeu uma perna em um trágico acidente”, escreveu o autor.
Além de tudo isso, Lentini também tratava de entender o que poderia haver provocado sua má formação ainda no útero de sua mãe, e aconselhava algumas mulheres sobre precauções na gestação, a fim de evitar problemas como esse.
Aos 30 anos, o homem de 3 pernas recebeu a cidadania norte-americana e se casou com uma mulher chamada Theresa Murray. O casal teve 4 filhos saudáveis. Frank morreu aos 77 anos. Continuou realizando espetáculos até o fim de sua vida.
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Curiosidades - O “Homem lobo canário”, Petrus Gonsalvus (Pedro González)
A grande maioria de nós conhece a famosa história de amor A Bela e a Fera. Mas poucos sabem que os heróis desse conto tinham origens reais. Tudo começou quando, em 1537, na ilha espanhola de Tenerife, nasceu um bebê estranho, cujo corpo era todo coberto de pelos.
Seus pais pensaram que seu filho era portador de alguma doença demoníaca (naquele tempo, ninguém ainda conhecia a hipertricose), e quando o pequeno Pedro completou 10 anos, foi vendido a piratas. Eles o batizaram como “Homem-lobo”, e o deram de presente a Henrique II, o Rei da França.
Henrique II notou que a criança rara era muito inteligente e que aprendia rapidamente o idioma francês. O rei então se dedicou a dar uma boa educação a ele. Segundo algumas fontes, quando Henrique morreu, sua esposa, a rainha consorte Catarina de Médici, foi a incentivadora do casamento de Pedro. Ele casou com a dama de companhia da rainha, a bela Catherine Raffelin.
Mesmo que o casal parecesse claramente diferente da maioria das famílias nobres, nunca deram razões para que duvidassem da força de seu casamento. Eles tiveram 6 filhos, 4 dos quais herdaram a peculiaridade do pai. Os descendentes mais famosos de Pedro e Catherine foram as meninas Madeleine e Antonietta.
Mas, depois da morte de Catarina de Medici, a família caiu em desgraça ante a Corte da França e não pôde mais ficar no castelo. Por isso, Pedro levou sua família para a Itália, onde viveram durante algum tempo sob proteção de Margarida de Parma.
Depois de um tempo, a família se distanciou da vida nobre e se estabeleceu na província de Viterbo, onde Pedro morreu aos 81 anos (segundos os padrões da época, pode-se dizer que era um verdadeiro longevo).
A história de Pedro não só inspirou a escrita do conto de fadas sobre a Fera, que conseguiu conquistar o coração da Bela, como também incentivou cientistas para que estudassem sua patologia, a já mencionada hipertricose.
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A Força da Mente e o Crescimento das Plantas
"Converse com suas plantas e ajude-as a crescer", foi um slogan muito em moda nos anos 60. Mas parece que havia um método naquela loucura. Provas científicas reunidas pelo morfologista Bernard Grad, da Universidade McGill, demonstram que algumas pessoas podem usar a força mental para ajudar as plantas a se desenvolverem.
Para realizar a experiência, Bernard Grad plantou sementes de cevada em diversos canteiros, onde foram aguadas com uma solução salina para impedir seu crescimento. O truque era que alguns dos copos com a solução haviam sido "tratados" pelo médium húngaro Oskar Estebany, que transferira para eles seus poderes de cura. Não é preciso dizer que os canteiros regados com a solução especialmente tratada pelo médium produziram mais do que aqueles que receberam o solução salina comum.
Grad repetiu o experimento, mas dessa vez usou dois pacientes mentais, que sofriam de psicose maníaco-depressiva, para cuidar das plantas. Ele queria ver se o humor de uma pessoa podia influenciar o desenvolvimento das plantas. Os pacientes foram simplesmente instruídos a segurar os copos de água antes de as plantas serem regadas. O desenvolvimento dos canteiros foi posteriormente comparado com o de canteiros de um assistente de laboratório, que participara do trabalho original com Estebany. Os resultados foram parcialmente coerentes com a pesquisa anterior. Os canteiros do laboratorista se desenvolveram mais do que os dos doentes mentais. Mas os canteiros de uma outra paciente também cresceram bem.
