Durante séculos, verificaram-se incidentes ocasionais relativos à queda de grandes quantidades de peixe do céu. Este estranho fenómeno mundial é uma das bizarrias da Natureza para as quais menos explicações existem.
Em 28 de Maio de 1984, o construtor Edward Rodmell e o filho ficaram atónitos ao verificar que «chovera peixe» na casa que andavam a renovar no burgo de Newham, em Londres. Havia solhas por tudo quanto era sítio: no pátio, no telhado e na sarjeta. Algum tempo depois, a 7 de Junho, um homem que vivia perto encontrou à volta de trinta peixes no seu jardim.
Estes acontecimentos, por muito extraordinários que possam parecer, ocorreram em várias ocasiões. Em Fevereiro de 1861, por exemplo, a ilha de Singapura foi abalada por um violento terramoto. Nos seis dias seguintes choveu torrencialmente. Depois, mais para o final desse ano, após uma derradeira carga de água arrasadora, parou de chover. François de Castelnau, naturista francês que vivia na ilha, relatou, na Academia de Ciências de Paris, o que aconteceu a seguir: «Eram dez da manhã e o Sol já ia alto quando vi, da janela do meu quarto, uma multidão de malaios e chineses a encher cestos com peixes que apanhavam das poças de água que cobriam o chão. Ao perguntar-lhes de onde viera tanto peixe, responderam que tinham caído do céu. Três dias mais tarde, depois de as poças secarem, encontrámos grande quantidade de peixes mortos.»
Embora Castelnau não tenha testemunhado pessoalmente a chuva de peixes, ficou convencido de que estes tinham caído do céu. O Dr. A. D. Bajkov, um biólogo marinho americano, teve mais sorte. No dia 24 de Outubro de 1947, tomava ele o pequeno-almoço com a esposa num café em Marksville, na Luisiana, Estados Unidos da América, quando, depois de uma chuvada repentina, reparou que havia peixe espalhado nas ruas: «Eram rolins, robalos de olhos salientes e percas pretas, que chegavam a ter vinte e três centímetros de comprimento.» Encontraram mais peixes no telhado das casas, frios e mortos, mas, não obstante, ainda aptos para consumo.
Estes relatos não se podem considerar, por si só, muito fiáveis. Grande parte das provas relacionadas com a queda de peixes do céu é circunstancial: peixes que são encontrados, normalmente, depois de chuvadas intensas, em lugares ou superfícies onde, antes, não havia sinais deles. Porém, também há relatos de testemunhas. Um dos casos mais verosímeis ocorreu na montanha Ash, em Glamorganshire, no País de Gales, em 1859. Robert Schadwald, num artigo publicado no Fortean Times, corria o Outono de 1979, declarou, baseado no relato de testemunhas publicado na altura, que o fenómeno tivera lugar a 9 de Fevereiro de 1859.
John Lewis, madeireiro numa serração na montanha Ash, apanhou um grande susto quando, eram onze da manhã, foi fustigado por uma saraivada de pequenos objectos que caíam do céu. «Ao meter a mão dentro da camisa, fiquei admiradíssimo por ver que eram peixes pequenos. A seguir reparei que o chão estava todo co¬berto deles. Saltavam por todo o lado... Sobre o barra¬cão eram aos montes... Os meus colegas e eu apanhá¬mo-los, às mancheias, para dentro de cestas. Tinham caído dois aguaceiros... O vento não era forte, mas havia demasiada humidade... Aquilo veio tudo com a chuva...»
Retirado de "Contra toda a Lógica"
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