O dr. Grad ficou confuso com os resultados, até descobrir um dado novo: ao saber que ia participar do experimento, a paciente ficara tão emocionada que saíra de seu estado depressivo.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
O Vigia Medium
Se você tiver uma tendência para cometer pequenos furtos, não se aproxime do Shoppers Drug Mart, no Canadá. Em vez de usarem complicados sistemas de segurança, a cadeia de lojas resolveu empregar um médium para detectar pessoas que costumam roubar pelo simples prazer de roubar - os cleptomaníacos -, e os funcionários afirmam que ele vale seu salário.
Na verdade, Reginald McHugh, o médium que exerce as funções de vigia, tem uma longa e destacada carreira. Um dia, enquanto esperava para conversar com repórteres da Mediavision, uma empresa cinematográfica que realizava um documentário sobre sua vida, McHugh de repente ficou inquieto. Embora estivesse sentado em uma sala sem janelas nos fundos da loja, ele exclamou:
- Esperem. Estou sentindo vibrações. Daqui a pouco uma mulher morena, usando um longo vestido cor de laranja entrará e roubará uma caixa azul com listras amarelas.
O médium transmitiu, imediatamente, suas impressões ao segurança da loja. Dez minutos depois, uma mulher indiana entrou na loja, usando um sári cor de laranja. O segurança percebeu quando ela colocou uma pequena caixa em sua bolsa e prontamente a deteve quando tentava sair. A caixa azul e amarela continha pastilhas expectorantes para a garganta.
A equipe de filmagem arrependeu-se de não ter captado o episódio. Assim, voltaram mais bem preparados no dia seguinte. Dessa vez, McHugh usava um microfone sob o colarinho da camisa e previu vários outros roubos na loja.
- Esse tipo de furto acontece muito rapidamente - diz Tony Bond, um dos sócios da empresa. - A menos que você saiba quem vai realizá-lo, é quase impossível de ser identificado. Somente com um golpe de sorte, com todos esses corredores e essas gôndolas, conseguiríamos pegar alguém com a mão na massa. E nós conseguimos pegá-los por diversas vezes.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
A Estranha Visita de Mary Roff
Na questão longamente debatida da reencarnação, um dos casos mais recentes de que se tem notícia é também o mais surpreendente. Trata-se da história de Mary Lurancy Vennum que, aos 13 anos de idade, em 1877, sofreu alguns ataques de epilepsia com estranhos resultados.
A primeira evidência da reencarnação de Vennum emergiu após um ataque que a deixou inconsciente por cinco dias. Quando voltou a si, ela contou a seus pais que visitara o Paraíso e conversara com um irmão e com uma irmã que já haviam morrido. Mary Vennum não tinha irmãos nem irmãs, e para seus pais ela parecia destinada a parar não no Paraíso, mas em um hospício, particularmente depois que começou a falar com as vozes estranhas de um homem e de uma mulher.
Mas Asa Roff, um amigo da família, interveio. A filha de Roff morrera dezesseis anos antes durante um ataque epiléptico, e ele conhecia um médico que podia ajudar. O dr. E. W. Stevens foi chamado e encontrou Mary Vennum em transe mediúnico, incorporando primeiro o homem e depois a mulher.
Stevens prontamente hipnotizou a menina, que contou-lhe que havia sido possuída por maus espíritos. Quando o médico sugeriu que seria necessário um outro espírito do além para ajudá-la a se livrar daquelas entidades, a própria Mary fez uma sugestão: propôs que Mary Roff, a filha morta de Asa Roff, fosse chamada. Ele concordou sem perda de tempo.
Quaisquer que possam ter sido os distúrbios psicológicos daquela menina, o fato é que a ciência da psicologia dificilmente poderá explicar o que aconteceu a seguir. No dia seguinte, Mary Vennum pareceu transformar-se em Mary Roff, e quando a sra. Roff e uma filha foram visitá-la, Mary chamou a irmã pelo nome, embora as duas jamais tivessem se visto, abraçou as duas e chorou. Ela voltou com as duas à casa dos Roff e pareceu reconhecer tudo e todos na vizinhança, constantemente recordando incidentes da infância de Mary Roff. Interrogando-a a fundo, o próprio Stevens convenceu-se de que a menina sabia tudo sobre a vida de Mary Roff.
Após algum tempo, a menina disse à família Roff que só podia ficar ali alguns meses. Posteriormente, anunciou o dia exato em que partiria e, finalmente, despediu-se. Depois disso, ela voltou ao lar dos Vennum, onde o sr. e a sra. Vennum ficaram felizes ao ver que sua filha Mary Lurancy Vennum voltara para sempre - e completamente curada da epilepsia.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
Sai Baba, o Iogue Reencarnado
A ciência moderna considera os milagres religiosos coisas do passado. Assim, eles podem ser comodamente desconsiderados, como produtos de uma era mais ingênua.
Não obstante, discípulos de inúmeros líderes religiosos continuam a testemunhar eventos paranormais que remontam aos profetas e messias de outras eras. A mais conhecida dessas divindades contemporâneas é Sai Baba, um iogue que afirma ser a reencarnação de seu homônimo, Sai Baba, de Shirdi, que morreu em 1918, oito anos antes de seu nascimento na província de Puttaparti.
O segundo Sai Baba levou uma vida relativamente normal até atingir a idade de 14 anos, quando sofreu um derrame cerebral debilitante, durante o qual ele periodicamente cantava e recitava passagens poéticas da filosofia védica. Emergindo da doença, que o deixou em uma espécie de transe, Sai Baba de repente anunciou para seus pais que era um avatar, ou uma reencarnação divina, do famoso homem santo que morrera quase uma década antes de seu próprio nascimento.
Outros iogues declararam ter conseguido realizar um ou dois milagres mediúnicos durante suas carreiras públicas. Sai Baba, por outro lado, realiza milagres com a mesma facilidade com que muitos de nós conferimos o saldo bancário ou escrevemos uma carta.
Entre os atos de fé supostamente realizados por Sai Baba estão o tele-deslocamento, a levitação, a telecinésia e a manifestação de objetos materiais - ele parece ter uma distinta preferência por pétalas de rosas - que surgem do nada. Dizem que Sai Baba também já ressuscitou mortos e multiplicou aumentos uma centena de vezes.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
Peixes Cadentes
No século passado, a Academia Francesa de Ciências declarou que os meteoros não existiam. Os camponeses que declaravam ter visto pedras caindo do céu, disseram os acadêmicos, estavam simplesmente imaginando coisas.
O barão de Cuvier, naturalista francês que formulou as leis da anatomia comparada e lançou as bases da paleontologia animal, declarou categoricamente:
- Pedras não podem cair do céu, porque não existem pedras no céu.
Nos dias de hoje, a ciência responde de forma similar aos difundidos relatórios de peixes cadentes. Como não existem peixes no céu, objetam os cientistas ortodoxos, como eles poderiam cair das nuvens?
Se tais histórias forem verdadeiras, os peixes devem ter sido sugados para fora da água por um redemoinho de vento, transportados a pequenas e grandes distâncias, e então despejados no quintal de alguém.
O fato inegável é que peixes, realmente, caem do céu. A cidade de Cingapura, por exemplo, foi abalada por um terremoto no dia 16 de fevereiro de 1861 e, durante os seis dias seguintes, caiu uma chuva torrencial. Depois que o sol surgiu, no dia 22, o naturalista francês François de Castlenau olhou pela janela.
- Vi uma grande quantidade de malaios e chineses enchendo cestos com peixes, apanhados nas poças de água que cobriam o chão - declarou.
Ao perguntar àquelas pessoas de onde tinham vindo tantos peixes, elas simplesmente apontaram para cima. A "chuva de peixes", envolvendo peixes-gatos, uma espécie de peixes nematógnatos (sem escamas) encontrados no local, cobriu uma área de mais de 20 hectares.
Quase um século mais tarde, no dia 23 de outubro de 1947, o biólogo marinho D. A. Bajkov tomava seu café da manhã em Marksville, Louisiana, quando começou a chover. Pouco depois, as ruas estavam repletas de peixes. Bajkov identificou-os:
- Eram peixes-luas, peixes fluviais de olhos saltados, e percas de até 23 centímetros de comprimento.
Esses peixes foram encontrados também nos telhados, já mortos, mas ainda comestíveis.
Os peixes não são a única matéria animada a cair do céu. Aqueles que registram esse tipo de anomalia também já relataram dilúvios de pássaros, rãs, ratos, cobras, sangue, e até mesmo pedaços de carne crua, sugerindo que os céus podem guardar outras variedades de alimentos, além do maná que, segundo a Bíblia, teria caído para alimentar os israelenses.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
Por Quanto Tempo os Dinossauros Sobreviveram?
De acordo com a opinião científica prevalecente, os dinossauros desapareceram há cerca de 80 milhões de anos, no período Cretáceo, e nunca mais foram vistos. Mas artefatos comparativamente modernos, encontrados em cinco locais diferentes, apresentam uma estranha semelhança com os dinossauros. Serão embustes ou lembranças raciais de criaturas vivas, talvez enterrados no subconsciente coletivo de antigos artesãos? Ou será que os próprios dinossauros sobreviveram por muito mais tempo do que pensam os cientistas?
O primeiro indício de que os dinossauros podem ter sido um fenômeno relativamente recente emergiu em 1920, quando os trabalhadores da fazenda de William M. Chalmers, nas proximidades de Granby, Colorado, durante um trabalho de escavação, descobriram uma estatueta de granito pesando 33 quilos e com uma altura de 36 centímetros. A pedra, encontrada a uma profundidade de quase 2 metros, representava um ser humano estilizado e vinha adornada com o que parecia ser uma inscrição chinesa datando de, aproximadamente, 1000 a.C. O mais intrigante eram os dois animais entalhados nas laterais e atrás da pedra, semelhante a um brontossauro e a um mamute.
Embora tenham sido feitas fotos do objeto de vários ângulos, a pedra, conhecida como Granby Stone, acabou desaparecendo. Até mesmo o local onde ela foi encontrada desapareceu, submerso pelas águas da represa Granby.
Uma prova incomum veio à luz em 1925, quando arqueólogos da Universidade do Arizona, trabalhando em um forno de calcinação nos arredores de Tucson, descobriram uma espada pesada de folha larga e curta, com a gravação de um brontossauro. Outros artefatos encontrados no mesmo local apresentam inscrições em hebraico e em latim usado entre os anos 560 e 900. Não obstante muitos dos artefatos de Tucson terem sido descobertos por profissionais, persiste a controvérsia a respeito de sua autenticidade. No entanto, o bom senso sugere que a última coisa que algum impostor que quisesse ser levado a sério pudesse fazer seria gravar na lâmina de uma espada a figura de um dinossauro extinto.
Outra curiosa coleção de artefatos indefinidos pode ser encontrada na Igreja Maria Auxiliadora, em Cuenca, Equador, sob a guarda do padre Cario Crespi. As peças, em sua maioria placas, chegam às centenas, e foram levadas à igreja pelos índios jivaros, encontrados no Alto Amazonas, Equador e Peru, que as retiraram de cavernas na floresta. Algumas foram feitas de ouro; outras são, obviamente, imitações modernas, feitas de lata de azeite de oliva. Uma inacreditável variedade de formas e estilos está presente, inclusive ilustrações de dinossauros e motivos que parecem ser de origem assíria e egípcia. Antigas inscrições fenícias, líbias e celta-ibéricas também foram identificadas.
Se bem que os mastodontes, forma intermediária entre os primeiros elefantes e os tipos atuais, não devam ser incluídos no período Cretáceo dos dinossauros, acredita-se, de um modo geral, que eles tenham sido extintos antes que o homem tivesse desenvolvido alguma civilização identificável. No entanto, uma interessante descoberta do esqueleto de um mastodonte foi feita em Blue Lick Springs, Kentucky, em uma escavação feita a 3,5 metros abaixo da superfície. Quando os operários prosseguiram com as escavações, à procura de mais ossos, encontraram um pavimento de pedras assentadas, 90 centímetros abaixo de onde haviam achado o mastodonte.
Finalmente, em Ica, Peru, um museu de propriedade do dr. Javier Cabrera guarda quase 20 mil pedras encontradas no leito dos rios, todas intricadamente gravadas com pictogramas em arabescos que mostram diversas espécies de dinossauros e outros animais há muito extintos.
Parece que o brontossauro é, mais uma vez, o animal preferido pelos artistas. Além disso, as pedras de Ica são caracterizadas por um trabalho artístico que os embusteiros ocasionais teriam muita dificuldade em reproduzir. Detalhes artísticos precisos abundam. E a simples quantidade já levanta a questão de se saber por que alguém se daria tamanho trabalho para não receber nada em troca. Mais importante do que isso é que pedras similares já foram desenterradas de sepulturas da era pré-colombiana, situadas nas proximidades.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
Um Relâmpago em Forma de Bola
Uma série de aparições na pequena cidade de Levelland, Texas, na noite de 2 de novembro de 1957, pode ser classificada como um dos casos mais assombrosos nos anais da ufologia.
O primeiro a notificar as autoridades foi um colono "aterrorizado", chamado Pedro Saucedo. Ele e um amigo estavam passando pela Estrada 116, a pouco mais de 6 quilômetros de Levelland. Eram 22h30 quando um "relâmpago" iluminou um dos lados da estrada.
- Não pensamos muito naquilo - declarou Saucedo, posteriormente -, mas aí o relâmpago se elevou do campo e começou a vir em nossa direção, aumentando a velocidade. Quando chegou mais perto, os faróis de meu caminhão apagaram e o motor morreu. Pulei para fora e me deitei no chão, quando a coisa passou diretamente sobre o caminhão fazendo um barulho atordoante que mais parecia uma tempestade de vento. A coisa produziu um ruído semelhante ao de um trovão, e meu caminhão chegou a balançar. Senti um forte calor.
O que Saucedo chamou de "a coisa" era um objeto em formato de torpedo, com aproximadamente 60 metros de comprimento. O patrulheiro A. J. Fowler, que atendeu ao chamado, achou que Saucedo estivesse bêbado e não deu maior atenção ao fato. Mas, menos de uma hora depois, "a coisa" estava de volta. Dessa vez quem estava ao telefone era Jim Wheeler. Ele também estivera na Estrada 116 quando encontrou um OVNI em forma de ovo de 60 metros bloqueando a pista. Quando Wheeler se aproximou do objeto, seus faróis apagaram e o motor do carro morreu.
Antes do final da manhã do dia seguinte, cinco outros motoristas nas proximidades de Levelland relataram experiências similares: um grande objeto brilhante, semelhante a um ovo, pousado na estrada ou pairando ali por perto, e a falha do sistema elétrico de seus veículos, que voltaram a funcionar normalmente quando o OVNI foi embora.
O mais incrível dessas aparições lendárias de Levelland é o fato de que o Projeto Blue Book, da Força Aérea dos EUA, após um exame superficial, "solucionou" o problema atribuindo o fenômeno a um relâmpago em forma de bola!
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
Nina Kulagina e a Telecinésia
Nina Kulagina é provavelmente a mais famosa médium da União Soviética. Ela é conhecida por seus poderes telecinéticos que, segundo dizem, usa para movimentar objetos mentalmente de um lugar para outro. De fato, filmes contrabandeados sorrateiramente para o Ocidente mostram a famosa médium usando movimentos manuais ou oculares para movimentar uma série de coisas: palitos de fósforo, bússolas, pequenas caixas, cigarros etc. Ela sabe como tirar proveito de todos esses objetos para demonstrar a força de sua mente.
O melhor desses filmes foi feito por Zdenek Rejdak, um pesquisador do Instituto Militar de Praga, que visitou a União Soviética em 1968 para estudar Kulagina e testar seus poderes telecinéticos.
- Depois que nos sentamos a uma mesa - explica Rejdak -, solicitei a Kulagina que se levantasse da cadeira em que se decidira sentar e passasse para o outro lado da mesa. O primeiro teste tinha por objetivo movimentar a agulha de uma bússola, primeiro à direita e depois à esquerda. Kulagina colocou suas mãos aproximadamente 5 a 10 centímetros sobre a bússola e, após um intervalo para concentração, a agulha girou mais de dez vezes. Em seguida, a própria bússola girou sobre a mesa, depois uma caixa de fósforos, alguns palitos isolados, e um grupo de cerca de vinte palitos de fósforo de uma só vez.
Quando a demonstração terminou, o dr. Rejdak colocou uma aliança de ouro sobre a mesa e, segundo ele, Kulagina teve pouca dificuldade em movimentá-la, também.
- Finalmente - disse o cientista tcheco -, eu a vi usar seus poderes de telecinésia para mover alguns copos e pratos.
A despeito da natureza aparentemente fácil desses poderes, Rejdak declarou que a força telecinética de Kulagina parecia guiada por vários princípios padrões. Por exemplo, para ela era mais fácil mover objetos cilíndricos e mais difícil movimentar coisas angulares. Os objetos com os quais ela não tinha familiaridade tendiam a se afastar dela. E quando ela se esforçava para mover os objetos, eles tendiam a se movimentar em exata coincidência com seu corpo, algumas vezes continuando a se mover, mesmo quando ela já havia parado.
A partir do fim da década de 60, alguns pesquisadores ocidentais visitaram a União Soviética para estudar os poderes de Kulagina. O dr. J. C. Pratt e Champe Ransom da Universidade de Virgínia foram os primeiros, e suas observações corroboraram as de Rejdak. Em seu livro ESP Research Today, por exemplo, o falecido dr. Pratt contou como ele observara Kulagina "praticar" seus poderes telecinéticos de sua posição atrás de uma porta ligeiramente aberta.
- Pude ver Kulagina através da porta aberta - declarou ele. - Ela estava sentada do outro lado de uma pequena mesa redonda, voltada para mim, e a caixa de fósforos e a bússola estavam diante dela, sobre a mesa. Depois de algum tempo, percebi que, enquanto mantinha suas mãos abertas em direção à caixa de fósforos, ela se movimentava alguns centímetros pela mesa em sua direção. Ela colocava a caixa de volta no centro da mesa e ela se movia novamente na mesma direção.
Por causa da publicidade que a parapsicologia soviética recebeu no final dos anos 60, os pesquisadores ocidentais foram proibidos de realizar novos testes com Kulagina, mas essa proibição foi cancelada em 1972. Hoje, Kulagina ainda realiza algumas demonstrações ocasionais para parapsicólogos estrangeiros, e seu nome foi mencionado em muitos jornais do Ocidente, quando ela foi chamada para ajudar os médicos a cuidar da saúde precária do primeiro-ministro da União Soviética, Nikita Kruschev.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
A Rodovia da Recordação
Déjà vu em francês significa, literalmente, "já visto". A expressão se manifesta na forma de uma sensação intensa de familiaridade com uma situação ou um lugar, embora a pessoa jamais a tenha experimentado ou tenha estado ali antes. Muitos especialistas dizem que tais incidentes poderiam ser causados por pequenos derrames cerebrais, mas alguns casos ultrapassam os limites da psicologia, sugerindo que o paranormal está agindo.
Um caso fascinante relatado pelo parapsicólogo D. Scott Rogo serve para ilustrar essa afirmação. Em 1985, uma mulher de Nova Jersey escreveu-lhe contando sobre uma viagem que ela fizera pela região conhecida como New Jersey Turnpike. A paisagem era estranhamente familiar, e a mulher finalmente virou-se para sua companheira de viagem e disse:
- Sabe, eu nunca estive aqui antes, mas acho que se seguirmos uns 2 quilômetros por esta estrada encontraremos uma casa onde eu já morei.
A mulher continuou o relato:
- Uns 5 quilômetros mais adiante, eu disse à minha amiga que depois da próxima curva chegaríamos a uma pequena cidade localizada bem perto da barreira do pedágio. Contei-lhe que as casas teriam paredes brancas, seriam sobrados, e construídas umas muito perto das outras. Senti que já havia morado ali quando tinha 6 anos de idade, mais ou menos, e que costumava ficar sentada com minha avó na frente da casa. As lembranças foram ficando cada vez mais fortes, e pude lembrar até de ficar sentada no balanço, enquanto minha avó amarrava meus sapatos.
Quando a mulher chegou à cidade, reconheceu a casa imediatamente, muito embora já não existisse mais o balanço. Ela lembrou que costumava caminhar duas quadras para chegar a uma lanchonete com um balcão alto de mármore branco, onde pedia uma limonada. Seguindo de carro pela rua, as mulheres encontraram o edifício, já coberto com tábuas e semidemolido, mas ainda lá.
As duas amigas continuaram com o carro, já saindo da cidade, e a mulher teve sua próxima experiência de déjà vu.
- Daqui a umas três quadras, chegaremos a uma pequena ladeira que leva a um cemitério, e foi ali que eu fui enterrada.
O cemitério estava ali, mas a amiga da mulher, nessa altura já totalmente em pânico, recusou-se a parar e procurar o túmulo.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
O Hotel do Suicídio
Uma pessoa pode "se ligar" a eventos passados? Sim, de acordo com a médium Joan Grant, que foi convencida por uma experiência em 1929.
Viajando com seu marido pela Europa, ela passou a noite em um quarto de hotel em Bruxelas. Por algum motivo inexplicável, o quarto deixou-a inquieta, mas como não havia outras acomodações disponíveis resolveu ficar. Seu marido achou seus temores improcedentes e saiu para dar um passeio sozinho.
Joan Grant decidiu tomar um banho para tentar acalmar os nervos, mas, quando viu que de nada adiantara, resolveu ler um pouco e depois ir para a cama. Foi aí que ela teve um choque. Enquanto estava deitada na cama, teve uma assustadora visão: um jovem pareceu sair correndo do banheiro e atirar-se pela janela. Ela esperou ouvir o baque surdo de seu corpo atingindo o chão, mas não ouviu nada. A perplexa médium tentou fazer uma oração, mas, algum tempo depois, teve a mesma visão outra vez.
Foi então que concluiu que aquela sensação desagradável no quarto tinha algo a ver com um evento do passado. Uma vítima de suicídio, pensou ela, alugara aquele mesmo quarto, e agora estava comunicando sua aflição à médium. Julgou que podia libertar o quarto do espírito do suicida, ou de qualquer coisa que estivesse perturbando aquele aposento, aprofundando-se no assunto. Seu maior receio, no entanto, era que poderia envolver-se tão completamente com o suicida que acabaria por saltar da janela também. Assumindo o risco, Joan Grant foi até a janela e disse:
- Seu medo já se apoderou de mim, e agora você está livre.
Ela repetiu essa mensagem várias vezes, antes de sentir que o quarto ficara, de repente, mais claro. Quando seu marido voltou, no início da noite, ela estava aborrecida:
- Seu monstro! - esbravejou ela. - Como pôde sair assim e deixar, deliberadamente, sua mulher envolver-se com um caso de suicídio? Não foi graças a você que deixei de pular pela janela e quebrar o pescoço.
- Qual é o problema? - perguntou o marido. - O que foi que aconteceu?
- Este quarto estava assombrado. Eu lhe disse que havia alguma coisa de errada aqui. Um homem ficou o tempo todo correndo do banheiro para a janela e pulando lá para baixo. Eu tive de me envolver para libertar o espírito dele e quase acabei pulando janela abaixo.
No dia seguinte, o sr. Grant verificou a história com o gerente do hotel, e foi informado de que, realmente, ocorrera um suicídio naquele mesmo quarto, cinco dias antes, e que o ocupante saltara pela janela.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
A Vôo da Morte
O comandante Thomas Mantell, piloto experiente da Força Aérea, morreu em um controvertido acidente aéreo no dia 7 de janeiro de 1948. De acordo com o relatório oficial, seu avião ganhava altura quando uma perda total de potência forçou-o a seguir horizontalmente, em seguida inclinar para um lado e mergulhar em uma espiral fatal. Segundo declarações de outros pilotos, Mantell perdeu a consciência devido à falta de oxigênio e não voltou a si.
Na verdade, o vôo da morte de Mantell começou quando a torre de Godman Field, Kentucky, avistou um grande objeto brilhante, em forma de disco, voando no céu. Os funcionários da torre de controle decidiram que o objeto não era um balão meteorológico e, incapazes de identificá-lo, enviaram o comandante Mantell, juntamente com um grupo de aviões, para verificar o que acontecia. Mantell subiu a 4 500 metros. Nesse ponto os outros aviões retornaram, porque uma altitude tão elevada exigia um equipamento de oxigênio diferente. Mas Mantell seguiu em frente. Finalmente ele transmitiu seu último aviso pelo rádio: - Parece ser metálico e seu tamanho é imenso. Está sobre mim e estou me aproximando dele.
Destroços do avião de Mantell foram posteriormente recolhidos. Eles estavam permeados com centenas de pequenos orifícios.
A despeito desses fatos, os altos escalões da Força Aérea negaram a possibilidade de um OVNI, e determinaram posteriormente que Mantell teria visto o planeta Vênus ou um dos muitos balões meteorológicos que a Marinha estaria usando na área naquele momento.
No entanto, os ufologistas apressaram-se a reagir: o Sol deveria estar inusitadamente claro para permitir que pessoas em terra avistassem Vênus com tamanha nitidez. Na verdade, afirmaram eles, a aparição simplesmente teria sido tão nítida que todos teriam visto Vênus, ou até mesmo Vênus e um balão.
Porta-vozes da Força Aérea finalmente vieram a público para afirmar que as testemunhas teriam visto Vênus e dois balões, aparentemente ligados um ao outro, parecendo um poderoso OVNI. Todavia, a Força Aérea jamais conseguiu explicar os boatos relativos ao corpo de Mantell: ele foi, aparentemente, retirado pela polícia e colocado em seguida num caixão, o que convenceu alguns investigadores de que Mantell estaria coberto com estranhos ferimentos, ou que nenhum corpo foi encontrado.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
Lágrimas de Alegria
Os jornais costumam noticiar casos de lágrimas ou sangue jorrando de quadros ou estátuas. Esses casos são, normalmente, testemunhados por membros da Igreja Católica, cuja fé em milagres é excessiva. Algumas vezes, no entanto, tais relatos originam-se de fontes protestantes.
Um desses casos foi relatado pelo reverendo William Rauscher, pároco da Christ Episcopal Church em Woodbury, Nova Jersey, quando participava de um seminário em 1975. Em visita ao quarto de um amigo, Bob Lewis, começaram a conversar sobre a avó de Bob. Por ter sido a primeira pessoa a fazer com que o jovem Lewis conhecesse o caminho da religião, ela chorara de alegria ao saber que ele decidira seguir a carreira religiosa. Mas aquela mulher morreu antes de ver seu neto ser ordenado.
Enquanto contava essa história, Lewis percebeu que uma foto da avó, que ele mantinha sobre a cômoda, estava chorando.
- A foto estava tão molhada que se formara uma pequena poça de água na cômoda - explicou Rauscher. - Examinando-a, descobrimos que estava molhada por dentro do vidro. Aquilo nos deixou realmente atônitos. A parte posterior da foto, feita de imitação de veludo, estava cheia de estrias e toda desbotada. Retirada do porta-retratos, a foto não secou rapidamente. E, quando isso aconteceu, a área ao redor do rosto continuou inchada, como se a água tivesse se originado ali e descido pela foto, desde os olhos.
Em resumo, Rauscher jamais conseguiu encontrar uma explicação normal para o incidente. Quanto a Bob Lewis, ele terminou o seminário feliz por saber que sua querida avó chorara novamente de alegria.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
O Efeito Ganzfield
Alguns especialistas acreditam que todos possuem algum resquício de mediunidade. O problema, afirmam, é encontrar esse sexto sentido nas galerias secretas da mente.
Um dos procedimentos mais bem-sucedidos para ajudar alguém a aprender como usar a percepção extra-sensorial é a técnica de Ganzfield, na qual o voluntário senta-se em uma cabine fechada, à prova de som, e recebe a ordem de ficar descontraído, enquanto duas metades de uma bola de pingue-pongue são colocadas sobre seus olhos. Como as esferas translúcidas dispersam a luz, a pessoa tem apenas um campo visual avermelhado e indiferenciado. Fones colocados nos ouvidos emitem um suave som sibilante, e a pessoa fica isolada de qualquer outra fonte de força sensorial.
O especialista que coordena a experiência, sentado em outro ambiente, olha para imagens selecionadas a esmo e tenta transmiti-las para a pessoa que está sendo testada por meio da PES. Quando a experiência termina, 35 minutos ou mais depois, a pessoa testada é solicitada a separar cópias daquelas imagens, entre algumas outras colocadas ali apenas para dificultar sua tarefa.
Nas experiências de Ganzfield, cujo primeiro relatório foi feito por Charles Honorton, da divisão de parapsicologia e psicofísica do Maimonides Medical Center em 1973, quase metade das pessoas testadas escolheram a imagem correta. Quando o tema de uma dessas sessões era "Pássaros do Mundo", por exemplo, a pessoa submetida ao teste reportava "uma grande cabeça de gavião" e "a sensação de penas macias". Não se consegue um resultado melhor do que esse por intermédio da telepatia.
Desde que os cientistas do Maimonides relataram seu primeiro sucesso, o Efeito Ganzfield foi reproduzido por diversos outros laboratórios de parapsicologia. Hoje em dia, ele é uma das ferramentas mais confiáveis para testes de percepção extra-sensorial.
Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos
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